Corantes artificiais, deficiência de G6PD e Saúde Pública nacional e internacional: Uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50041Palavras-chave:
Deficiência de Glicose-6-Fosfato Desidrogenase, Corantes Alimentícios, Saúde Pública.Resumo
A ampla utilização de corantes artificiais na indústria alimentícia expõe a população a agentes com potencial para induzir estresse oxidativo, representando um risco particular para portadores da deficiência de G6PD. Objetivo: Mapear a relação entre corantes artificiais e estresse oxidativo em portadores de deficiência de G6PD, a fim de fundamentar a necessidade de uma reforma nas políticas de triagem neonatal e na regulação de aditivos alimentares. Metodologia: Realizou-se uma revisão sistemática nas bases de dados SciELO, LILACS, MEDLINE/PubMed e Scopus. Os critérios de inclusão foram: artigos originais e documentos de políticas públicas que abordassem a relação entre corantes e estresse oxidativo, a fisiopatologia da deficiência de G6PD ou as políticas de triagem neonatal no Brasil e EUA, em português ou inglês. Foram excluídos estudos não disponíveis na íntegra e duplicatas. Resultados: Os achados indicam que corantes artificiais induzem estresse oxidativo em modelos experimentais e que gatilhos oxidativos análogos causam hemólise severa em indivíduos com G6PD, enquanto a análise documental revelou uma falha sistêmica nas políticas de saúde, que permitem a exposição ao risco ao mesmo tempo em que negam o diagnóstico precoce via triagem neonatal universal. Conclusão: A convergência das evidências científicas e das lacunas regulatórias e de saúde pública demonstra ser imperativa a reavaliação das normas sobre aditivos alimentares e a implementação da triagem universal para G6PD, visando a proteção da saúde infantil.
Referências
Al-Bedaywi, R. R.; Salameh, K. M.; Abedin, S.; Viswanathan, B.; Khedr, A. A. & Habboub, L. H. (2024). Glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency and neonatal indirect hyperbilirubinemia: a retrospective cohort study among 40,305 consecutively born babies. Journal of Perinatology, 44(7)k 1035-1041, jul. 2024.
BARDIN, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BRASIL (2018). Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Relatório para Sociedade n. 94: Triagem neonatal para deficiência de enzima desidrogenase de glicose hepática (glicose-6-fosfato desidrogenase, G-6-PD). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018.
BRASIL. (1977). Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos. Resolução CNNPA nº 44, de 1977. Dispõe sobre as condições gerais de elaboração, classificação e uso de corantes em alimentos e bebidas. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 1977.
CALIFORNIA. (2023). Office of the Governor. [Letter regarding the signing of Assembly Bill 418]. Sacramento, CA: Office of the Governor, 07 out. 2023.
Dunford, E. K.; Galligan, T. M.; Taillie, L. S. & Musicus, A. A. (2025). All the Colors of the Rainbow: Synthetic Dyes in US Packaged Foods and Beverages in 2020. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, 25 jun. 2025.
Guerrero-Rubio, M. A.; Hernández-García, S.; García-Carmona, F. & Gandía-Herrero, F. (2023). Consumption of commonly used artificial food dyes increases activity and oxidative stress in the animal model Caenorhabditis elegans. Food Research International, 169, 112925, 01 jul. 2023.
Kuwada, G.; Murakami, A.; Glaser, D. W.; Ingraham, S. E. & Purohit, P. J. (2022). Mothball ingestion in the setting of G6PD deficiency causing severe hemolytic anemia, methemoglobinemia, and multiple organ failure in a toddler. Hawai'i Journal of Health & Social Welfare, 81(1), 3, jan. 2022.
Lee, S. W.; Chaiyakunapruk, N. & Lai, N. M. (2016). What G6PD‐deficient individuals should really avoid. British Journal of Clinical Pharmacology, 83(1), 211, 20 set. 2016.
Lee, S. W.; Lai, N. M.; Chaiyakunapruk, N. & Chong, D. W. (2017). Adverse effects of herbal or dietary supplements in G6PD deficiency: a systematic review. British Journal of Clinical Pharmacology, 83(1), 172-179, jan. 2017.
Mendes, K. D. S.; Silveira, R. C. C. P. & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, 17(4), 758-764, 2008.
Smith, M.(2021). Progress in Genomic Medicine: From Research to Clinical Application. London: Academic Press, 04 nov. 2021.
Trasande, L.; Shaffer, R. M. & Sathyanarayana, S. (2018). Food Additives and Child Health. Pediatrics, 142(2), e20181408, ago. 2018.
U.S. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. (2025). FDA to Revoke Authorization for the Use of Red No. 3 in Food and Ingested Drugs. Washington, D.C.: FDA, 15 jan. 2025.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Jossineide Manuela da Silva Cordeiro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
