Entre o olhar e o véu: A confusão sujeito/objeto e o caminho de retorno
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i7.49148Palavras-chave:
Representação Social, Individuação, Saúde Pública, Educação em Saúde, Vulnerabilidade em Saúde, Fenômenos Psicológicos.Resumo
O objetivo do presente artigo é aprofundar a análise de Mota & Brêtas, nesta Revista, em 2022, sobre as representações sociais da pornografia não consensual, tendo como eixo a confusão fundante entre ser sujeito e ser objeto. A partir dessa ruptura ôntico-simbólica, o texto discute os efeitos psíquicos da colonização do olhar e suas reverberações em processos de vingança, domínio e apagamento do Si. Com base em autores da psicologia social (Moscovici, Gagnon e Simon, Honneth, Gergen) e da psicologia profunda (Jung, Hillman, Neumann), propõe-se uma interpretação hermenêutica e sócio-histórica da subjetivação como travessia: do trauma de ser objeto à reconciliação com a própria totalidade. O texto articula a teoria do Self com a necessidade de uma educação simbólica que acolha o núcleo subjetivo contemporâneo do ser ferido. O método utilizado é qualitativo, de base hermenêutica e fenomenológica, integrando leitura intertextual, simbólica e cultural. O artigo estrutura-se como um diálogo em continuidade com o artigo original e propõe um paradigma integrativo entre psicologia social, cultura e cuidado de si.
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