Complicações tardias após o uso de abraçadeiras de náilon para hemostasia na ovario-histerectomia eletiva em cadela
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i9.49474Palavras-chave:
Aderência, Castração, Cirurgia Veterinária, Fístula, Granuloma.Resumo
A ovario-histerectomia (OH) em animais de estimação é geralmente considerada segura, com poucos efeitos adversos em comparação com os benefícios para a saúde pública e o bem-estar dos animais. No entanto, pode estar associada a uma variedade de complicações, algumas das quais podem surgir anos após o procedimento. Desse modo, este relato de caso tem como objetivo descrever as complicações tardias da ovario-histerectomia realizada em uma cadela da raça poodle após nove anos, na qual foram utilizadas abraçadeiras de náilon para hemostasia dos pedículos ovarianos e coto uterino. O exame clínico e complementares revelaram fístula na fossa paralombar direita e corpos estranhos no polo caudal dos rins. Diante disso, foi realizada uma celiotomia exploratória, onde procedeu-se à adesiólise, dissecação dos granulomas, remoção das abraçadeiras de náilon, esplenectomia total e transecção do ovário remanescente. Adicionalmente, foi realizado o desbridamento do local fistulado. Esses achados destacam a importância da escolha correta dos materiais hemostáticos e da experiência do cirurgião para a correta realização da OH, tendo como fator predisponente para complicações tardias as abraçadeiras de náilon. A competência do cirurgião, combinada com a seleção criteriosa dos materiais e a avaliação contínua do paciente, desempenha um papel fundamental na obtenção de resultados positivos e na redução das complicações pós-OH.
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