Relação entre o baixo IDH e os casos de diarreia por rotavírus no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i4.48648Palavras-chave:
Rotavírus, Diarreia, Gastroenterite, Fatores Socioeconômicos.Resumo
Introdução: O rotavírus é uma das principais causas das doenças diarreicas agudas (DDA), com grande impacto na mortalidade infantil. Por ter uma transmissão via fecal-oral, facilita a disseminação, em especial quando colocado os baixos níveis socioeconômicos. Apesar de ser uma doença autolimitada, pacientes podem evoluir para as formas graves e ter um desfecho desfavorável, aumentando o alerta para maior vigilância epidemiológica. Objetivo: Avaliar a relação entre o nível socioeconômico através do IDH e a incidência dos casos confirmados de rotavírus. Métodos: Estudo observacional, ecológico, do tipo analítico realizado por meio da análise estatística das Unidades Federativas (UFs) do Brasil entre 2018 e 2022. Resultados: Observando a relação entre incidência de rotavírus e IDH, a correlação estatística é praticamente nula, indicando ausência de associação entre o desenvolvimento humano e a incidência da doença. Esse resultado sugere que o IDHM das UFs brasileiras não é um fator determinante na distribuição da incidência de casos de rotavírus com diarreia confirmados. Discussão: De acordo com este estudo nota-se que a baixa notificação do rotavírus pode acabar gerando uma dificuldade em conseguir dados fidedignos sobre a prevalência dessa doença. Além disso, a forma de transmissão do vírus e o surgimento de novas cepas reforçam a importância de novos estudos sobre esse tema. Conclusão: Os casos de rotavírus têm tido maior relevância clínica e epidemiológica, reforçando a importância do controle e rastreio para o diagnóstico e tratamento mais precoce possível, evitando possíveis complicações. Faz-se necessário ainda reforçar as medidas de notificação para mais estudos serem realizados.
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