Adoecimentos e afastamentos laborais em trabalhadores municipais: Um estudo transversal no extremo sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15141Palavras-chave:
Absenteísmo, Setor público, Doenças profissionais, Saúde do trabalhador.Resumo
Objetivo: Identificar os afastamentos laborais, concedidos por licenças saúde, justificados por adoecimentos e agravos de trabalhadores de secretarias do setor público municipal, no extremo sul do Brasil. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa transversal descritiva e analítica, com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi extraída de um banco do Setor de Saúde Ocupacional do município do estudo. Na análise prévia dos dados, foi aplicada a estatística descritiva. Por se tratar de dados secundários, foram respeitadas as diretrizes éticas do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: Dos 4.120 afastamentos laborais dos servidores municipais, por licença saúde, 52,6% foram de servidores professores; constatou-se que, não obstante os afastamentos laborais, tenham sido justificados por até 6 diagnósticos, codificados segundo a classificação internacional de doenças, 95,6% foram anotados por um diagnóstico; do conjunto de doenças anotadas nas licenças saúde, 68% se enquadraram em 5 grupos da classificação internacional das doenças: “Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde”; “Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo”; “Doenças do Aparelho Respiratório”; “Doenças do Aparelho Digestivo”; e “Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos e de Laboratório; quando considerado o código da categoria da classificação internacional, o enquadramento do conjunto de doenças abrangeu 367 categorias. Conclusão: Espera-se contribuir para o desenvolvimento de estratégias de gestão que visem a segurança e as condições saudáveis do trabalhador e dos ambientes laborais.
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