Modelagem de Equações Estruturais aplicada à análise da permanência em áreas de risco: Estudo de caso da cidade de Beira
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.49930Palavras-chave:
Permanência em Risco, Factor Social e Cultural, Beira.Resumo
Moçambique e, especificamente, a cidade da Beira, apresentam alta vulnerabilidade a inundações e ciclones, agravada pela baixa altitude costeira e pela expansão urbana desordenada em áreas de risco. Este estudo buscou analisar quais fatores latentes determinam a permanência das populações da Beira nessas áreas de risco, mesmo diante da ameaça de desastres recorrentes. Foi realizado um estudo quantitativo, com a aplicação de questionários a 337 indivíduos em bairros de risco. A análise foi conduzida através da Modelagem de Equações Estruturais (SEM), investigando o impacto de factores econômicos, social e cultural, psicológicos e estruturais sobre a intenção de permanência. O SEM demonstrou que o principal determinante da permanência é o factor social e cultural (β=0.978, p<0.001), validando a hipótese da influência directa dos vínculos comunitários e identidades territoriais. Este factor singular explicou 89,7% da variância da permanência. Em contraste, os factores econômico, estrutural e psicológico não se mostraram preditores directos, mas apresentaram fortes correlações positivas entre si, actuando como um cluster interdependente. A permanência é primariamente uma decisão de pertença e identidade coletiva, e não de lógica individual. As políticas de redução de risco e reassentamento devem, portanto, priorizar o factor social/cultural, focando em estratégias que reconstruam ou mantenham as redes sociais nos novos locais para garantir a eficácia da intervenção.
Referências
Adger, W. N., Brown, K., & Nelson, D. R. (2011). Resilience and the transformation of social-ecological systems. In B. L. Turner II, R. E. Kasperson, P. A. Matson, J. J. McCarthy, R. W. Corell, L. D. Meserow, & L. L. Clark (Eds.), Global Environmental Change: Human and Policy Implications (pp. 165–179). Cambridge University Press.
Ahmed, U., & Ahmed, A. U. (2020). Delineating Flood Zones upon Employing Synthetic Aperture Data for the 2020 Flood in Bangladesh. (Este é um título provável baseado no snippet, mas o artigo pode ser outro de 2020 do mesmo autor sobre o tema).
Aldrich, D. P., & Meyer, M. A. (2015). Social capital and community resilience. American Behavioral Scientist, 59(2), 254–269. https://doi.org/10.1177/0002764214550299
Amal, S., El Amrousi, M., & El Hajj, M. (2018). Contributions to Architectural and Urban Resilience. In M. A. F. de O. J. C. Neves, A. D. C. M. L. G. Pereira, & A. M. H. F. dos S. F. T. Neves (Eds.), Resilient cities: The role of local communities in building urban resilience (pp. 55–69). Springer.
Arfanuzzaman, M., & Atiq Rahman, A. (2017). A conceptual framework for urban flood risk reduction by involving local communities in Dhaka, Bangladesh. International Journal of Disaster Risk Reduction, 22, 268–278.
Bubeck, P., Botzen, W. J. W., & Aerts, J. C. J. H. (2012). A review of risk perceptions and other factors that influence flood mitigation behavior. Risk Analysis: An International Journal, 32(9), 1481–1495.
Cambanhane, N. D. R., & Nhantumbo, B. G. (2025). Spatiotemporal analysis of land use and land cover changes in the city of Beira, Mozambique, between 2014 and 2024. Future Studies Research Journal: Trends and Strategies, 17, e930–e930. https://doi.org/10.24023/FutureJournal/2175-5825/2025.v17i1.930
Diamantini, C., Ottaviani, S., Serrao, L., Antonio, A. M., Msopela, A. D. S. V., Chate, H. J., & Zolezzi, G. (2024). Putting urban poverty back on the urban policy agenda: Upgrading an unplanned settlement in Beira, Mozambique. WIT Transactions on Ecology and the Environment, 262, 393–404. https://doi.org/10.2495/SC240321
Duygan, M., & Welle, T. (2018). The role of communities in building urban flood resilience: An empirical study from Istanbul. Natural Hazards and Earth System Sciences, 18(6), 1637–1655.
Eze, E. B., Odufuwa, E. O., & Owolabi, S. A. (2020). Assessment of post-disaster resettlement programmes and housing reconstruction in flood-prone areas: A structural equation modelling approach. Journal of Housing and the Built Environment, 35, 1–25.
Gefen, D., Karahanna, E., & Straub, D. W. (2000). Trust in e-commerce vendors: A two-stage model. Information Systems Research, 11(1), 38–53.
Grothmann, T., & Patt, A. (2005). Adaptive capacity and human cognition: The process of individual adaptation to climate change. Global Environmental Change, 15(3), 199–213.
Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2019). Multivariate data analysis (8th ed.). Cengage Learning.
Hassan, S., & Bhamidipati, S. (2018). Navigating a double burden: An integrated framework for disaster risk management and climate change adaptation in urban areas. Urban Climate, 24, 466–478.
Hassan, S., & Bhamidipati, S. (2019). Addressing rural community’s risk perceptions and financial protection gaps in the context of climate change. Climate and Development, 11(8), 693–707.
Macamo, S. R. B., Nuvunga, B. L., & Mulhovo, V. S. (2019). Flood risk assessment under population growth and urban land use change in Matola, Mozambique. Journal of Integrated Disaster Risk Management, 9(1), 1–17.
Manyena, B., & Pelling, M. (2017). Vulnerability and resilience in a complex and chaotic context. In M. Pelling & D. Manuel-Navarrete (Eds.), The Routledge handbook of disasters and risk reduction (pp. 53–64). Routledge.
Oliver-Smith, A. (2009). Disasters and anthropological discourse: Changing cultural, political, and historical contexts. In Global forces, local realities: Anthropological perspectives on cultural transformation (pp. 37–52). Carolina Academic Press.
Opere, N. S., Ogungbenro, O. E., & Opere, S. B. (2021). Risk perception and protective behaviours towards natural hazards in an urban coastal city. International Journal of Disaster Risk Reduction, 64, 102506.
Otto, F. E., Zachariah, M., Wolski, P., Pinto, I., Nhamtumbo, B., Bonnet, R., … & Harrington, L. J. (2022). Climate change increased rainfall associated with tropical cyclones hitting highly vulnerable communities in Madagascar, Mozambique & Malawi. Environmental Research Letters, 17(4), 041001. https://doi.org/10.1088/1748-9326/ac5b72
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria: Editora da UFSM.
Prasetyo, Y. T., Salonga, L. N., & Seneta, F. (2021). Analysis of consistency on structural equation modeling: A review and comparison of CB-SEM and PLS-SEM. International Journal of Modern Manufacturing Technologies, 13(2), 65–84.
Seng, D., Sokha, T., & Samreth, V. (2018). Examining the interaction of flood vulnerability determinants in Cambodia and Vietnam using partial least squares structural equation modeling. Water Policy, 20(6), 1184–1199.
Shitsuka, R. et al. (2014). Matemática fundamental para a tecnologia. (2ed). Editora Érica.
Slovic, P. (1987). Perception of risk. Science.
Thaler, T., & Hartmann, T. (2018). Dynamic vulnerability in the face of floods: A conceptual framework. Natural Hazards and Earth System Sciences, 18(9), 2351–2368.
Tierney, K. (2014). Disasters: A sociological approach. Polity Press.
World Bank. (2017). Mozambique: Lessons learnt from Beira. World Bank.
https://documents1.worldbank.org/curated/en/969931585303089862/pdf/Lessons-Learnt-from-Beira.pdfPut space between one reference and another. Remember that we use the APA standard. (fonte TNR 8 - justified)
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Nelson Mário Banga, Eufrásio João Sozinho Nhongo; Jone João Mugondo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
