Ensaio sobre desigualdade de renda no Nordeste brasileiro à luz das hipóteses de Kuznets e do N em 1991, 2000 e 2010

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36762

Palavras-chave:

Nordeste, Desigualdade de renda, Hipótese de Kuznets, Hipótese do N.

Resumo

Para além da intensa desigualdade de renda no Brasil, o país ainda apresenta uma crítica discrepância entre as regiões. Diante desse cenário, o objetivo deste trabalho foi verificar como a desigualdade de renda e o nível de renda per capita se relacionaram na Região Nordeste, para os anos de 1991, 2000 a 2010, à luz das hipóteses de Kuznets e do N. Para isso, utilizou-se dados em painel com frequência anual para as 26 unidades de federação brasileiras e o Distrito Federal. Foram analisadas se as relações entre os indicadores de desigualdade e o crescimento econômico teriam o formato de um “U invertido” como defende a hipótese de Kuznets ou o formato próximo a um N. Foi empregada a renda em nível cúbico conforme defendem trabalhos mais modernos que contestam a teoria de Kuznets. Nas estimações para a Região Nordeste, os coeficientes associados ao polinômio de 3º grau da renda per capita são significativos e com os sinais previstos para consolidar a hipótese do N. Podendo-se inferir, então, que o crescimento em certo estágio até pode reduzir desigualdades sociais, mas essas tendem a aumentar novamente.

Biografia do Autor

  • Lillyane Maria Galindo Teixeira de Oliveira, Universidade Federal de Pernambuco

    Bacharel em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco.

  • Andreza Daniela Pontes Lucas, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutora em Economia. Professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)/Núcleo de Gestão.

Referências

Acemoglu, D., & James, A. R. (2002). The Political Economy of the Kuznets Curve. Review of Development Economics, 6 (2): 183-203. https://wcfia.harvard.edu/files/wcfia/files/908_jr_kuznets.pdf.

Adelman, I., & Morris, C. (1973). Economic growth and social equity in developing economies. Stanford University Press, 1. https://www.jstor.org/stable/532535.

Barbosa, W., et al. (2017). Uma análise da curva de Kuznets para os municípios brasileiros (1991, 2000, 2010). Economia & Região, 5 (1): 65-83, Londrina, jul-dez.https://doi.org/10.5433/2317-627X.2017v5n2p65.

Barreto, F. A. F. D., Jorge Neto, P. M., & Tebaldi, E. (2001). Desigualdade de renda e crescimento econômico no Nordeste brasileiro. Revista econômica do Nordeste, Fortaleza, 32: 842-859. https://www.academia.edu/23533655/Desigualdade_de_renda_e_crescimento_econ%C3%B4mico_no_nordeste_brasileiro.

Barreto, R. C., et al. (2010). Convergência espacial do PIB per capita no estado do Ceará. Revista de Economia, 3 (36), Universidade Federal do Paraná, Paraná, Brasil. https://revistas.ufpr.br/economia/article/view/14594.

Barros, L. C., & Gomes, F. A. R. (2008). Desigualdade e Desenvolvimento: a hipótese de Kuznets é válida para os municípios brasileiros? Revista Análise Econômica, Porto Alegre, 26 (50): 57-81. https://seer.ufrgs.br/index.php/AnaliseEconomica/article/view/10910.

Barro, R. J. (2000). Inequality and growth in a panel of countries. Journal of Economic Growth, 5, 5-32. https://link.springer.com/article/10.1023/A:1009850119329.

Bêrni, D. A., Marquetti, A., & Kloeckmer, R. (2002). A desigualdade econômica do Rio Grande do Sul: primeiras investigações sobre a curva de Kuznets. In: Anais do Encontro de Economia Gaúcha. Porto Alegre-RS. https://cdn.fee.tche.br/eeg/1/mesa_3_berni_marquetti_kloeckner.pdf.

Boletim Desigualdade nas Metrópoles. (2021). 4. https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/wp-content/uploads/2021/07/BOLETIM_DESIGUALDADE-NAS-METROPOLES_04.pdf.

Bourguignon, F. (2015). Appraising income inequality databases in Latin America, Journal of Economic Inequality, 4 (13), Springer Science and Business Media, Nova Iorque, Estados Unidos do America. 10.1007/s10888-015-9304-4.

Campello, T., & Gentilli, P. (2017). As múltiplas faces da desigualdade. In T. Campello (Ed.), Faces da desigualdade no Brasil (pp. 10-16). Agenda Igualdade, Rio de Janeiro.

Cavalieri, C. H., & Pazello, E. T. (2005). Efeito distributivo das políticas sociais. In: Biderman, C. & Arvate, P. Economia do Setor Público no Brasil. Cap 18, 339-363, Campus/FGV.

Candea, B. R., et al. (2016). Econometria Cross-Section: Análise para fins educacionais do tipo Cross-Country dos indicadores de WDI do Banco Mundial. https://doi.org/10.13140/RG.2.2.36367.23204.

Cifuentes, J. E. M., & Braga, L. M. M. (2017). O programa bolsa família e a diminuição da pobreza no estado do Tocantins Brasil - 2003 a 2015. Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales. https://www.eumed.net/rev/cccss/2017/03/pobreza-tocantins-brasil.html.

Chiang, A. (1982). Matemática para Economistas. Tradutor Roberto Campos Moraes. McGraw-Hill do Brasil: Editora da Universidade de São Paulo.

Forbes, K. J. (2000). A Reassessment of the Relationship between Inequality and Growth. American Economic Review, 90 (4): 869-887. https://doi.org/ 10.1257/aer.90.4.869.

Furstenau, C. R., & Wink Júnior, M. V. (2016). Medidas de extrema pobreza no Brasil, nas Grandes Regiões e no Rio Grande do Sul: uma análise com os dados da PNAD de 2011 a 2014. Indic. Econ. FEE, 43 (4): 79-90. https://revistas.planejamento.rs.gov.br/index.php/indicadores/article/view/3722.

Gazonato, M. C., et al. (2014). Desigualdade de Renda no Brasil: uma análise da convergência da renda per capita dos estados para o período de 1994 e 2010, Revista de Economia, 2 (40), Universidade Federal do Paraná, Paraná, Brasil. https://revistas.ufpr.br/economia/article/viewFile/38486/26021.

Giddens, A. (2005). Sociologia. Tradução Sandra Regina Netz. (4a ed.): Artmed.

Guarin G., et al. (2012). La Curva De Kuznets: Un Análisis De Panel De Datos Para El Periodo 1989-2006. Perf. De Coyunt. Econ. [Online], 20: 41-55. https://ideas.repec.org/a/col/000165/014736.html.

Haque, M. (2009). Economic Development and Its Effect on Income Distribution: Evidence from Australia. Journal of Centrum Cathedra, 2 (2): 32-41, 2009. https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1470305#.

IBGE. (2019). Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2019. Coordenação de População e Indicadores Sociais. - Rio de Janeiro. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101678.pdf.

IBGE. (2019). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019. Rendimento de todas as fontes 2019. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html?=&t=destaques.

IBGE. (2018). Pesquisa de orçamentos familiares: 2017-2018: perfil das despesas no Brasil: indicadores selecionados. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro. https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101761.

Kakwani, N. E. M. P. (2000). What is pro-poor growth? Asian Development Review, 1 (18): 1-16, Development Bank, Asian. https://mpra.ub.uni-muenchen.de/104987/1/What.

Katz, L., & Murphy, K. (1992). Changes in relative wages, 1963-1987: supply and demand factors. Quarterly Journal of Economics, 107(1): 35-78. https://doi.org/10.2307/2118323.

Kerstenetzky, C. (2021). Desigualdade econômica: por que se importar com ela? Centro de Estudos sobre Desigualdade e Desenvolvimento – CEDE (Texto para Discussão 165). https://cede.uff.br/wp-content/uploads/sites/251/2021/09/TD-165-KERSTENETZKY-C.-2021.-Desigualdade-economica.-Porque-se-importar-com-ela.pdf.

Khan, M., et al. (2014). Global estimates of growth-inequality-poverty (GIP) triangle: evidence from World Bank’s classification countries, Quality and Quantity, 5 (48), Springer Science, Alemanha. https://www.springerprofessional.de/global-estimates-of-growth-inequality-poverty-gip-triangle-evide/5700838.

Kuznets, S. (1955). Economic Growth and Income Inequality. American Economic Review, 45: 1-28. Disponível em https://assets.aeaweb.org/asset-server/files/9438.pdf.

List, J. A., & Gallet, C. A. (1999). The Kuznets curve: what happens after the inverted-U. Review of Development Economics, 3 (2): 200-206. https://fieldexperiments-papers2.s3.amazonaws.com/papers/00529.pdf.

Neri, M., & Osorio, M. C. (2019). Bolsa Família, tempo na escola e motivações estudantis. Revista de Administração Pública, 53 (5), 859-878, Rio de Janeiro. https://doi.org/10.1590/0034-761220180267.

Oliveira, L. M. G., Ferreira, M. O., & Lucas, A. D. P. (2020). Um ensaio sobre desigualdade e pobreza no Nordeste brasileiro à luz da hipótese de Kuznets. Pesquisa & Debate, 32, 2 (58): 156-179. https://revistas.pucsp.br/rpe/article/view/49982.

Panizza, U. (2002). Income Inequality and Economic Growth: Evidence from American Data. Journal of Economic Growth 7, 25–41. https://link.springer.com/article/10.1023/A:1013414509803.

Paula, L. G. N., & Saiani, C. C. S. (2019). Relação desigualdade-renda no Brasil e em suas regiões: hipóteses da curva de Kuznets e do “N” para indicadores municipais em múltiplas dimensões. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, 13 (1): 45-7. https://revistaaber.org.br/rberu/article/view/372.

Penna, C. M., et al. (2013). Trabalho, transferências e desigualdade: a Curva de Kuznets para o Nordeste. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, 7 (2): 34-51. https://www.revistaaber.org.br/rberu/article/view/96.

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. (2004). http://www.ibge.gov.br.

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. (2006). http://www.ibge.gov.br.

Piketty, T. (2014). O capital no século XXI. Intrínseca, Rio de Janeiro.

PNUD (2020). Iniciativa para a Pobreza e Desenvolvimento Humano de Oxford. Global Multidimensional Poverty Index 2020: Charting Pathways out of Multidimensional Poverty. Achieving the SDGs. Nova Iorque. http://hdr.undp.org/sites/default/files/2020_mpi_ report_en.pdf.

Ravallion, M. (2004). Pro-poor growth: a Primer, Policy Research, Working Papers, 3242, World Bank, Washington, Estados Unidos do América. https://documents1.worldbank.org/curated/en/358321468761705849/pdf/wps3242growth.pdf.

Raworth, K. (2019). Economia Donut: uma alternativa ao crescimento a qualquer custo. (1ª.ed.): Zahar.

Reinaldo, L. M. (2017). Estimação clássica e bayesiana para dados em painel. Universidade de Brasília/Programa de Pós-graduação em Estatística do Instituto de Ciências Exatas (Dissertação de Mestrado), Brasília. https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/24516/1/2017_LucianaMouraReinaldo.pdf.

Rocha, S. (2003). Pobreza no Brasil. Afinal, de que se trata? Editora FGV.

Saiani, C. C. S., et al. (2013). Desigualdade de acesso a serviços de saneamento ambiental nos municípios brasileiros: evidências de uma Curva de Kuznets e de uma Seletividade Hierárquica das Políticas? Nova Economia, 23 (3). https://revistas.face.ufmg.br/index.php/novaeconomia/article/view/2477.

Saiani, C. C. S., Toneto Junior, R., & Dourado, J. A. (2013). Déficit de acesso a serviços de saneamento ambiental: evidências de uma Curva Ambiental de Kuznets para o caso dos municípios brasileiros? Economia e Sociedade [online]. 22 (3): 791-824. https://doi.org/10.1590/S0104-06182013000300008.

Salvato, M. A., et al. (2006). Crescimento e desigualdade: evidências da Curva de Kuznets para os municípios de Minas Gerais – 1991/2000. Revista Economia & Gestão, v. 6, n. 13, p. 1-16. http://periodicos.pucminas.br/index.php/economiaegestao/article/view/24.

Santos, P. L., et al. (2021). Desigualdade de renda, pobreza, crescimento econômico e indústria no Brasil: relações de curto e longo prazos via modelos ARDL. V Encontro Nacional de Economia Industrial, 8 (2), Anais... https://www.proceedings.blucher.com.br/article-details/desigualdade-de-renda-pobreza-crescimento-econmico-e-indstria-no-brasil-relaes-de-curto-e-longo-prazos-via-modelos-ardl-36281.

Simon, C. P., Blume, L., & Doering, C. I. Matemática para economistas. Bookman, 2004.

Silva, A. C., et al. (2011). Pobreza no Brasil: aspectos conceituais e o processo de construção histórica. V Jornada Internacional de Políticas Públicas, Anais... l, 9. https://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2011/CdVjornada/JORNADA_EIXO_2011/DESIGUALDADES_SOCIAIS_E_POBREZA/POBREZA_NO_BRASIL_ASPECTOS_CONCEITUAIS_E_O_PROCESSO_DE_CONSTRUCAO_HISTORICA.pdf.

Silva, B. C. (2022). Pobreza no Brasil: uma análise a partir da renda e das despesas das famílias. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Programa de Pós-Graduação em Economia (Dissertação de Mestrado), Araraquara, São Paulo. https://agendapos.fclar.unesp.br/agenda-pos/economia/5844.pdf.

Soave, G. P., et al. (2020). Desigualdade e desenvolvimento: revisitando a hipótese de Kuznets após a redução da desigualdade nos municípios brasileiros. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, 13 (4): 581-605. https://revistaaber.org.br/rberu/article/view/532.

Tabosa, F. J. S., et al. (2016). Reexaminando a Curva de Kuznets: evidências para o Brasil no período de 1981-2009. Redes (Online), 21 (2): 245-266. http://dx.doi.org/10.17058/redes.v21i2.5246.

Taques, H. F., & Mazzutti, C. C. T. P. C. (2010). Qual a relação entre desigualdade de renda e nível de renda per capita? Testando a hipótese de Kuznets para as unidades federativas brasileiras. Planejamento e Políticas Públicas, 35, jul-dez. https://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/206.

Thorbecke, E. (2013). The interrelationship linking growth, inequality and poverty in sub-Saharan Africa, Journal of African Economies, 1 (22), Oxford Academic, Centre for the study of African Economies, Oxford, Inglaterra, 2013. https://econpapers.repec.org/article/oupjafrec/v_3a22_3ay_3a2013_3ai_3asuppl_5f1_3ap_3a-i48.htm.

Voitchovsky, S. (2005). Does the Profile of Income Inequality Matter for Economic Growth? Distinguishing between the effects of inequality in different parts of the income distribution. Journal of Economic Growth. https://www.jstor.org/stable/40216078.

World Bank. (2020). Poverty and Shared Prosperity Report. Reversals Of Fortune, The World Bank Group.

Downloads

Publicado

2022-11-17

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais

Como Citar

Ensaio sobre desigualdade de renda no Nordeste brasileiro à luz das hipóteses de Kuznets e do N em 1991, 2000 e 2010. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 15, p. e281111536762, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i15.36762. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/36762. Acesso em: 5 dez. 2025.