Hipertensão Arterial Sistêmica Essencial no Nordeste brasileiro: Uma análise ecológica das internações via regressão de Poisson (2020-2024)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.49800Palavras-chave:
Hipertensão Arterial Sistêmica, Internações Hospitalares, Regressão de Poisson, Séries Temporais, Atenção Primária, Nordeste Brasileiro.Resumo
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é condição crônica de alta prevalência e expressivo impacto na morbimortalidade cardiovascular e renal. Em contextos de envelhecimento e desigualdades, falhas no diagnóstico, tratamento e controle ampliam descompensações e internações evitáveis, pressionando sistemas de saúde. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil e a tendência das internações por hipertensão arterial essencial (CID-10 I10) no Nordeste do Brasil entre 2020 e 2024, a fim de subsidiar estratégias de prevenção e organização do cuidado na rede SUS. Descreveu-se a distribuição por estado, sexo, faixa etária (≥20 anos) e raça/cor (incluindo “sem informação”) e estimou-se a variação temporal anual por regressão de Poisson (IRR e IC95%), verificando tendências de crescimento, queda ou estabilidade. Trata-se de estudo ecológico retrospectivo de séries temporais com dados do SIH/SUS. Os registros foram agregados por unidade federativa e estratos demográficos. Avaliou-se superdispersão e, quando indicado, realizaram-se análises de sensibilidade. O Nordeste somou 70.816 internações no período, com maior concentração em Maranhão e Bahia. Entre adultos, observou-se predominância feminina, maior participação do grupo de 60–79 anos e contribuição relevante de indivíduos ≥80. Pessoas pardas constituíram a maioria dos registros, persistindo incompletude em raça/cor. As tendências variaram entre estados, configurando mosaico de trajetórias relacionadas a características populacionais e organizacionais. Conclui-se que a carga hospitalar por HAS permanece elevada e heterogênea na região, marcada por envelhecimento e desigualdades. Recomenda-se fortalecer a atenção primária, garantir acesso contínuo a anti-hipertensivos, qualificar a transição pós-alta e aprimorar registros de raça/cor para monitoramento e redução de internações evitáveis.
Referências
Almeida, A. T. C. (2019). Impacts of a Brazilian pharmaceutical program on the indicators of hospitalizations and deaths for hypertension and diabetes. Revista de Saúde Pública, 53, 1–11.
Barroso, W. K. S., et al. (2021). Diretrizes brasileiras de hipertensão arterial – 2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 116(3), 516–658.
Brasil. Ministério da Saúde. (2020). Vigitel Brasil 2019: Vigilância de fatores de risco e proteção para DCNT por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde.
Brasil. Ministério da Saúde. (2022). Vigitel Brasil 2021: Vigilância de fatores de risco e proteção para DCNT por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde.
CONITEC. (2025). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Hipertensão Arterial Sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde.
GBD 2019 Risk Factors Collaborators. (2020). Global burden of 87 risk factors in 204 countries and territories, 1990–2019. The Lancet, 396(10258), 1223–1249.
Malta, D. C., et al. (2022). Hipertensão arterial e fatores associados na Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Revista de Saúde Pública, 56, 1–11.
Moretin, P. A. & Toloi, C. M. C. (2006). Análise de séries temporais. Editora Blücher.
Nascimento, L. F. C., & Francisco, J. B. (2013). Particulate matter and hospitalization due to arterial hypertension in a medium-sized Brazilian city. Cadernos de Saúde Pública, 29(8), 1565–1571.
NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC). (2021). Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019. The Lancet, 398(10304), 957–980.
Oliveira, E. F. P., et al. (2022). Internamentos por hipertensão arterial e cobertura da Estratégia Saúde da Família no Brasil (2010–2019). Referência, 7(1), e21048.
Pan American Health Organization & WHO HEARTS Collaborators. (2022). Drivers and scorecards to improve hypertension control in primary care. The Lancet Regional Health – Americas, 5, 100123.
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria. Editora da UFSM.
Requia, W. J., et al. (2023). Association of high ambient temperature with daily hospitalization for cardiorespiratory diseases in Brazil. Environmental Pollution, 316, 120615.
Requia, W. J., et al. (2024). Thermal stress and hospital admissions for cardiorespiratory disease in Brazil. Environment International, 187, 107915.
Shitsuka, R. et al. (2014). Matemática fundamental para a tecnologia. (2.ed). Editora Érica.
Silva, R. A., et al. (2022). Strategic Action Plan to Combat NCDs (2011–2022): Effects on admissions and mortality in Brazil. PLOS ONE, 17(5), e0267892.
World Health Organization. (2023). Hypertension: Fact sheet. Geneva: WHO. Retrieved from https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/hypertension
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Érika Cristina Alcântara Lima, Mikaelly Almeida de Lima da Silva, Júlia Vittoria Ferreira Gomes, Wyctor Herysson Vitoriano Cruz, Ellen Lais Albuquerque de Deus, Isabelly Tavares Pereira Torquato, Maria Nogueira Ayres, Mariana Cardoso de Siqueira Campos, Maria Clara Pereira de Morais

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
