A educação médica e a atenção à saúde da população LGBTQIA+

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35398

Palavras-chave:

Atenção à saúde, LGBTQIA , Educação médica, Formação em saúde.

Resumo

A população LGBTQIA+ é um grupo marginalizado na sociedade contemporânea. Os obstáculos aos quais são expostos, cotidianamente, promovem vulnerabilidades, inclusive relacionadas ao acesso no contexto da atenção à saúde. Ainda, são comuns equívocos profissionais durante atendimentos realizados com pessoas LGBTQIA+ e, portanto, devem ser problematizados no campo da educação médica. Portanto, este manuscrito tensiona a educação médica e as práticas de saúde direcionadas a essas pessoas. Revisão narrativa, por meio de plataformas científicas, e análise qualitativa da literatura selecionada. Foram utilizados 16 textos relacionados à temática. Destaca-se a invisibilidade de dados que orientem melhores práticas profissionais e fortaleçam as políticas públicas direcionadas ao grupo. Observa-se que a população LGBTQIA+ é comumente marginalizada na atenção à saúde, devido a práticas profissionais inadequadas. Como causa, a formação médica se destaca, tanto pelos currículos que envolvem as escolas médicas quanto pelas práticas docentes que desconsideram o assunto. A garantia de atenção à saúde adequada pode promover melhorias acerca das experiências vividas pela população LGBTQIA+, vistas suas demandas de saúde e enfrentamentos em seus cotidianos. O suporte sanitário deve considerar demandas específicas, especialmente relacionadas à promoção da saúde. A educação médica deve ser transformada de modo a assegurar que profissionais da Medicina atuem adequadamente junto à população LGBTQIA+. A falta de dados consistentes sobre a população em discussão prejudica políticas públicas e práticas de saúde. Associado a isso, o tema recebe pouca atenção em cursos de educação médica, fato que indica a necessidade de mudanças nos currículos e nas ações didáticas de docentes. 

Biografia do Autor

  • Isadora Fussiger Theissen , Universidade de Santa Cruz do Sul

    Curso de Medicina, Universidade de Santa Cruz do Sul - Unisc

  • Isabela Frighetto, Universidade de Santa Cruz do Sul

    Curso de Medicina, Universidade de Santa Cruz do Sul

  • Janaína Carine Beling, Universidade de Santa Cruz do Sul

    Curso de Medicina, Universidade de Santa Cruz do Sul

  • Catiane Kelly Schaefer, Universidade de Santa Cruz do Sul

    Universidade de Santa Cruz do Sul, Brasil

Referências

Almeida, I. C., et al. (2021). Discursos e condutas da formação médica: problematizando ações do profissional na assistência à saúde da população LGBTQIA+. Anais da II Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc. https://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/mostraextensaounisc/article/view/21695.

ABLGBTT. (2016). Secretaria da Educação do Estado do Paraná. Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil. Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBTT). http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2016/08/IAE-Brasil-Web-3-1.pdf

Átila, M. L., et al. (2019). Atributos da Atenção Primária à Saúde e ferramentas de Medicina de Família no atendimento às diversidades sexual e de gênero: Relato de caso. Revista Brasileira de Medicina da Família e Comunidade. 144: 41. https://doi.org/10.5712/rbmfc14(41)1785.

Barchin, V. F., et al. (2021) Percepção de alunos de graduação da área da saúde acerca da abordagem sobre a saúde de LGBTI+. O Mundo Da Saúde, 45. https://doi.org/10.15343/0104-7809.202145175186

Bezerra, M. V. R. et al. (2019). Política de saúde LGBT e sua invisibilidade nas publicações em saúde coletiva. Saúde em Debate, 43:8, 305-323. https://doi.org/10.1590/0103-11042019S822.

Brasil. Portaria no. 2.836 de 1o de dezembro de 2012. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2836_01_12_2011.html

Bordiano, G., et al. (2021). COVID-19, vulnerabilidade social e saúde mental das populações LGBTQIA+. Cad. Saúde Pública, 37:3. https://doi.org/10.1590/0102-311X00287220.

Carvalho, A. A., & Barreto, R. C. V. (2021). A invisibilidade das pessoas LGBTQIA+ nas bases de dados: novas possibilidades na Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Ciência e Saúde Coletiva, 26:09. https://doi.org/10.1590/1413-81232021269.12002021

Darsie, C., et al. (2021). Covid-19, o Sistema Único de Saúde e o difícil enfrentamento da doença no Brasil. Interrogações às políticas públicas sobre travessias e tessituras do pesquisar. Porto Alegre: Abrapso Editora.

Darsie, C., et al. (2022). Educação e saúde: reflexos e experiências educativas. Santa Cruz: EDUNISC. https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/3355/1/Educa%c3%a7%c3%a3o%20e%20sa%c3%bade.pdf

Fundação Getúlio Vargas (FGV). Dados públicos sobre violência homofóbica no Brasil: 28 anos de combate ao preconceito. http://dapp.fgv.br/dados-publicos-sobre-violencia-homofobica-no-brasil-28-anos-de-combate-ao-preconceito/

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). IBGE divulgará em maio PNS com pergunta sobre orientação sexual. https://censos.ibge.gov.br/novo-portal-destaques/33302-ibge-divulgara-em-maio-pns-com-pergunta-sobre-orientacao-sexual.html.

Loria, G. B., et al. (2019). Saúde da população LGBT+ no contexto da atenção primária em saúde: relato de oficina realizada no internato integrado de Medicina de Família e Comunidade/Saúde Mental em uma universidade pública. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade 14:41. https://doi.org/10.5712/rbmfc14(41)1807

Mariano, A. M., & Santos, M. R. (2017). Revisão da Literatura: Apresentação de uma Abordagem Integradora. AEDEM International Conference - Economy, Business and Uncertainty: ideas for a European and Mediterranean industrial policy? Reggio Calabria (Italia).

Menezes, M. S., Lima, J. G., Santos, S. M. C. (2021) Saúde como direito humano da população LGBTQIA+. Sempesq - Semana de Pesquisa da Unit - Alagoas, 9. https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/15268.

Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais: Secretária de Gestão Estratégica e Participativa – Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Brasília, 2013. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf

Miranda, T. S., et al. (2020). Disparidades em saúde da população LGBTQIA+: a atuação médica frente a este cenário. Revista Eletrônica Acervo Científico, 13. https://doi.org/10.25248/reac.e4872.2020

Moia, L. J. M. P., et al. (2017). Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: perfil e capacitação pedagógica do docente do curso de medicina. Interdisciplinary Journal of Health Education, 2:1. https://doi.org/10.4322/ijhe.2016.012

Moraes, M. A., Borges, J. L. D. J., & Santos, J. E. D. S. (2021). Saúde mental da população LGBTQIA+: violências, preconceitos e suas consequências. Brazilian Journal of Development, 7:6. Available on: https://doi.org/10.34117/bjdv7n6-269.

Moretti-Pires, R. O., et al. (2019). Preconceito contra Diversidade Sexual e de Gênero entre Estudantes de Medicina de 1º ao 8º Semestre de um Curso da Região Sul do Brasil. Revista Brasileira de Educação Médica 43:1. https://doi.org/10.1590/1981-5271v43suplemento1-20190076.ING

Negreiros, F. R. N., et al. (2019). Saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais: da Formação Médica à Atuação Profissional. Revista Brasileira de Educação Médica, 43:1, 23–31. https://doi.org/10.1590/1981-52712015v43n1RB20180075.

Oliveira, D. C. (2020). Representatividade da população LGBTQIA+ nas pesquisas epidemiológicas, no contexto da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais: ampliar a produção de conhecimento no SUS para a justiça social. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 31:1. https://doi.org/10.1590/S1679-49742022000100030

Paranhos, W. R., Willerding, I. A. V., & Lapolli, E. M. (2021). Formação dos profissionais de saúde para o atendimento de LGBTQI+. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 25. Available on: https://doi.org/10.1590/interface.200684.

Paulino, D. B., Rasera, E. F., & Teixeira, F. B. (2019). Discursos sobre o cuidado em saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais (LGBT) entre médicas(os) da Estratégia Saúde da Família. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 23. https://doi.org/10.1590/Interface.180279

Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 2019. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101758.pdf

Santos, J. S., Silva, R. N., & Ferreira, M. A. (2019). Health of the LGBTI+ Population in Primary Health Care and the Insertion of Nursing. Escola Anna Nery, 23:4. https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0162

Thomazi, G. L., et al. (2022). A promoção da saúde em profissionais do sexo como acontecimento educativo: afirmação das vidas e produção de cultura. In: Camilo Darsie; Cristianne Maria Famer Rocha; Marcelo Carneiro; Maria Cristiane Barbosa Galvão. (Org.). Educação e saúde: reflexos e experiências educativas. Santa Cruz: EDUNISC. https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/3355/1/Educa%c3%a7%c3%a3o%20e%20sa%c3%bade.pdf

Transgender Europe (TGEU). (2018). TMM Update trans day of remembrance 2018. Berlin, Germany: Transgender Europe (TGEU). https://transrespect.org/en/tmm-update-trans-day-of-remembrance-2018.

Valenzuela-Valenzuela, A. V., & Cartes-Velásquez, R. (2020). Ausencia de perspectiva de género en la educación médica. Implicaciones en pacientes mujeres y LGBT+, estudiantes y profesores. Latreia, 33:1. Available on: https://doi.org/10.17533/udea.iatreia.32

Veiga, I. P. A., & Silva, E. F. (2020). Docência na educação superior: problematizadora e tecnocientífica. Revista Diálogo Educacional, 20:65. https://doi.org/10.7213/1981-416X.20.065.DS04

Downloads

Publicado

2022-10-04

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais

Como Citar

A educação médica e a atenção à saúde da população LGBTQIA+. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 13, p. e171111335398, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i13.35398. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/35398. Acesso em: 5 dez. 2025.