Assistência de enfermagem na doação de órgãos pós morte encefálica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i8.49325Palavras-chave:
Doação de órgãos, Morte encefálica, Enfermagem, Terapia intensiva.Resumo
O presente estudo teve como objetivo analisar a assistência de enfermagem na doação de órgãos aos pacientes com diagnóstico de morte encefálica, realizou-se uma pesquisa documental de fonte direta (legislação e COFEN) e indireta por revisão bibliográfica narrativa. A morte encefálica (ME) é a total e irreversível suspensão de toda a funcionabilidade cerebral e do tronco encefálico, causada por uma lesão grave que bloqueia o sangue que chega à região encefálica, levando à morte cerebral. As principais causas de morte encefálica são traumatismo craniano encefálico (TCE), acidente vascular cerebral (AVC) e lesão cerebral hipóxico-isquêmica. A doação de órgãos e tecidos consiste em procedimentos e etapas complexas, envolvendo questões burocráticas, legais e pessoais dos familiares envolvidos e do próprio paciente, sendo que este processo leva a uma grande esperança de cura e restauração da saúde de um indivíduo que aguarda durante muitos anos por um transplante devido a sua doença grave. As resoluções COFEN nº 611/2019 e nº 710/2022 definem e atualizam as diretrizes técnicas sobre a atuação da equipe de enfermagem nos processos de doação, captação e transplante de órgãos, tecidos e células, assegurando a segurança do paciente, ou seja, dentre as responsabilidades da enfermagem, destacam-se a participação em todas as etapas da doação, conforme suas competências técnicas e legais, além da manutenção da estabilidade hemodinâmica do doador, a fim de preservar a viabilidade dos órgãos para o transplante, exigindo dos profissionais o preparo técnico-científico, competência e habilidade na comunicação terapêutica e atitudes baseadas na ética e licitude dos processos.
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