Prevalência familiar elevada, automedicação e desinformação sobre Diabetes mellitus entre acadêmicos da área da saúde de uma universidade no Paraná, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.49949Palavras-chave:
Conhecimento, Automedicação, Hipoglicemiantes, Sinais e Sintomas, Diabetes Mellitus tipo 1, Diabetes Mellitus tipo 2.Resumo
A Diabetes Mellitus (DM) é uma Doença Crônica Não Transmissível caracterizada pela hiperglicemia, classificada principalmente em DM tipo 1 (autoimune), tipo 2 (relacionada ao estilo de vida), gestacional e pré-diabetes. Ambas envolvem deficiência na produção ou ação da insulina, hormônio responsável pelo metabolismo da glicose. Este estudo objetivou avaliar o conhecimento de acadêmicos da saúde sobre DM, sintomas, fatores de risco e hábitos associados. A pesquisa quantitativa foi realizada com 429 estudantes da Unipar – Campus Cascavel/PR, por meio de questionário via Google Forms. Dos participantes, 33,8% não souberam definir DM e 52,9% não reconheceram seus sintomas. Apesar de 95,1% não apresentarem a doença, 4,9% relataram alguma condição relacionada a diabetes. No uso de medicamentos, 414 não utilizavam nenhum; 15 faziam uso de antidiabéticos orais como Metformina (Glifage) e 11 relataram uso de insulina exógena, como Semaglutida (Ozempic). Observou-se correlação entre desconhecimento e hábitos não saudáveis, além de 52% possuírem histórico familiar. Alguns acadêmicos relataram uso de medicamentos mesmo sem diagnóstico, o que indica possível automedicação. O uso de insulinas por mulheres, mesmo sem prescrição, geralmente está ligado a tentativa de controle de peso e melhora da autoestima, o que evidência não apenas a pressão estética, mas também a fragilidade no conhecimento. Conclui-se que o desconhecimento sobre DM entre estudantes da saúde é preocupante e evidencia a necessidade de ações educativas que aliem formação clínica, uso racional de medicamentos e conscientização sobre saúde e imagem corporal.
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