Cuidados paliativos neonatais em maternidade privada de Sergipe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i10.47207

Palavras-chave:

Cuidados paliativos, Neonatologia, Pediatria.

Resumo

Cuidado paliativo neonatal é um tema recente no Brasil e ainda há pouca literatura nacional disponível. Desta forma, o estudo objetivou descrever o perfil dos recém-nascidos que foram a óbito no período de janeiro de 2022 a dezembro de 2023, enumerar quantos receberam cuidados paliativos e comparar os que faleceram em UTIN e na sala de parto. Os dados foram obtidos por meio da revisão de atestados de óbito e de prontuários e a análise estatística realizada foi baseada em uma variedade de métodos, incluindo medidas descritivas e testes de hipóteses. Foram constatados 51 óbitos, com mediana de 775 g e IG mediana de 25 semanas. Prematuros extremos, nascidos vivos na faixa de abortamento corresponderam a 19,6% da amostra. O tempo de vida foi de até 24 horas em 61% dos casos. As principais causas finais de óbito (52,8%) estão relacionadas à síndrome do desconforto respiratório, prematuridade e asfixia. A instituição conta com protocolo de cuidados paliativos, sendo que a maioria dos pacientes (71%) não foram reanimados no momento do óbito, mas sim, oferecidos cuidados paliativos. Destes que receberam paliativos, 42% tinham um plano escrito de cuidados em final de vida. Ao compararmos os óbitos na sala de parto com os da UTIN, identificamos uma gestacional e peso inferiores, onde 44% estavam abaixo da zona de viabilidade, que é de 22 semanas. Os óbitos na UTIN tiveram mais planos de final de vida, devido ao maior tempo para atuação da equipe de paliativos.

Referências

Balboni, M. J., Sullivan, A., Amobi, A., Phelps, A. C., Gorman, D. P., Zollfrank, A., Peteet, J. R., Prigerson, H. G., Vanderweele, T. J., & Balboni, T. A. (2013). Why is spiritual care infrequent at the end of life? Spiritual care perceptions among patients, nurses, and physicians and the role of training. Journal of Clinical Oncology: Official Journal of the American Society of Clinical Oncology, 31(4), 461–467. https://doi.org/10.1200/JCO.2012.44.6443

Beltran, S. J., & Hamel, M. N. (2021). Caring for Dying Infants: A Systematic Review of Healthcare Providers’ Perspectives of Neonatal Palliative Care. American Journal of Hospice and Palliative Medicine®, 38(8), 1013–1027. https://doi.org/10.1177/1049909120965949

Bertaud, S., Brightley, G., Crowley, N., Craig, F., & Wilkinson, D. (2023). Specialist perinatal palliative care: A retrospective review of antenatal referrals to a children’s palliative care service over 14 years. BMC Palliative Care, 22, 177. https://doi.org/10.1186/s12904-023-01302-5

Carter, B. S. (2018). Pediatric Palliative Care in Infants and Neonates. Children (Basel, Switzerland), 5(2), 21. https://doi.org/10.3390/children5020021

Castro, M. P. de, Moura, M. D. R., Rugolo, L. M. S. de S., & Margotto, P. R. (2011). Limite de viabilidade no moderno cuidado intensivo neonatal: Análise além da idade gestacional. Comun. ciênc. saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/limite_viabilidade.pdf

Catlin, A. (2011). Transition From Curative Efforts to Purely Palliative Care for Neonates: Does Physiology Matter? Advances in Neonatal Care, 11(3), 216. https://doi.org/10.1097/ANC.0b013e31821be411

Dickson, G. (2017). A perinatal pathway for babies with palliative care needs. L. Chambers, M. Johnson and H. Curry. Bristol, Together for Short Lives.

Ferreira, M., & Iglesias, S. (2019). Pediatric palliative care, end-of-life and spirituality: Are we ready? Residência Pediátrica, 9(1), 53–57. https://doi.org/10.25060/residpediatr-2019.v9n1-14

Guinsburg, R., & Almeida, M. (2022). Reanimação do recém-nascido <34 semanas em sala de parto: Diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria. https://doi.org/10.25060/PRN-SBP-2022-1

Jorge, M. H. P. de M., Laurenti, R., & Di Nubila, H. B. V. (2010). O óbito e sua investigação: Reflexões sobre alguns aspectos relevantes. Revista Brasileira de Epidemiologia, 13, 561–576. https://doi.org/10.1590/S1415-790X2010000400002

Lee, S. (2022). Methods for testing statistical differences between groups in medical research: Statistical standard and guideline of Life Cycle Committee. Life Cycle, 2. https://doi.org/10.54724/lc.2022.e1

Mancini, A., Uthaya, S., Berdsley, C., Wood, D., & Modi, N. (2009). The ACT approach to children’s palliative care. A Neonatal Pathway for Babies with Palliative Care Needs. ACT.

Mancini, A., Uthaya, S., Beardsley, C., Wood, D., & Modi, N. (2014). Orientação prática para a gestão de cuidados paliativos em unidades neonatais. Londres: Royal College of Paediatrics and Child Health.

Marçola, L., Barbosa, S. M. M. de, Zoboli, I., Polastrini, R. T. V., & Ceccon, M. E. J. (2017). Análise dos óbitos e cuidados paliativos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Revista Paulista de Pediatria, 35, 125–129. https://doi.org/10.1590/1984-0462/;2017;35;2;00012

Moritz, R. D. (2012). Cuidados paliativos nas unidades de terapia intensiva. In Cuidados paliativos nas Unidades de Terapia Intensiva (pp. 119-119).

Oti, E. U., Olusola, M. O., & Esemokumo, P. A. (2021). Statistical Analysis of the Median Test and the Mann-Whitney U Test. 7(9).

Pereira et al., (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria/RS. Ed. UFSM.

Perinatal Management of Extreme Preterm Birth Before 27 weeks of Gestation (2019). ([s.d.]). British Association of Perinatal Medicine. Recuperado 2 de outubro de 2024, de https://www.bapm.org/resources/80-perinatal-management-of-extreme-preterm-birth-before-27-weeks-of-gestation-2019

Santos, J. P. da R., Pedrosa, M. D., Carvalho, A. C. M. de, Farias, C. B., Freitas, E. A. C. de, Cordeiro, J. M. G., Dias, L. G. S., Cardoso, L. C., & Leal, S. dos S. (2020). Cuidados Paliativos em Neonatologia: Uma revisão narrativa / Palliative Care in Neonatology: a narrative review. Brazilian Journal of Health Review, 3(5), 14589–14601. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n5-254

Seri, I., & Evans, J. (2008). Limits of viability: Definition of the gray zone. Journal of Perinatology: Official Journal of the California Perinatal Association, 28 Suppl 1, S4-8. https://doi.org/10.1038/jp.2008.42

Shitsuka, R. et al. (2014). Matemática fundamental para tecnologia. (2ed.). Editora Erica

Silveira, A. O., Wernet, M., Franco, L. F., Dias, P. L. M., & Charepe, Z. (2023). Parents’ hope in perinatal and neonatal palliative care: A scoping review. BMC

Palliative Care, 22(1), 202. https://doi.org/10.1186/s12904-023-01324-z

Sobrevida à alta hospitalar de acordo com a idade gestacional em semanas dos centros da RBPN entre 2014 e 2020 – Rede Neonatal. ([s.d.]). https://redeneonatal.com.br/blog-rbpn/nossos-dados/sobrevida-2014-2020/

Soltani Gerdfaramarzi, M., & Bazmi, S. (2020). Neonatal end-of-life decisions and ethical perspectives. Journal of Medical Ethics and History of Medicine, 13, 19. https://doi.org/10.18502/jmehm.v13i19.4827

Souza, R. R. de, Toebe, M., Mello, A. C., & Bittencourt, K. C. (2023). Sample size and Shapiro-Wilk test: An analysis for soybean grain yield. European Journal of Agronomy, 142, 126666. https://doi.org/10.1016/j.eja.2022.126666

Sulmasy, D. P. (2009). Spirituality, Religion, and Clinical Care. Chest, 135(6), 1634–1642. https://doi.org/10.1378/chest.08-2241

Turhan, N. S. (2020). Karl Pearson’s Chi-Square Tests. Educational Research and Reviews, 16(9), 575–580.

Vanderlei, L. C., Arruda, B. K. G. D., Frias, P. G. D., & Arruda, S. (2002). Avaliação da qualidade de preenchimento das declarações de óbito em unidade terciária de atenção à saúde materno-infantil. Informe Epidemiológico do Sus, 11(1). https://doi.org/10.5123/S0104-16732002000100002

Veloso, F. C. S., Kassar, L. de M. L., Oliveira, M. J. C., Lima, T. H. B. de, Bueno, N. B., Gurgel, R. Q., & Kassar, S. B. (2019). Analysis of neonatal mortality risk factors in Brazil: A systematic review and meta-analysis of observational studies. Jornal de Pediatria, 95, 519–530. https://doi.org/10.1016/j.jped.2018.12.014

Vieira, S. (2021). Introdução à bioestatística. Ed. GEN/Guanabara Koogan

Wilkinson, A. R., Ahluwalia, J., Cole, A., Crawford, D., Fyle, J., Gordon, A., Moorcraft, J., Pollard, T., & Roberts, T. (2008). Management of babies born extremely preterm at less than 26 weeks of gestation: A framework for clinical practice at the time of birth. Archives of Disease in Childhood - Fetal and Neonatal Edition, 94(1), 2–5. https://doi.org/10.1136/adc.2008.143321

World Health Organization. (2018). Integrating palliative care and symptom relief into paediatrics: A WHO guide for health-care planners, implementers and managers. World Health Organization. https://iris.who.int/handle/10665/274561

Yan, Y., Hu, J., Hu, F., & Wu, L. (2024). The knowledge, attitude and behavior on the palliative care among neonatal nurses: What can we do. BMC Palliative Care, 23(1), 164. https://doi.org/10.1186/s12904-024-01470-y

Downloads

Publicado

2024-10-27

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Como Citar

Cuidados paliativos neonatais em maternidade privada de Sergipe . Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 10, p. e128131047207, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i10.47207. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/47207. Acesso em: 5 dez. 2025.