Análise epidemiológica comparativa entre as razões de mortalidade materna do Brasil e de Santa Catarina entre 2012 e 2022
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.49083Palavras-chave:
Mortalidade Materna, COVID-19, Epidemiologia.Resumo
A mortalidade materna continua sendo um grave problema de saúde pública, especialmente em países em desenvolvimento. Este estudo teve como objetivo comparar a Razão de Mortalidade Materna (RMM) entre o Brasil e o estado de Santa Catarina no período de 2012 a 2022, bem como analisar o perfil epidemiológico dos óbitos maternos em Santa Catarina. Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e retrospectivo, baseado em dados secundários obtidos do SIM e do SINASC, analisados por meio de estatística descritiva. No período analisado, o Brasil apresentou RMM de 62,94, enquanto Santa Catarina registou 36,94. O ano de 2021 apresentou a maior RMM em ambos os cenários, coincidindo com a pandemia da COVID-19. Em Santa Catarina, a maioria dos óbitos ocorreu em mulheres de 30 a 39 anos, brancas, com 8 a 11 anos de estudo e solteiras. A principal causa de óbito foram as causas obstétricas diretas, com a maioria ocorrendo no período pós-parto até 42 dias. As macrorregiões com maior número de óbitos foram Planalto Norte e Nordeste. Os resultados sugerem que, embora Santa Catarina apresente taxas inferiores à média nacional, a mortalidade materna permanece significativa, especialmente em contextos de vulnerabilidade social e durante crises sanitárias. Conclui-se que políticas públicas eficazes e o monitoramento contínuo da atenção pré-natal, ao parto e ao puerpério são essenciais para reduzir as mortes evitáveis.
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