Modulação da saúde mental pela microbiota: Uma revisão integrativa sobre o papel dos probióticos no eixo intestino-cérebro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.49119Palavras-chave:
Microbiota intestinal, Eixo intestino-cérebro, Probióticos, Saúde mental, Transtornos psicocognitivos.Resumo
A microbiota intestinal exerce um papel essencial na regulação do organismo e contribui ativamente na comunicação dos mecanismos de sinalização bidirecional entre o sistema gastrointestinal e o sistema nervoso central, compondo o eixo intestino-cérebro. Alterações em sua composição, definidas como disbiose, têm sido associadas a diversas condições, incluindo ansiedade, depressão, autismo e Alzheimer. Nesse contexto, os probióticos surgem como alternativa terapêutica, devido à sua capacidade de restaurar a homeostase microbiana, regular a resposta inflamatória, fortalecer a barreira intestinal e influenciar positivamente a síntese de neurotransmissores. Este estudo teve como objetivo analisar, por meio de revisão de literatura, a eficácia dos probióticos na regulação do eixo intestino-cérebro e sua contribuição no manejo de transtornos psicocognitivos. Algumas cepas, como Lactobacillus rhamnosus, Bifidobacterium longum e B. breve, demonstraram efeitos positivos em parâmetros comportamentais e cognitivos, indicando o potencial dos psicobióticos como coadjuvantes em intervenções voltadas à saúde mental. No entanto, os resultados em humanos ainda apresentam limitações metodológicas, exigindo estudos mais robustos.
Referências
Abhari, K., Hosseini, H., & Evrensel, A. (2018). Psychobiotics: Tratamento de última geração para transtornos mentais. The American Journal of Clinical Nutrition, 107(3), 487-493. https://doi.org/10.1093/ajcn/nqx076
Alam, R., Abdolmaleky, H. M., & Zhou, J. R. (2017). Microbiome, inflammation, epigenetic alterations, and mental diseases. American Journal of Medical Genetics Part B: Neuropsychiatric Genetics, 174(6), 651-660. https://doi.org/10.1002/ajmg.b.32562
American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. (5ª ed.). Editora Artmed.
Araújo, A. S. F., Silva, L. M., Costa, R. V., & Oliveira, T. B. (2020). Avaliação do consumo alimentar em pacientes com diagnóstico de depressão e/ou ansiedade. Revista Referências em Saúde da Faculdade Estácio de Sá de Goiás, 3(1), 18-26.
Arumugam, M., Raes, J., Pelletier, E., Le Paslier, D., Yamada, T., Mende, D. R., ... Bork, P. (2011). Enterotypes of the human gut microbiome. Nature, 473(7346), 174-180. https://doi.org/10.1038/nature09944
Barbosa, F. H. F., Martins, F. S., Barbosa, L. P. J. L., & Nicoli, J. R. (2015). Microbiota indígena do trato gastrintestinal. Revista Biociências e Território, 10(1), 45-60.
Bermúdez-Humarán, L. G., Salinas, E., Ortiz, G. G., Ramirez-Jirano, L. J., Morales, J. A., & Bitzer-Quintero, O. K. (2019). From probiotics to psychobiotics: Live beneficial bacteria which act on the brain-gut axis. Nutrients, 11(4), 890. https://doi.org/10.3390/nu11040890
Casarin, S. T., Lopes, L. F. D., & Santos, B. P. (2020). Tipos de revisão de literatura: Considerações das editoras do Journal of Nursing and Health. Journal of Nursing and Health, 10(5), e20n5. https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/enfermagem/article/view/19924
Castillo, A. R. G. L., Recondo, R., Asbahr, F. R., & Manfro, G. G. (2000). Transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Psiquiatria, 22(Suppl. 2), 20-23. https://doi.org/10.1590/S1516-44462000000600006
Castro, C., & Álvaro, P. (2005). A doença de Alzheimer e outras demências em Portugal. Editora Lidel.
Cepeda, M. S., Katz, E. G., & Blacketer, C. (2017). Microbiome-gut-brain axis: Probiotics and their association with depression. The Journal of Neuropsychiatry and Clinical Neurosciences, 29(1), 39-44. https://doi.org/10.1176/appi.neuropsych.16040065
Ceylan, M. E. (2017). O eixo intestino-cérebro: O elo perdido na depressão. Clinical Psychopharmacology and Neuroscience, 15(1), 1-8. https://doi.org/10.9758/cpn.2017.15.1.1
Costa, T. P., & Medeiros, C. I. S. (2020). Repercussão da microbiota intestinal na modulação do sistema nervoso central e sua relação com doenças neurológicas. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, 19(2), 342-346. https://doi.org/10.9771/cmbio.v19i2.35045
Cryan, J. F., & Dinan, T. G. (2012). Mind-altering microorganisms: The impact of the gut microbiota on brain and behaviour. Nature Reviews Neuroscience, 13(10), 701-712. https://doi.org/10.1038/nrn3346
David, L. A., Maurice, C. F., Carmody, R. N., Gootenberg, D. B., Button, J. E., Wolfe, B. E., ... & Turnbaugh, P. J. (2014). Diet rapidly and reproducibly alters the human gut microbiome. Nature, 505(7484), 559-563. https://doi.org/10.1038/nature12820
Doré, J., Simrén, M., Buttle, L., & Guarner, F. (2013). Hot topics in gut microbiota. United European Gastroenterology Journal, 1(5), 311-318. https://doi.org/10.1177/2050640613502477
Lach, G., Schellekens, H., Dinan, T. G., & Cryan, J. F. (2018). Anxiety, depression, and the microbiome: A role for gut peptides. Neurotherapeutics, 15(1), 36-59. https://doi.org/10.1007/s13311-017-0585-0
Le Chatelier, E., Nielsen, T., Qin, J., Prifti, E., Hildebrand, F., Falony, G., ... & Pedersen, O. (2013). Richness of human gut microbiome correlates with metabolic markers. Nature, 500(7464), 541-546. https://doi.org/10.1038/nature12506
Lorenzo-Zúñiga, V., Llop, E., Suárez, C., Alvarez, B., Abreu, L., Espadaler, J., & Serra, J. (2017). A new combination of probiotics improves irritable bowel syndrome-related quality of life. World Journal of Gastroenterology, 23(48), 8599-8607. https://doi.org/10.3748/wjg.v23.i48.8599
Moloney, R. D., Desbonnet, L., Clarke, G., Dinan, T. G., & Cryan, J. F. (2014). The microbiome: Stress, health and disease. Mammalian Genome, 25(1-2), 49-74. https://doi.org/10.1007/s00335-013-9488-5
Naveed, M., Zhou, Q.-G., Xu, C., Taleb, A., Meng, F., Ahmed, B., ... & Han, F. (2020). Gut-brain axis: A matter of concern in neuropsychiatric disorders...! Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry, 98, 109843. https://doi.org/10.1016/j.pnpbp.2019.109843
Ramos, R. C. M., Silva, L. P., Oliveira, T. S., & Santos, J. L. (2023). O eixo intestino-cérebro e sintomas depressivos: Uma revisão. Research, Society and Development, 12(4), e13712441919. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.441919
Riemenschneider, M., Lautenschlager, N., Wagenpfeil, S., Diehl, J., Drzezga, A., & Kurz, A. (2002). Cerebrospinal fluid tau and beta-amyloid 42 proteins identify Alzheimer disease in subjects with mild cognitive impairment. Archives of Neurology, 59(11), 1729-1734. https://doi.org/10.1001/archneur.59.11.1729
Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, 20(2), v-vi. https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001
Sadock, B. J., Sadock, V. A., & Ruiz, P. (2017). Comprehensive textbook of psychiatry (10th ed.). Wolters Kluwer.
Schachter, J., Martel, J., Lin, C.-S., Chang, C.-J., Wu, T.-R., Lu, C.-C., ... & Young, J. D. (2018). Effects of obesity on depression: A role for inflammation and the gut microbiota. Brain, Behavior, and Immunity, 69, 1-8. https://doi.org/10.1016/j.bbi.2017.08.026
Sekirov, I., Russell, S. L., Antunes, L. C. M., & Finlay, B. B. (2010). Gut microbiota in health and disease. Physiological Reviews, 90(3), 859-904. https://doi.org/10.1152/physrev.00045.2009
Shanahan, F., van Sinderen, D., O'Toole, P. W., & Stanton, C. (2017). Feeding the microbiota: Transducer of nutrient signals for the host. Gut, 66(9), 1709-1717. https://doi.org/10.1136/gutjnl-2017-313872
Sabino, S. M. V., & Belém, M. O. (2021). A relação do transtorno do espectro autista e a disbiose intestinal: Uma revisão integrativa. Journal of Health & Biological Sciences, 10(1), 1-9. https://doi.org/10.12662/2317-3206jhbs.v10i1.4201.p1-9.2022
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Luisa Joffily de Azevedo; Maria Claudia da Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
