Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) no contexto do Parkinson plus
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i12.50188Palavras-chave:
Paralisia Supranuclear Progressiva, Síndromes Parkinson Plus, Tautopatias, Doença de Parkinson Atípica, Doença de Parkinson Atípica.Resumo
Introdução: A Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) é uma doença neurodegenerativa rara do grupo Parkinson Plus, marcada pela deposição anômala de proteína tau em neurônios e glia. Essa tauopatia primária causa degeneração do tronco encefálico, núcleos da base e córtex frontal, resultando em sintomas motores, cognitivos e comportamentais de rápida progressão. O diagnóstico frequentemente tardio reforça sua relevância clínica e científica. Objetivo: Revisar as principais evidências sobre fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da PSP, situando-a entre as síndromes Parkinson Plus e destacando desafios e perspectivas futuras. Materiais e Métodos: Realizou-se uma revisão integrativa nas bases PubMed, SciELO, Cochrane e BVS, utilizando os descritores “Paralisia Supranuclear Progressiva”, “Síndromes Parkinson Plus”, “Tauopatias” e “Doença de Parkinson Atípica”. Incluíram-se artigos de 2005 a 2025, em português, inglês e espanhol, abordando aspectos clínicos, diagnósticos ou terapêuticos da PSP. Resultados e Discussão: A PSP resulta do acúmulo anômalo de isoformas 4R da proteína tau, levando à degeneração difusa, principalmente no mesencéfalo. Clinicamente, manifesta-se por oftalmoparesia supranuclear vertical, rigidez axial precoce, quedas e disfunção cognitiva frontal, com baixa resposta à levodopa. O diagnóstico é clínico, auxiliado por neuroimagem — especialmente o “sinal do beija-flor”. O tratamento é sintomático e multidisciplinar. Terapias anti-tau emergem como promissoras, embora ainda sem eficácia comprovada. Conclusão: A PSP é uma tauopatia de evolução rápida e prognóstico reservado, demandando diagnóstico precoce e manejo integrado. A elucidação de sua fisiopatologia e o desenvolvimento de terapias específicas contra a proteína tau permanecem grandes desafios.
Referências
Ali, F., & Josephs, K. (2018). The diagnosis of progressive supranuclear palsy: Current opinions and challenges. Expert Review of Neurotherapeutics, 18(7), 603–616. https://doi.org/10.1080/14737175.2018.1489241
Balken, I. V., & Litvan, I. (2006). Current and future treatments in progressive supranuclear palsy. Current Treatment Options in Neurology, 8(3), 211–223. https://doi.org/10.1007/s11940-006-0012-z
Ezura, M., Kikuchi, A., Okamura, N., Ishiki, A., Hasegawa, T., Harada, R., Watanuki, S., Funaki, Y., Hiraoka, K., Baba, T., Sugeno, N., Yoshida, S., Kobayashi, J., Kobayashi, M., Tano, O., Ishiyama, S., Nakamura, T., Nakashima, I., Mugikura, S., … Aoki, M. (2021). 18F-THK5351 Positron Emission Tomography Imaging in Neurodegenerative Tauopathies. Frontiers in Aging Neuroscience, 13, 761010. https://doi.org/10.3389/fnagi.2021.761010
Glasmacher, S. A., Leigh, P. N., & Saha, R. A. (2017). Predictors of survival in progressive supranuclear palsy and multiple system atrophy: A systematic review and meta-analysis. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 88(5), 402–411. https://doi.org/10.1136/jnnp-2016-314956
Ichikawa-Escamilla, E., Velasco-Martínez, R. A., & Adalid-Peralta, L. (2024). Progressive Supranuclear Palsy Syndrome: An Overview. IBRO Neuroscience Reports, 16, 598–608. https://doi.org/10.1016/j.ibneur.2024.04.008
Ishiki, A., Harada, R., Okamura, N., Tomita, N., Rowe, C. C., Villemagne, V. L., Yanai, K., Kudo, Y., Arai, H., Furumoto, S., Tashiro, M., & Furukawa, K. (2017). Tau imaging with [18 F] THK ‐5351 in progressive supranuclear palsy. European Journal of Neurology, 24(1), 130–136. https://doi.org/10.1111/ene.13164
Lopez, G., Bayulkem, K., & Hallett, M. (2016). Progressive supranuclear palsy (PSP): Richardson syndrome and other PSP variants. Acta Neurologica Scandinavica, 134(4), 242–249. https://doi.org/10.1111/ane.12546
Lubarsky, M., & Juncos, J. L. (2008). Progressive Supranuclear Palsy: A Current Review. The Neurologist, 14(2), 79–88. https://doi.org/10.1097/NRL.0b013e31815cffc9
Lukic, M. J., Respondek, G., Kurz, C., Compta, Y., Gelpi, E., Ferguson, L. W., Rajput, A., Troakes, C., the MDS‐endorsed PSP study group, Van Swieten, J. C., Giese, A., Roeber, S., Herms, J., Arzberger, T., & Höglinger, G. (2022). Long‐Duration Progressive Supranuclear Palsy: Clinical Course and Pathological Underpinnings. Annals of Neurology, 92(4), 637–649. https://doi.org/10.1002/ana.26455
Moreira, F. F. P., Moreira, I. F. P., Detogni, G., Peixoto, J. S., Pinto, G. S., Andrade, G. M. A., Silveira, S. C. D., Naves, M. E. F., Neves, A. D. S., Coutinho, M. C. C., & Campos, S. C. G. (2025). Paralisia supranuclear progressiva: Manifestações clínicas, aspectos fisiopatológicos, diagnóstico e manejo terapêutico. Brazilian Journal of Health Review, 8(2), e79017. https://doi.org/10.34119/bjhrv8n2-308
Morris, H. R., Wood, N. W., & Lees, A. J. (1999). Progressive supranuclear palsy (Steele-Richardson-Olszewski disease). Postgraduate Medical Journal, 75(888), 579–584. https://doi.org/10.1136/pgmj.75.888.579
Nikolaus, S., Antke, C., & Müller, H.-W. (2009). In vivo imaging of synaptic function in the central nervous system. Behavioural Brain Research, 204(1), 1–31. https://doi.org/10.1016/j.bbr.2009.06.008
Pan, P., Liu, Y., Zhang, Y., Zhao, H., Ye, X., & Xu, Y. (2017). Brain gray matter abnormalities in progressive supranuclear palsy revisited. Oncotarget, 8(46), 80941–80955. https://doi.org/10.18632/oncotarget.20895
Parmera, J. B., Oliveira, M. C. B. D., Rodrigues, R. D., & Coutinho, A. M. (2022). Progressive supranuclear palsy and corticobasal degeneration: Novel clinical concepts and advances in biomarkers. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 80(5 suppl 1), 126–136. https://doi.org/10.1590/0004-282x-anp-2022-s134
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J. & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da Pesquisa Científica. Santa Maria: Editora da UFSM
Rampello, L., Buttà, V., Raffaele, R., Vecchio, I., Battaglia, G., Cormaci, G., & Alvano, A. (2005). Progressive supranuclear palsy: A systematic review. Neurobiology of Disease, 20(2), 179–186. https://doi.org/10.1016/j.nbd.2005.03.013
Respondek, G., & Höglinger, G. U. (2016). The phenotypic spectrum of progressive supranuclear palsy. Parkinsonism & Related Disorders, 22, S34–S36. https://doi.org/10.1016/j.parkreldis.2015.09.041
Sale, P., Stocchi, F., Galafate, D., De Pandis, M. F., Le Pera, D., Sova, I., Galli, M., Foti, C., & Franceschini, M. (2014). Effects of robot assisted gait training in progressive supranuclear palsy (PSP): A preliminary report. Frontiers in Human Neuroscience, 8. https://doi.org/10.3389/fnhum.2014.00207
Snyder, H. (2019). Literature review as a research methodology: An overview and guidelines. Journal of Business Research. 104, 333–9.
Williams, D. R., Holton, J. L., Strand, C., Pittman, A., De Silva, R., Lees, A. J., & Revesz, T. (2007a). Pathological tau burden and distribution distinguishes progressive supranuclear palsy-parkinsonism from Richardson’s syndrome. Brain, 130(6), 1566–1576. https://doi.org/10.1093/brain/awm104
Williams, D. R., Holton, J. L., Strand, C., Pittman, A., De Silva, R., Lees, A. J., & Revesz, T. (2007b). Pathological tau burden and distribution distinguishes progressive supranuclear palsy-parkinsonism from Richardson’s syndrome. Brain, 130(6), 1566–1576. https://doi.org/10.1093/brain/awm104
Williams, D. R., & Lees, A. J. (2009). Progressive supranuclear palsy: Clinicopathological concepts and diagnostic challenges. The Lancet Neurology, 8(3), 270–279. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(09)70042-0
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Leonardo Lopes Andrade, Ana Luisa Carvalho Carpinteiro, Fernanda Lopes Valário, Camila Nascimento Vedovato, João Victor Travizanutto de Oliveira César, Hugo Carvalho Altomare

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
