Melhoria da qualidade da uva ‘Primitivo’ por desfolha manual e aplicação de ácido abscísico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9647Palavras-chave:
Vitis vinífera L.; Reguladores vegetais; Cor da casca; Compostos fenólicos.Resumo
As condições climáticas têm uma forte influência no cultivo da videira. A alta precipitação e as baixas temperaturas, por exemplo, podem fazer com que as uvas não atinjam índices de maturação adequados. Com o objetivo de verificar o efeito da desfolha e da aplicação de ácido abscísico (S-ABA) na melhoria da qualidade da uva, foi realizado um experimento em um vinhedo comercial da uva ‘Primitivo’, no Sul do Brasil, durante duas safras. Os tratamentos foram os seguintes: 1) controle; 2) desfolha manual no início da maturação ('veraison'); 3) 15 dias após a primeira desfolha manual; 4) ácido abscísico 200 mg L-1; 5) ácido abscísico 400 mg L-1; 6) ácido abscísico 600 mg L-1. Foram avaliadas as variáveis sólidos solúveis, acidez titulável, polifenóis totais e antocianinas, intensidade de cor nas bagas, radiação fotossinteticamente ativa, índice de clorofila, porcentagem de desfolha e clorose. A desfolha manual realizada 15 dias após a primeira desfolha aumentou os sólidos solúveis e reduziu a acidez titulável, enquanto a aplicação de 400 mg L-1 de S-ABA aumentou a acidez titulável do mosto de uva. Houve uma maior radiação fotossinteticamente ativa próximo ao cacho para tratamentos de desfolha e S-ABA. A aplicação de S-ABA proporcionou clorose nas folhas, seguida de baixo teor de clorofila, causando a senescência. Portanto, a desfolha 15 dias após a primeira desfolha manual influenciou os sólidos solúveis e a acidez titulável, e a aplicação de ácido abscísico aumentou os níveis de polifenóis totais, antocianinas e a intensidade da cor nas cascas das bagas ‘Primitivo’.
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