Atividade antileishmania do extrato e frações do caule e folha de Montrichardia linifera (Arruda) schott (Araceae) contra Leishmania amazonensis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12312

Palavras-chave:

Anti-leishmania, Aninga, Terpenos, Saponinas.

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar a atividade antileishmania dos extratos e frações do caule e da folha de Montrichardia linifera contra Leishmania amazonensis. Os extratos do caule (EEC) e da folha (EEF) foram obtidos a partir da maceração dos pós com álcool 96º GL. Os extratos foram submetidos à extração exaustiva utilizando um sistema de refluxo e solventes de polaridades crescentes, obtendo-se 4 frações para cada extrato: hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol. Os extratos e frações foram submetidos ao estudo de prospecção fitoquímica. A atividade antipromastigota e a citotoxicidade em macrófagos (J774) foram realizados através do teste de viabilidade celular (MTT). No extrato e nas frações do caule, foram detectados alcaloides, esteroides, terpenos, heterosídeos flavônicos, taninos, polifenóis e saponinas. No extrato e frações das folhas, foram detectados cumarinas, esteroides, terpenos, heterosídeos flavônicos, taninos, polifenois e saponinas. Na avaliação antileishmania, a fração de hexano das folhas (FHF) apresentou promissora atividade (CI50=38,56 µg/mL), e a fração de hexano do caule (FHC) apresentou moderada atividade (CI50=179,3 µg/mL), os extratos e as demais frações foram inativos (CI50>200 µg/mL). No teste de citotoxicidade, o EEC e a FHC foram citotóxicos (CC50 de 54,82 µg/mL e 26,95 µg/mL, respectivamente). O EEF e a FHF apresentaram moderada citotoxicidade (CC50 de 162,7 µg/mL e 347,1 µg/mL).   Quanto ao índice de seletividade, a fração FHF apresentou alta seletividade (IS=90). Em síntese, o fracionamento contribuíu para o aumento da atividade antileishmania e da seletividade da FHF, tal atividade pode estar relacionada com esteroides ou terpenos.

Referências

Amarante, C. B., Müller, A. H., Póvoa, M. M. & Dolabela, M. F. (2011). Estudo fitoquímico biomonitorado pelos ensaios de toxicidade frente à Artemia salina e de atividade antiplasmódica do caule de aninga (Montrichardia linifera). Acta Amazonica, 41 (3), 431-434. 10.1590/S0044-59672011000300015.

Amarante, C. B., Silva, J. C. F., Solano, F. A. R., Nascimento, L. D., Moraes, L. G., Silva, G. F. & Uno, W. S. (2009). Estudo espectrométrico das folhas da aninga (Montrichardia linifera) coletadas à margem do Rio Guamá no Campus da UFPA, Belém-PA. Uma contribuição ao estudo químico da família Araceae. Revista Cientítica da UFPA, 7 (1), 1-19.

Bitchi, M. B., Magid, A. A., Yao-Kouassi, P. A., Kabran, F. A. et al. (2019). Fitoterapia Triterpene saponins from the roots of Parkia bicolor A. Chev. Fitoterapia, 137, 104264. 10.1016/j.fitote.2019.104264.

Brígido, H. P. C., Silva e Silva, J. V., Bastos, M. L. C., Correa-Barbosa, J., Sarmento, R. M., Costa, E. V. S., Marinho, A. M. do R., Coelho-Ferreira, M. R., Silveira, F. T., & Dolabela, M. F. (2020). Atividade antileishmania de Annona glabra L. (Annonaceae). Revista Eletrônica Acervo Saúde, (57), e3701. doi:10.25248/reas.e3701.2020.

Brandão, N. D. L., Veiga, A. S. S., Quaresma, C. C., Busman, D. V., de Almeida Lins, A. L. F., Silveira, F. T., ... & Dolabela, M. F. (2020). Botanical survey and leishmanicidal activity of grown-love. Research, Society and Development, 9(11), e3929119983-e3929119983. 10.33448/rsd-v9i11.9983.

Burt, S. (2004). Essential oils: their antibacterial properties and potential applications in foods--a review. Internacional Journal of Food Microbiology, 94 (3), 223-53. 10.1016/j.ijfoodmicro.2004.03.022.

Costa, E. S. S., Dolabela, M. F., Póvoa, M. M., Oliveira, D. J. & Müller, A. H. (2009). Estudos farmacognósticos, fitoquímicos, atividade antiplasmódica e toxicidade em Artemia salina de extrato etanólico de folhas de Montrichardia linifera (Arruda) Schott, Araceae. Brazilian Journal of Pharmacognosy, 19 (4), 834-838. 10.1590/S0102-695X2009000600006.

Galucio, N. C. R. (2014). Estudos Fitoquímicos, Citotoxicidade e Genotoxicidade de Eleutherine Plicata Herb. (Dissertação 90f). Universidade Federal do Pará, Belém, Pará. http://10.7.2.42:8080/jspui/handle/2011/7517.

Hsu, Y. L., Kuo, P. L. & Lin, C. C. (2004). The proliferative inhibition and apoptotic mechanism of saikosaponin D in human non-small cell lung câncer A549 cells. Life Sciences, 75 (10), 1231-1242. 10.1016/j.lfs.2004.03.008.

Jayatilake, G. S., Freeberg, D. R., Liu, Z., Richheimer, S. L., Blake, M .E., Bailey, D. T., Haridas, V. & Gutterman, J. U. (2003). Isolation and structures of avicins D and G: in vitro tumorinhibitory saponins derived from Acacia victoriae. Journal of Natural Products, 66 (6), 779-783. 10.1021/np020400v.

Lins, A. L. F. A. & Oliveira, P. L. (1994). Origem, Aspectos morfológicos e anatômicos das raízes embrionárias de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Araceae). Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi, sér. Bot., 10 (2), 221-236.

Macedo, E. G., Santos-Filho, B. G., Potiguara, R. C. V. & Santos, D. S. B. (2005). Anatomia e arquitetura foliar de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Aracea) espécie da várzea amazônica. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Ciências Naturais, Belém, 1 (1), 19-43. https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/509.

Man, S., Gao, W., Zhang, Y., Huang, L. & Liu, C. (2010). Fitoterapia Chemical study and medical application of saponins as anti-cancer agents. Fitoterapia, 81 (7), 703-714. 10.1016/j.fitote.2010.06.004.

Miranda, J. A. L., Rocha, J. A., Araújo, K. M., Quelemes, P. V., Mayo, S. J. & Andrade, I. M. (2015). Atividade antibacteriana de extratos de folhas de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Araceae). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 17 (4), 1142-1149. 10.1590/1983-084x/14_169.

Moo-Puc, R., Robledo, D. & Freile-Pelegrin, Y. (2008). Evaluation of selected tropical seaweeds for in vitro anti-trichomonal activity. Journal of Ethnopharmacology, 120 (1), 92-97. 10.1016/j.jep.2008.07.035.

Morales-Yuste, M., Morillas-Marquez, F., Martín-Sánchez, J., Valero-López, A. & Navarro-Moll, M. C. (2010). Activity of (-)α-bisabolol against Leishmania infantum promastigotes. Phytomedicine, 17 (3-4), 279-281. 10.1016/j.phymed.2009.05.019.

Mosmann T. Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival: application to proliferation and cytotoxicity assays. Journal of Immunological Methods. 1983 Dec,65(1-2):55-63. 10.1016/0022-1759(83)90303-4.

Mota, E. F., Rosario, D. M., Silva Veiga, A. S., Brasil Do S., Silveira, F. T., Dolabela, M. F. (2015). Biological activities of Croton palanostigma Klotzsch. Pharmacognosy Magazine, 11 (43), 601-606. 10.4103/0973-1296.160449.

Nakamura, C. V., Santos, A. O., Vendrametto, M. C., Luize, P. S., Dias Filho, B. P., Cortez, D. A. G. & Ueda-Nakamura, T. (2006). Atividade antileishmania do extrato hidroalcoólico e de frações obtidas de folhas de Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. Revista Brasileira de Farmacognosia, 16 (1), 61-66. 10.1590/S0102-695X2006000100011.

National Organization for Rare Disorders (NORD). (2019). Leishmaniasis. https://rarediseases.org/rare-diseases/leishmaniasis/.

Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). (2018). Leishmanioses: informe epidemiológico das Américas, 6, 1-7. <https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/50505/2019-cde-leish-informe-epi-das-americas.pdf?sequence=2&isAllowed=y>.

Piedade, M. T. F., Schöngart, J. & Junk, W. J. (2005). O manejo sustentável das áreas alagáveis da Amazônia central e as comunidades de herbáceas aquáticas. Uakari – Revista Eletrônica, 1, 43-55. 10.31420/uakari.v1i1.9.

Plowman, T. (1969). Folk uses of new world aroids. Economic Botanny, 23, 97-122. 10.1007/BF02860613.

Ponte-Sucre, A., Gamarro, F., Dujardin, J. C., Barrett, M. P. et al. (2017). Drug resistance and treatment failure in leishmaniasis: A 21st century challenge. PLoS Neglected Tropical Diseases, 11 (12), e0006052. 10.1371/journal.pntd.0006052.

Rodrigues, V. E. G. (2007). Etnobotânica e florística de plantas medicinais nativas de remanescentes de floresta estacional semidecidual na Região do Alto Rio Grande, Minas Gerais. (Tese de Doutorado 136f). Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais.

Rosa, M. S. S., Mendonça-Filho, R. R., Bizzo, H. R., Rodrigues, I. A. et al. (2003). Antileishmanial Activity of a Linalool-Rich Essential Oil from. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 47 (6), 1895-1901. 10.1128/AAC.47.6.1895-1901.2003.

Santos, F. N., Oliveira, T. A., Lima, K. C. S., Andrade, J. I. A. et al. (2014). Montrichardia linifera (Araceae) biological potential, phytochemical prospection and polyphenol content. Universitas Scientiarum, 19 (3), 213-224.

Silva-Silva, J. V., Monteiro, R. C. S., Brígido, H. P. C., Vale, V. V. et al. (2017). Anti-promastigote Activity of the Amazon Plants. Journal of Pharmacy and Pharmacology, 5 (9), 654-660. 10.17265/2328-2150/2017.09.007.

Teixeira, D. F. F., Siqueira, B. S. & Cattanio, J. H. (2014). Importância da Aninga (Montrichardia Linifera) na retenção de sedimentos na baia do Guajará, PA. Revista de estudos ambientais, 16 (2), 6-19. 10.7867/1983-1501.2014v16n2p6-19.

Van Andel, T. R. (2000). Non-timber forest products of the North-West District of Guyana. Part 1. (PhD thesis, 454f) in Utrecht University. Tropenbos-Guyana series 8.

Wagner, H., Bladt, S., Zgainski, E. M. (1984). Plant drug analysis. Springer-Verlag, Berlin. 10.1007/978-3-662-02398-3_17.

World Health Organization (WHO). (2015). Biodiversity and Health. <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/biodiversity-and-health>.

World Health Organization (WHO). (2018). Leishmaniasis. <https://www.who.int/leishmania sis/en/>.

Zhang, X., Sun, J., Zhang, X., Zhang, S. et al. (2019). Cytotoxic steroidal saponins from the roots and rhizomes of Maianthemum henryi. Natural Product Research, 1-8. 10.1080/14786419.2019.1641812.

Downloads

Publicado

2021-02-06

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Como Citar

Atividade antileishmania do extrato e frações do caule e folha de Montrichardia linifera (Arruda) schott (Araceae) contra Leishmania amazonensis . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e9310212312, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12312. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/12312. Acesso em: 5 dez. 2025.