Perfil dos usuários e características dos óbitos num Serviço de Referência para HIV-aids em Feira de Santana, Bahia, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.9883Palavras-chave:
Mortalidade; HIV; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Agentes antirretrovirais.Resumo
Introdução: Mesmo depois de quase quatro décadas da sua descoberta, o Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) ainda apresenta um elevado potencial de morbimortalidade, permanecendo entre os principais problemas de saúde pública. Além do perfil das pessoas que são infectadas, as causas de óbitos nessa população têm mostrado uma tendência para além de doenças oportunistas e câncer, a exemplo de doenças crônicas não-transmissíveis. Objetivo: Descrever o perfil dos usuários e as principais características dos óbitos num Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Centro de Referência Municipal (CRM) para DST/HIV/Aids em Feira de Santana, Bahia, Brasil. Materiais e método: Trata-se de um estudo seccional, conduzido a partir de dados de uma coorte histórica. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, de estilo de vida, complicações clínicas, tratamento e mortalidade obtidas dos prontuários clínicos desses indivíduos. Resultados: A amostra estudada contou com 199 indivíduos que iniciaram o uso de antirretrovirais entre os anos de 2003-2017. Houve predomínio do sexo masculino (63,8%), autodeclarados negros (82,9%), mediana de idade 34 anos (18-72 anos), sem companheiro (61,9%), heterossexuais (69,5%) e 45,7% estudaram até 9 anos (ensino fundamental). A letalidade relacionada ao HIV foi de 7%. Conclusão: O diagnóstico tardio e a elevada ocorrência de casos com evolução para aids também chamaram a atenção, principalmente para uma possível falha da gestão do cuidado em saúde. Além disso, foram identificadas infecções oportunistas, coinfecções e comorbidades que parecem comprometer a qualidade de vida e aumentar a chance de óbito.
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