Desagregação de chuva diária para o Estado da Bahia, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23513

Palavras-chave:

Curta duração, Hidrologia, Precipitação.

Resumo

As chuvas intensas são caracterizadas por sua distribuição temporal e espacial peculiarmente irregular. A precipitação máxima registrada durante um intervalo de 24 horas, iniciando a qualquer momento, será definida como precipitação máxima de 24 horas. Não deve ser confundida com a precipitação de 1 dia que se refere à precipitação máxima observada em 1 dia, sempre coletada no mesmo horário, considerada aqui das 9h às 9h do dia seguinte. O objetivo deste trabalho é determinar constantes de desagregação de chuvas intensas para o estado da Bahia a partir de 19 séries históricas pluviográficas comparando-as com os coeficientes obtidos para outras regiões do Brasil. Para a modelagem da frequência das chuvas intensas de diferentes durações foi empregada a distribuição de probabilidades. Para a determinação das constantes de desagregação, utiliza-se o método das relações de durações. Este método consiste em dois aspectos: a) a tendência das curvas de probabilidade de diferentes durações manterem-se paralelas entre si; e b) para diferentes locais, existe uma grande similaridade nas relações entre precipitações médias máximas de diferentes relações. Foram obtidas as seguintes constantes de desagregação médias para o estado da Bahia: h10min/h30min = 0,48; h20min/h30min = 0,79; h30min/h1h = 0,74; h40min/h1h = 0,87; h50min/h1h = 0,94; h1h/h24h = 0,59; h2h/h24h = 0,69; h3h/h24h = 0,76; h4h/h24h = 0,80; h6h/h24h = 0,85 e h12h/h24h = 0,92. Tais constantes constituem-se em importante ferramenta para aplicações que demandem a estimativa de chuvas intensas de curta duração no estado da Bahia.

Biografia do Autor

  • Marcelo Ribeiro Viola, Universidade Federal de Lavras

    Graduado em Engenharia Agrícola (2006), com mestrado em Engenharia Agrícola (2008) e doutorado em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas (2011) pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Iniciou a carreira docente em 2010 no curso de Eng. Florestal da Universidade Federal do Tocantins, campus Gurupi, e redistribuiu-se para a UFLA em 2014. É docente associado do Departamento de Recursos Hídricos (DRH/UFLA), ministrando a disciplina Fundamentos de Hidrologia e Manejo de Bacias Hidrográficas para a graduação, e as disciplinas Bases para Simulação Hidrológica e Modelagem Hidrológica para a pós-graduação. Foi coordenador do Núcleo de Eng. de Água e Solo (DEG/UFLA) entre 2016 e 2017, coordenador do Laboratório de Hidrologia Ambiental (DRH/UFLA) entre 2017 e 2021, e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos (PPGRH/UFLA) entre 2019 e 2021. É bolsista produtividade em pesquisa nível 2 do CNPq desde 2016, consultor científico na área de hidrologia e editor da área Watershed Processes and Modeling do periódico Journal of the American Water Resources Association (JAWRA). Desenvolve projetos de pesquisa nas temáticas de modelagem hidrológica, monitoramento hidrológico e sensoriamento remoto aplicado a hidrologia. Tem interesse na área de Engenharia Agrícola, especialmente em Engenharia de Água e Solo e Gestão de Recursos Hídricos.

  • Marco Antonio Vieira Morais, Instituto Federal do Mato Grosso

    Doutor em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas (UFLA/PPGRHSA), Mestre em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF, 2010), Especialista em Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (CEFET-MT, 2007), Graduado em Tecnologia em Gestão Ambiental pelo CEFET-Goiás (2004); Atualmente é Professor de EBTT/EPT do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus Barra do Garças. Atuando principalmente nos seguintes temas: Desenvolvimento Sustentável, Avaliação de Impactos Ambientais, Assentamentos Rurais, Hidrologia, Simulação Hidrológica, Estatística Aplicada e Redes Neurais Artificiais.

  • José Alberto Ferreira Cardoso, Instituto Federal do Tocantins

    Engenheiro Agrícola, Graduado pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. (Bolsista de Iniciação Cientifica nas áreas de Irrigação e Drenagem; Manejo de Água e Solo na Irrigação com Águas Salinas; e Construções Rurais e Ambiência). Mestrado em Engenharia Agrícola, Linha de Pesquisa: Engenharia de Água e Solo - Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Doutorado em Engenharia Agrícola, Linha de Pesquisa: Irrigação e Drenagem - Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. Professor EBTT no IFTO nos cursos da Engenharia Agronômica e Técnico Agropecuária, onde leciono as disciplinas de Hidráulica, Irrigação e Drenagem, Física do solo, Hidrologia, Agrometeorologia, Mecanização Agrícola, Tecnologia de Aplicação de defensivos, entre outras.

  • Ítalo Cordeiro Silva Lima, Instituto Federal do Tocantins

    Graduado e Mestre em Zootecnia pela Universidade Federal do Ceará - UFC. Atualmente é Prof. do E.B.T.T do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO), Campus Dianópolis e Doutorando no Programa de Ciência Animal Tropical - UFT (2020-2024), bem como, líder do Grupo de Pesquisa cadastrado no CNPq intitulado "Núcleo de Ensino, Pesquisa em Sistemas Integrados" .

  • Wallacy Borges Ferreira, Instituto Federal do Tocantins

    Especialização em Docência do Ensino em Geografia 2015, Graduação em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás

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Publicado

2021-12-11

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas

Como Citar

Desagregação de chuva diária para o Estado da Bahia, Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 16, p. e197101623513, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i16.23513. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/23513. Acesso em: 5 dez. 2025.