Impacto da reformulação da Política Nacional de Atenção Básica no processo de trabalho dos Agentes Comunitário de Saúde em um município do sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.9198Palavras-chave:
Política nacional de atenção básica; Agente comunitário de saúde; Processo de trabalho do agente comunitário de saúde.Resumo
A publicação da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 trouxe mudanças significativas em relação à atuação dos Agentes Comunitários de saúde (ACS), aliado a isto nota-se também dificuldade em estabelecer processos avaliativos ao trabalho deste profissional. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o processo de trabalho dos ACS do município de Araranguá/SC, possibilitando um comparativo do cenário antes e após publicação da PNAB de 2017. Os dados foram coletados através de entrevistas estruturadas nas 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo realizadas em três fases. A primeira direcionada ao conhecimento do ACS, a segunda direcionada a dois moradores de residências distintas e, por último, o questionário destinado a um funcionário onde o ACS atua. Foram entrevistados 19 ACS quando ainda vigorava a PNAB 2011 e 14 ACS após a publicação da PNAB em 2017. Não houve diferenças significativas na comparação de questões referentes ao processo de trabalho dos ACS. Todavia, em questões relacionadas às visitas domiciliares observamos queda com a nova vigência, além disso, notamos um maior conhecimento sobre áreas de risco pertencentes à área de atuação do agente. Os resultados evidenciados permitem concluir que as mudanças da PNAB 2017 interferiram diretamente na atuação dos ACS. Apesar da pesquisa ter sido realizada justamente no período de transição na atualização da PNAB implantada em 2017, fica claro o impacto no âmbito da cobertura assistencial, sobretudo em relação ao objeto de trabalho do ACS.
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