Estudo epidemiológico de intoxicação por agrotóxicos no estado de Rondônia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9876

Palavras-chave:

Intoxicação; Agrotóxicos; Incidência; Estudo epidemiológico

Resumo

Os casos de intoxicação por agrotóxicos constituem um grande problema de saúde pública que afeta inúmeras pessoas no Brasil, pois a exposição humana a estes produtos pode causar danos irreversíveis e até mesmo levar a óbito. O objetivo deste estudo é descrever o número de casos de intoxicação por agrotóxicos registrados no estado de Rondônia localizado na região norte do Brasil. Foi realizado o levantamento de dados oficiais obtidos junto ao sistema da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (AGEVISA). Efetuou-se a análise de dados referentes a um período de 5 anos, compreendendo os anos de 2015 a 2019. De acordo com os resultados obtidos, houve um total de 1.132 casos de intoxicação por agrotóxicos registrados no estado de Rondônia durante o período deste estudo. Evidenciando que 58,57% dos casos registrados correspondem a indivíduos do sexo masculino e 41,43% ao sexo feminino, sendo que a faixa etária de indivíduos com intoxicação variou de 1 a 90 anos de idade, no entanto indivíduos de 22 a 50 anos obteve o maior índice de intoxicação. Além disso, observou-se que 89,29% dos casos de intoxicação evoluíram para cura sem sequela e apenas 5,74% evoluiu para óbito. Nesse sentido conclui-se que o estado de Rondônia possui uma margem significativa de casos de intoxicação por agrotóxicos e que indivíduos do sexo masculino são mais acometidos com intoxicação e isso pode estar relacionado com a ocupação.

Referências

Albuquerque, P. C. C. D., Gurgel, I. G. D., Gurgel, A. D. M., Augusto, L. G. D. S., & Siqueira, M. T. D. (2015). Sistemas de informação em saúde e as intoxicações por agrotóxicos em Pernambuco. Revista Brasileira de Epidemiologia, 18, 666-678.

Bárbara, T. B. (2016). Relação rural/urbano na construção de mercados da agricultura familiar na cidade de Luziânia-Goiás.

Bochner, R. (2015). Óbito ocupacional por exposição a agrotóxicos utilizado como evento sentinela: quando pouco significa muito.

Bombardi, L. M. (2011). Intoxicação e morte por agrotóxicos no Brasil: a nova versão do capitalismo oligopolizado. Boletim Dataluta, 45, 1-21.

Burity, R. D. A. B., Ribeiro, J. S. D., da Silva Guimarães, E., de Freitas, J. M., de Freitas, M. T. D., da Silva Lima, G. V. P., ... & Brandespim, D. F. (2019). Perfil epidemiológico das intoxicações exógenas no município de Moreno-PE no período de 2012 a 2015. Medicina Veterinária (UFRPE), 13(1), 49-56.

Brasil, M. S. (2018). Relatório Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos.

Carneiro, F. F. (2015). Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. EPSJV/Expressão Popular.

Cassal, V. B., de Azevedo, L. F., Ferreira, R. P., da Silva, D. G., & Simão, R. S. (2014). Agrotóxicos: uma revisão de suas consequências para a saúde pública. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 18(1), 437-445.

Cruz, C. D. C., Carvalho, F. N. D., Costa, V. Í. D. B. D., Sarcinelli, P. D. N., Silva, J. J. O. D., Martins, T. D. S., ... & Alves, S. R. (2013). Perfil epidemiológico de intoxicados por Aldicarb registrados no Instituto Médico Legal no Estado do Rio de Janeiro durante o período de 1998 a 2005. Cadernos Saúde Coletiva, 21(1), 63-70.

de Lara, S. S., Matos, A. D. F. F., da Silva Neves, S. M. A., Neves, R. J., & Mendes, M. F. (2016). Intoxicação aguda por agrotóxicos nos estados do Brasil, 2006 a 2010. Cadernos de Agroecologia, 10(3).

de Lara, S. S., Pignati, W. A., Pignatti, M. G., da Costa Leão, L. H., & Machado, J. M. H. (2019). A agricultura do agronegócio e sua relação com a intoxicação aguda por agrotóxicos no brasil. Hygeia-Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, 15(32), 1-19.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2018). Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2020. Censo Demográfico. Obtido em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ro/panorama.

Instituto Nacional de Câncer. 2020. Agrotóxicos. Obtido em: https://www.inca.gov.br/en/node/1909.

Lima, M. A., Bezerra, E. P., Andrade, L. M., Caetano, J. A., & Miranda, M. D. C. (2008). Perfil epidemiológico das vítimas atendidas na emergência com intoxicação por agrotóxicos. Ciência, Cuidado e Saúde, 7(3), 288-294.

Malaspina, F. G., ZiniLise, M. L., & Bueno, P. C. (2011). Perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos no Brasil, no período de 1995 a 2010. Cad Saúde Coletiva, 19(4), 425-34.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2011). Plano Agrícola e Pecuário 2011-2012.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2019. A situação dos registros e a alteração da classificação da toxicologia de agrotóxicos. Obtido em: http://www.mpf.mp.br/pfdc/manifestacoes-pfdc/anexo-ao-oficio-470-2019-pfdc-mpf.

Matos, P. F., & Pessoa, V. L. S. (2011). A modernização da agricultura no Brasil e os novos usos do território. Geo Uerj, 2(22), 290-322.

OLIVEIRA, L. D. C. C. (2014). Resíduos de agrotóxicos nos alimentos, um problema de saúde pública. UBERABA/MG.

Pignati, W. A., Lima, F. A. N. D. S., Lara, S. S. D., Correa, M. L. M., Barbosa, J. R., Leão, L. H. D. C., & Pignatti, M. G. (2017). Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a Vigilância em Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 22, 3281-3293.

Queiroz, P. R., Lima, K. C., Oliveira, T. C. D., Santos, M. M. D., Jacob, J. F., & Oliveira, A. M. B. M. D. (2019). Sistema de Informação de Agravos de Notificação e as intoxicações humanas por agrotóxicos no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 22, e190033.

Silva, D. O. D., Ferreira, M. J. M., Silva, S. A. D., Santos, M. A. D., Hoffmann-Santos, H. D., & Silva, A. M. C. D. (2019). Exposição aos agrotóxicos e intoxicações agudas em região de intensa produção agrícola em Mato Grosso, 2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 28, e2018456.

Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas. 2017. Dados nacionais de intoxicações. Obtido em: https://sinitox.icict.fiocruz.br/sites/sinitox.icict.fiocruz.br/files//Brasil5.pdf.

Soares, W. L., & Porto, M. F. (2007). Atividade agrícola e externalidade ambiental: uma análise a partir do uso de agrotóxicos no cerrado brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva, 12, 131-143.

Viero, C. M., Camponogara, S., Cezar-Vaz, M. R., Costa, V. Z. D., & Beck, C. L. C. (2016). Sociedade de risco: o uso dos agrotóxicos e implicações na saúde do trabalhador rural. Escola Anna Nery, 20(1), 99-105.

Downloads

Publicado

12/11/2020

Como Citar

CUNHA, P. de O. .; PEREIRA, R. R.; TERRA, R. de S. .; LIMA, F. B. de .; MENEGUELLI, M.; SCHONS, S. de V. .; SILVA, F. C. da . Estudo epidemiológico de intoxicação por agrotóxicos no estado de Rondônia. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e2429119876, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.9876. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/9876. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde