Da flexibilização do trabalho à flexibilidade do conhecimento: a Educação Profissionalizante sob a Lei nº 13.415/2017

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.10719

Palavras-chave:

Educação, Flexibilização do Conhecimento, Trabalho precarizado.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar a reforma do Ensino Médio sob Lei n°13.415/2017 numa perspectiva de flexibilização do conhecimento para atender à nova perspectiva de trabalho, também flexibilizado. A partir da discussão das categorias Trabalho e Educação buscamos compreender quais os rumos que a educação pública no Brasil vem tomando. Percebemos que a educação pública brasileira reedita o mesmo modelo de educação dualista proferido na concepção de escola moderna. Os procedimentos de nossa análise fundamentam-se na metodologia do materialismo histórico dialético, embasados em revisão de literatura e análise documental. Dessa forma, nossa hipótese é que a educação para o trabalhador se alinha ao novo formato de trabalho precarizado. Assim, concluímos que a educação tem por base um modelo flexibilizado a atender aos interesses imediatos do mercado que se relaciona às TICs, condicionando à flexibilização do conhecimento escolar na sociedade do capital.

Biografia do Autor

  • Samara Taveira de Oliveira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

    Graduada em Educação Física pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE campus Juazeiro do Norte (2007), com especialização em Educação Física Escolar pelas Faculdades Integradas de Patos - PB (2007). Mestre em educação pelo programa de pós-graduação no Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE) na Universidade Estadual do Ceará - UECE. Servidora pública, na carreira EBTT, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE.

  • Nonato Lucas Freitas Barbosa , Universidade Estadual do Ceará

    Possui graduação em História pela Universidade Estadual do Ceará (2017); Mestre em Educação e Ensino, pela Universidade Estadual do Ceará (2020).

  • Lúcia Helena de Brito, Universidade Estadual do Ceará

    Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (1987), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Ceará (1995) e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2007). É Professora Adjunto da Universidade Estadual do Ceará - UECE, vinculada ao campi FAFIDAM, em Limoeiro do Norte-CE. Ministra disciplinas em áreas de Teoria Sociológica, Antropologia, Cultura Brasileira. Pesquisa sobre Cultura Popular, Capitalismo e formas de sociabilidade, Educação, Escola Pública e processos formativos. Atualmente integra o corpo docente do Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino - MAIE/UECE.

  • José Eudes Baima Bezerra , Universidade Estadual do Ceará

    Possui mestrado em Educação Brasileira (1996) e doutorado em Educação Brasileira (2010), ambos cursados na Universidade Federal do Ceará (UFC). Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual do Ceará, atuando no Curso de Licenciatura em Pedagogia da FAFIDAM/UECE e no Programa de Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE-FAFIDAM/FECLESC). Atua nos grupos de pesquisa Educação, Cultura Escolar e Sociedade (EDUCAS) e Grupo de Pesquisa Ontologia do Ser Social, História, Educação e Emancipação Humana (GPOSSHE) do Instituto de Estudos e Pesquisas do Movimento Operário? IMO, ligados ao Centro de Educação (CED) da UECE. Coordena o Grupo de Estudos Obra Histórica e Filosófica de Demerval Saviani, ligado ao Curso de Pedagogia da FAFIDAM/UECE e ao Mestrado Intercampi em Educação e Ensino - MAIE (UECE).

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Publicado

2020-12-21

Edição

Seção

Ciências Educacionais

Como Citar

Da flexibilização do trabalho à flexibilidade do conhecimento: a Educação Profissionalizante sob a Lei nº 13.415/2017. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 12, p. e23591210719, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i12.10719. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/10719. Acesso em: 5 dez. 2025.