Enxerto ósseo autógeno em região posterior de mandíbula: Relato de caso clínico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.49155Palavras-chave:
Mandíbula, Transplante Ósseo, Reabilitação Bucal.Resumo
A perda dentária pode levar à reabsorção do rebordo alveolar, resultando em deficiências estéticas e funcionais. Para restaurar a função mastigatória e minimizar essas consequências, a instalação de implantes osseointegráveis é uma solução eficaz. Para que tal procedimento possa ser realizado, o volume ósseo deve ser adequado e se necessário, enxertos ósseos podem ser utilizados. Enxertos autógenos são considerados o padrão ouro devido às suas propriedades osteogênicas, osteocondutoras e osteoinduoras, fatores que contribuem para uma melhor reparação do tecido. O objetivo deste estudo é relatar um caso clínico de enxerto ósseo autógeno em bloco na região posterior da mandíbula, visando ganho de altura e espessura óssea, preparando a área para uma futura reabilitação com implantes osseointegráveis. O caso envolve uma paciente do sexo feminino, de 53 anos, que apresentava edentulismo parcial na mandíbula esquerda e queixas de dificuldade de mastigação e estética. Após a avaliação clínica e tomografia computadorizada, foi identificado que a espessura óssea na região posterior da mandíbula era insuficiente para a instalação de implantes. Assim optou-se por realizar o enxerto ósseo autógeno em bloco, coletado da região do ramo mandibular do lado direito. O procedimento cirúrgico foi realizado com sucesso e a paciente recebeu cuidados pós-operatórios adequados. Após 30 dias, uma nova tomografia mostrou bom posicionamento do enxerto e indícios de neoformação óssea. Conclui-se que o enxerto ósseo autógeno em bloco demonstrou ser uma técnica promissora para a reconstrução do rebordo alveolar em mandíbula atrófica, proporcionando ganho de volume ósseo adequado para posterior reabilitação com implantes osseointegráveis.
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