Potencial evocado auditivo para o diagnóstico diferencial em uma população pediátrica com e sem risco para perdas auditivas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.48932Palavras-chave:
Surdez, Crianças, Perda auditiva, Potencial evocado auditivo.Resumo
A triagem auditiva neonatal, indicada no período perinatal, consiste na realização de teste e reteste com uso de medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da audição de lactentes. O objetivo deste estudo foi analisar os resultados do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) de 149 crianças, com idade média de 31 meses e com ou sem riscos para perda auditiva avaliadas num Hospital Universitário, no período entre 2022 e 2024. Foram verificados os dados de identificação, queixa/encaminhamento e os resultados do PEATE. A amostra foi dividida em sete grupos de acordo com as recomendações do Joint Committe Infant Hearing e demanda espontânea: 1) com indicadores de riscos para deficiência auditiva, 2) com falha no teste da orelhinha, 3) com queixa de hipoacusia, 4) Síndrome de Down, 5) com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, 6) Transtorno do Espectro Autista e, 7) com necessidade de confirmação diagnóstica. No total, 14 crianças apresentaram alterações que comprovaram o acometimento da orelha média, orelha interna e nervo auditivo. Foi possível concluir o diagnóstico audiológico de toda a amostra que revelou 10,0% de alteração auditiva. Reforça-se a importância deste fato pela necessidade de intervenções para minimizar o impacto negativo da surdez no desenvolvimento global da população pediátrica. Os resultados implicam que há falha na regulação da triagem auditiva neonatal no serviço de atenção à saúde auditiva no estado.
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