Justiça ocupacional na graduação em terapia ocupacional: Reflexões a partir de um evento estudantil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.37991

Palavras-chave:

Terapia ocupacional, Racismo, Justiça ocupacional, Graduação, Programa de Educação Tutorial.

Resumo

Introdução: os discentes do PET-TO observaram a escassa representatividade negra entre seus pares e no corpo discente. Diante disso, considerando também o interesse na temática do racismo, fomentaram o evento “Terapia Ocupacional, Racismo e Justiça Ocupacional: olhando para dentro”. Objetivo: refletir sobre o que, a partir das discussões do evento, foi despertado nos discentes do PET, destacando a importância da discussão do conceito de Justiça Ocupacional na graduação. Síntese dos elementos de estudo: este artigo apresenta os relatos de experiência de 4 estudantes, discutidos em 3 tópicos, para facilitar a compreensão do leitor, sobre a vivência: conhecimento/desconhecimento do termo Justiça Ocupacional; autoidentificação e representatividade e amenizadores da injustiça ocupacional. Conclusão: destaca-se que o terapeuta ocupacional é um agente amenizador das injustiças ocupacionais em potencial. Logo, enquanto estudantes, questionamo-nos e refletimos sobre a importância de abordar os determinantes sociais da ocupação na graduação. Em se tratando da população negra, que historicamente é alvo de inúmeras injustiças ocupacionais, reforçamos a necessidade de ações e mais discussões, principalmente dentro da academia universitária, que contribuam para que esses indivíduos exerçam plenamente suas vidas cívica e social, tendo seus direitos ocupacionais garantidos e acessíveis.

Biografia do Autor

  • Iolanda Costa Rodrigues, Universidade Federal de Minas Gerais

    Graduanda em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Departamento de Terapia Ocupacional. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

  • Camille Moliere Freitas, Universidade Federal de Minas Gerais

    Graduanda em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Departamento de Terapia Ocupacional. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

  • Thaís de Souza Novais, Universidade Federal de Minas Gerais

    Terapeuta Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Departamento de Terapia Ocupacional. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. 

  • Pablo Alberto Pereira dos Santos , Universidade Federal de Minas Gerais

    Graduando em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Departamento de Terapia Ocupacional. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

  • Adriana Gonçalves Queiroz , University Medical Center. Kansas City

    Doutora em Estudos Interdisciplinares do Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais. Clinical Faculty at Occupational Therapy Department Education at Kansas University Medical Center. Kansas City, Kansas, Estados Unidos da América.

  • Tânia Lucia Hirochi , Universidade Federal de Minas Gerais

    Doutora em Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais, Professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.- Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil.

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Publicado

2022-12-06

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Como Citar

Justiça ocupacional na graduação em terapia ocupacional: Reflexões a partir de um evento estudantil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e237111637991, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.37991. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/37991. Acesso em: 6 dez. 2025.