Atividade anticolinesterásica in vitro e in sílico de compostos fitoquímicos: uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i7.49169Palavras-chave:
Compostos fitoquímicos, Anticolinesterásico, In silico, In vitro.Resumo
A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva e irreversível que afeta funções cognitivas, estando associada à diminuição dos níveis de acetilcolina. Embora não haja cura, inibidores da acetilcolinesterase (AChE) são utilizados para retardar os sintomas. Compostos fitoquímicos com atividade anticolinesterásica têm sido estudados como alternativas terapêuticas promissoras, especialmente por meio de técnicas in vitro e in silico. Esta revisão sistemática teve como objetivo identificar fitoquímicos com potencial inibitório da AChE em estudos publicados entre 2020 e 2025, nas bases PubMed e Science Direct. Seis artigos atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Os compostos investigados pertencem às classes dos alcaloides, flavonoides, isoflavonoides e taninos. Entre os alcaloides, lahorina, bulbocapnina e um derivado benzodioxólico apresentaram fortes afinidades com a AChE, com energias de ligação entre −11,26 e −12,65 kcal·mol⁻¹. A huperzina B destacou-se por resultados positivos em ensaios biológicos. Flavonoides como apigenina, amentoflavona e isoquercitrina demonstraram fortes interações, sobretudo via ligações de hidrogênio com resíduos catalíticos da enzima, sendo os flavonoides agliconas mais eficazes que seus glicoconjugados. Isoflavonoides como genistina e vitexina mostraram energias de até −12,5 kcal·mol⁻¹. O ácido elágico, embora menos potente in vitro, exibiu múltiplas interações estruturais. Os achados destacam os alcaloides policíclicos e flavonoides agliconas como classes promissoras no desenvolvimento de novos inibidores da AChE. Ressalta-se a importância da integração entre abordagens in silico, in vitro e estudos farmacocinéticos/toxicológicos para validação terapêutica e avanço no tratamento da DA.
Referências
Adewole, K. E., & Ishola, A. A. (2021). BACE1 and cholinesterase inhibitory activities of compounds from Cajanus cajan and Citrus reticulata: An in-silico study. In Silico Pharmacology, 9(1), 1–17.
Ali, M. Y., et al. (2016). Anticholinesterase and antioxidant constituents from the bark of Terminalia arjuna. Natural Product Research, 30(7), 799–804.
Almeida, A. S. de, & Santos, A. F. dos. (2018). Potencial anticolinesterásico de plantas do bioma Caatinga: Uma revisão. Diversitas Journal, 3(2), 505–518.
Athar, T., Al Balushi, K., & Khan, S. A. (2021). Recent advances on drug development and emerging therapeutic agents for Alzheimer’s disease. Molecular Biology Reports, 48, 5629–5645.
Abd El-Aziz, N. M., Awad, O. M. E., Shehata, M. G., & El-Sohaimy, S. A. (2021). Antioxidant and anti-acetylcholinesterase potential of artichoke phenolic compounds. Food Bioscience, 41, 101006.
Azmal, M., Hossen, M. S., Shohan, M. N. H., Taqui, R., Malik, A., & Ghosh, A. (2024). A computational approach to identify phytochemicals as potential inhibitor of acetylcholinesterase: Molecular docking, ADME profiling and molecular dynamics simulations. PLoS ONE, 19(6), e0304490.
Brasil. Ministério da Saúde. (2006, maio 4). Portaria n. 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Seção I, p. 20.
Bui, T. T., & Nguyen, T. H. (2017). Natural product for the treatment of Alzheimer’s disease. Journal of Basic and Clinical Physiology and Pharmacology, 28(5), 413–423.
Costa, B. G. L., et al. (2019). Métodos não farmacológicos para o tratamento do Alzheimer: Uma revisão integrativa. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, 9.
Daina, A., et al. (2017). SwissADME: A free web tool to evaluate pharmacokinetics, drug-likeness and medicinal chemistry friendliness of small molecules. Scientific Reports, 7, 42717.
Dias, D. A., Urban, S., & Roessner, U. (2018). Current and future perspectives on the structural characterization of natural products by LC-MS. Metabolites, 8(1), 15.
Fang, M., et al. (2019). Natural polyphenols as acetylcholinesterase inhibitors: Potential therapy for Alzheimer's disease. Current Alzheimer Research, 16(9), 847–856.
Frota, S. L., & Alves, D. R., et al. (2022). In vitro Antioxidant and Anticholinesterase Activities of Ouratea fieldingiana (Gardner) Eng. Leaf Extract and Correlation with Its Phenolics Profile with anin silico Study in Relation to Alzheimer’s Disease. Journal of the Brazilian Chemical Society.
Gil, A. C. (2017). Como elaborar projetos de pesquisa. (6ed). Atlas.
Islam, M. T., Aktaruzzaman, M., et al. (2024). Identification of acetylcholinesterase inhibitors from traditional medicinal plants for Alzheimer's disease using in silico and machine learning approaches. RSC Advances.
Lionta, E., et al. (2014). Structure-based virtual screening for drug discovery: Principles, applications and recent advances. Current Topics in Medicinal Chemistry, 14(16), 1923–1938.
Montana, M., Mathias, F., Terme, T., & Vanelle, P. (2019). Antitumoral activity of quinoxaline derivatives: A systematic review. European Journal of Medicinal Chemistry, 163, 136–147.
Montoya, C. M. O., Pedrón, A. M., et al. (2019). Perfil clínico neuropsicológico del deterioro cognitivo subtipo posible Alzheimer. Medisan, 23(5), 83–110.
Moura, F. A., de Andrade, K. Q., dos Santos, J. C. F., Araújo, O. R. P., & Goulart, M. O. F. (2015). Antioxidant therapy for treatment of inflammatory bowel disease: Does it work? Redox Biology, 6, 617–639.
Neto, J. S., Bezerra, C. R. M., et al. (2014). A fitoterapia como terapêutica complementar no tratamento do Alzheimer. Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança, João Pessoa-PB, dez. 2014.
Noori, T., et al. (2021). Role of natural products for the treatment of Alzheimer’s disease. European Journal of Pharmacology, 898, 173974.
Orhan, I., et al. (2007). Acetylcholinesterase inhibitory and antioxidant properties of some flavonoids. Zeitschrift für Naturforschung C, 62(11–12), 829–832.
Pang, X., et al. (2020). Design, synthesis and biological evaluation of benzodioxole derivatives as potent AChE inhibitors. European Journal of Medicinal Chemistry, 193, 112236.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Ed.UAB/NTE/UFSM.
Rao, A. A., et al. (2020). Neuroprotective effects of polyphenols in aging and neurodegenerative diseases. Frontiers in Aging Neuroscience, 12, 343.
Snyder, H. (2019). Literature review as a research methodology: An overview and guidelines. Journal of business research, 104, 333-339.
Souza, E. S., Santos, A. M. S., et al. (2021). Doença de Alzheimer: Abordagem sobre a fisiopatologia. Revista Episteme Transversalis, 12(2), 356–381.
Sussman, J. L., et al. (1991). Atomic structure of acetylcholinesterase from Torpedo californica: A prototypic acetylcholine-binding protein. Science, 253(5022), 872–879.
World Health Organization. (2012). Dementia: A public health priority. Geneva: WHO.
Xu, J., et al. (2020). Two new amide alkaloids from Portulaca oleracea L. and their anticholinesterase activities. Archives of Pharmacal Research.
Zhou, Y., et al. (2019). Flavonoids: Potential therapeutic agents against neurodegenerative diseases. CNS Neuroscience & Therapeutics, 25(5), 471–482.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Cléber José da Silva; Tamires Eronilda da Silva; Vitor Ryan da Silva; Maria de Fátima Rodrigues

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
