Aves psitacídeas anêmicas no Rio de Janeiro: Um enfoque na análise do eritrograma
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i7.49176Palavras-chave:
Anemia, Epidemiologia, Hemograma, Psittaciformes.Resumo
Os psitacídeos têm se tornado cada vez mais populares como animais de companhia no Brasil, gerando uma crescente demanda por médicos veterinários especializados no país. O hemograma é um exame complementar essencial para a triagem e monitoramento da saúde geral desses animais. Este estudo teve como objetivo identificar os parâmetros hematológicos alterados em eritrogramas de aves da ordem Psittaciformes, com foco nos indivíduos que apresentaram valores abaixo dos limites de referência. Foram analisados através do banco de dados 362 hemogramas realizados entre janeiro de 2022 e maio de 2025 em laboratório de patologia clínica veterinária, localizado no estado do Rio de Janeiro. Dentre esses, 80 aves foram identificadas como anêmicas. A análise estatística considerou fatores como faixa etária, sexo e classificação morfológica das anemias. A prevalência geral de anemia foi de 22%, variando entre as espécies Agapornis sp. (29%), Amazona aestiva (19%), Nymphicus hollandicus (19%) e Psittacula krameri (34%), sendo a maioria dos casos classificados como anemia normocítica normocrômica. Notavelmente, Amazona aestiva apresentou a maior diversidade morfológica. Observou-se uma maior prevalência de anemia em machos adultos, exceto em Nymphicus hollandicus, onde as fêmeas predominavam. Esta pesquisa epidemiológica levanta a hipótese de que a padronização mais rigorosa dos intervalos de normalidade dos eritrogramas pode aprimorar a compreensão e a interpretação dos processos anêmicos em aves psitacídeas. Espera-se que os resultados obtidos incentivem novas pesquisas, fortalecendo a hematologia dos psitacídeos, especialmente em um cenário de ascensão dessas aves nos lares brasileiros.
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