Justiça ocupacional na graduação em terapia ocupacional: Reflexões a partir de um evento estudantil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.37991Palavras-chave:
Terapia ocupacional, Racismo, Justiça ocupacional, Graduação, Programa de Educação Tutorial.Resumo
Introdução: os discentes do PET-TO observaram a escassa representatividade negra entre seus pares e no corpo discente. Diante disso, considerando também o interesse na temática do racismo, fomentaram o evento “Terapia Ocupacional, Racismo e Justiça Ocupacional: olhando para dentro”. Objetivo: refletir sobre o que, a partir das discussões do evento, foi despertado nos discentes do PET, destacando a importância da discussão do conceito de Justiça Ocupacional na graduação. Síntese dos elementos de estudo: este artigo apresenta os relatos de experiência de 4 estudantes, discutidos em 3 tópicos, para facilitar a compreensão do leitor, sobre a vivência: conhecimento/desconhecimento do termo Justiça Ocupacional; autoidentificação e representatividade e amenizadores da injustiça ocupacional. Conclusão: destaca-se que o terapeuta ocupacional é um agente amenizador das injustiças ocupacionais em potencial. Logo, enquanto estudantes, questionamo-nos e refletimos sobre a importância de abordar os determinantes sociais da ocupação na graduação. Em se tratando da população negra, que historicamente é alvo de inúmeras injustiças ocupacionais, reforçamos a necessidade de ações e mais discussões, principalmente dentro da academia universitária, que contribuam para que esses indivíduos exerçam plenamente suas vidas cívica e social, tendo seus direitos ocupacionais garantidos e acessíveis.
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