“Onde há fumaça, há fogo”: O impacto das queimadas recentes no Brasil e seus efeitos na qualidade do ar para a prática de exercícios físicos ao ar livre
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i9.49375Palavras-chave:
Incêndios Florestais, Qualidade do Ar, Exercício Físico.Resumo
O alarmante aumento das queimadas no Brasil em 2024 levou a uma grave deterioração da qualidade do ar, afetando especialmente os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal. A fumaça, rica em material particulado fino (PM2.5), representa ameaças significativas à saúde, incluindo doenças respiratórias e cardiovasculares, e levantou crescentes preocupações quanto à segurança da prática de atividades físicas ao ar livre. A exposição prolongada a esses poluentes pode desencadear estresse oxidativo sistêmico, irritação das vias aéreas e inflamação, comprometendo ainda mais a saúde de indivíduos que se exercitam ao ar livre. O objetivo deste artigo é delinear estratégias para mitigar esses efeitos adversos e oferecer recomendações práticas para praticar exercícios com segurança quando a qualidade do ar ambiente estiver comprometida. Este artigo examina o complexo equilíbrio entre os benefícios comprovados da atividade física e os riscos de se exercitar em ambientes poluídos, ao mesmo tempo em que fornece recomendações práticas e baseadas em evidências para mitigar esses riscos. As estratégias sugeridas incluem priorizar espaços internos de treino equipados com filtragem HEPA ou MERV-13, ajustar o horário, a intensidade e a duração dos treinos conforme os níveis do IQA, oferecer orientações específicas para populações vulneráveis (como crianças, idosos e pessoas com asma ou doenças cardíacas) e adotar medidas de proteção, como máscaras N95, hidratação e cuidados com a pele. Essas orientações visam a guiar práticas seguras de exercício durante períodos de qualidade do ar comprometida.
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