Caracterização físico-química de farinha de algaroba e sua utilização na panificação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33246

Palavras-chave:

Prosopis juliflora, Desenvolvimento de produto, Composição nutricional, Tecnologia ambiental, Análise sensorial, Nutrição.

Resumo

Introdução: A disseminação de informações sobre os riscos de consumo de ultraprocessados e também sobre opções mais saudáveis, como os alimentos fortificados, tem crescido entre a população em geral. A farinha obtida da algaroba se mostra uma alternativa viável para ser empregada em alimentos de panificação. Objetivo: Analisar a composição nutricional da farinha de vagem de algaroba, desenvolvendo pães com o referido produto e observando sua aceitação por parte de prováveis consumidores. Metodologia: A farinha foi obtida por processo de secagem e trituração, seguindo para as análises de macronutrientes, umidade, fibra bruta, cinzas, cálcio e ferro. Resultados: Os resultados físico-químicos tiveram destaque para proteínas 8,85%, fibra bruta 12,65%, lipídeos 0,31%, cálcio 182,0 mg/100g e ferro 6,0 mg/100g. Além de resultados expressivos comparados a outras farinhas para fenólicos totais, flavonoides totais e taninos, sendo 11,73; 1,76 e 4,83 mg/g, respectivamente. A análise sensorial demonstrou que as formulações de pães com a nova farinha não apresentaram diferença significativa entre os atributos comparando a padrão. Em relação aos componentes, cinzas e cálcio apresentaram diferença significativa também nessas duas amostras. Conclui-se dessa forma que valores de fibras, minerais e compostos fenólicos na farinha são atrativos para o controle da saúde intestinal, combate aos radicais livres e ingestão adequada de micronutrientes, de acordo com a literatura. Conclusão: A elaboração das formulações de pães utilizando a referida farinha obteve aceitação por parte de possíveis consumidores, assim como pães tradicionais de farinha de trigo são aceitos. Sendo dessa forma, uma boa alternativa de farinha.

Biografia do Autor

  • Laís Alanna de Sá Jardim, Universidade de Pernambuco

    Bacharel em Nutrição pela Universidade de Pernambuco - Campus Petrolina (2017). Pós-graduada em Nutrição Clínica pela Faculdade Dom Bosco (PR) em 2020. Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental pelo PPGCTA da Universidade de Pernambuco (2022). 

  • Marianne Louise Marinho Mendes, Universidade de Pernambuco

    Bacharel em Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB, 2002), Mestre em Ciência e Tecnologia dos Alimentos (UFPB, 2004) e Doutora em Ciência e Tecnologia dos Alimentos (UFPB, 2011). Professora Adjunta da Universidade de Pernambuco (UPE), Campus Petrolina, atuando no curso de graduação em Nutrição e no Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares PPGFPPI (Mestrado Profissional). Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental para o Semiárido da UPE. Coordenadora do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análise de Alimentos-LEPAA da UPE Campus Petrolina. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Bioquímica e Química dos Alimentos, Bromatologia, Tecnologia dos Alimentos, Análise Sensorial dos Alimentos, Alimentos Funcionais, qualidade de Vida, doenças crônicas não-transmissíveis, educação em saúde. 

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Publicado

2022-08-15

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas

Como Citar

Caracterização físico-química de farinha de algaroba e sua utilização na panificação. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 11, p. e70111133246, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i11.33246. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/33246. Acesso em: 5 dez. 2025.