Mortalidade por câncer gástrico em Sergipe (2013-2023): Uma análise espacial e temporal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i4.48643Palavras-chave:
Neoplasias gástricas, Mortalidade, Estudos retrospectivos, Sergipe, Brasil.Resumo
Introdução: Óbitos por câncer gástrico constituem um grave problema na saúde pública brasileira, envolvendo altas taxas de morbidade e mortalidade, especialmente em regiões assistencialmente menos favorecidas. Disparidades regionais no acesso ao diagnóstico e tratamento contribuem para variações nas taxas de sobrevivência. O objetivo do estudo é analisar padrões espaciais, temporais e epidemiológicos da mortalidade por neoplasias gástricas em Sergipe no período de 2013 e 2023. Métodos: Foi realizado um estudo observacional retrospectivo mediante dados de mortalidade de bases oficiais de saúde (DATASUS). O estudo incluiu óbitos no período descrito e avaliou variáveis como idade, sexo, município de residência, escolaridade e tempo para início do tratamento, traçando paralelos entre os dados obtidos da literatura. Resultados: Os achados indicam variações significativas na mortalidade por câncer gástrico entre os municípios ao decorrer dos anos, com variações em especial após a pandemia do COVID-19. Atrasos no diagnóstico e início do tratamento foram associados a maiores taxas de mortalidade. Além disso, observaram-se desigualdades no acesso aos serviços especializados, ressaltando a necessidade de políticas de saúde direcionadas para a detecção precoce e a eficiência do tratamento. Conclusão: O estudo destaca a importância de enfrentar as desigualdades regionais no atendimento oncológico em Sergipe. Urge estabelecer o fortalecimento de programas de detecção precoce e a garantia de acesso oportuno ao tratamento, de forma a reduzir a mortalidade por câncer gástrico. Cabe a pesquisas futuras focar na avaliação de políticas públicas e sua eficácia na mitigação das disparidades nos desfechos oncológicos.
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