Uso de filtração adicional em exames radiográficos de abdome: Dose efetiva versus qualidade de imagem favorece a redução de exposição médica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i7.49262Palavras-chave:
Raios X, Filtração, Intensificação de Imagem Radiográfica, Segurança do Paciente, Dose de Radiação.Resumo
Este estudo objetivou investigar experimentalmente como a filtração adicional afeta a qualidade de imagem (QI) e a redução de exposição médica em radiografias de abdome. Utilizamos filtros de Alumínio e Cobre de diferentes espessuras, configurados por índices de filtração (IF), inseridos na colimação de um sistema radiográfico. As imagens foram obtidas em um fantoma semi-anatômico. Medimos o Kerma no ar (Kar) e calculamos o Kerma no ar incidente (Ka,i) e o Kerma na entrada (Ka,e). As doses absorvidas médias em órgãos (DT) e a dose efetiva (DE) foram simuladas com o software PCXMC 2.0. Para avaliar a QI, quantificamos sinal e ruído em seis regiões de interesse (ROI) usando o ImageJ, obtendo as relações sinal-ruído (RSR), contraste-ruído (RCR) e contraste radiográfico (CR). Os resultados mostraram que adicionar 3,0 mmAl de filtração (IF7) reduziu significativamente as exposições médicas em 54,32%, o Ka,e em 42,23% e a DE, além de melhorar o CR em 9,31%. Houve também redução na DT de órgãos como testículos (-47,34%), bexiga (-42,50%) e fígado (-41,36%). Embora houvesse uma leve diminuição na RSR (-1,22%) e RCR (-18,18%), a filtração adicional demonstrou ter um impacto muito maior na redução das exposições médicas do que na degradação da QI.
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