Riscos e efeitos do consumo da cafeína proveniente de bebidas energéticas: Uma perspectiva da saúde coletiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50024

Palavras-chave:

Cafeína, Bebidas energéticas, Saúde coletiva, Adolescentes, Marketing.

Resumo

O consumo de bebidas energéticas tem aumentado de forma expressiva nas últimas décadas, principalmente entre adolescentes e jovens adultos, tornando-se uma preocupação crescente para a saúde pública. Este trabalho teve como objetivo analisar os riscos e efeitos do consumo de cafeína proveniente dessas bebidas na perspectiva da saúde coletiva brasileira. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases PubMed e SciELO, considerando artigos publicados entre 2014 e 2024. A análise reuniu estudos que discutem os impactos fisiológicos, comportamentais e sociais relacionados ao consumo de energéticos, organizados em categorias temáticas. Os resultados mostram que a cafeína, principal componente ativo, funciona como uma substância psicoativa com risco de dependência, podendo causar efeitos adversos quando consumida em excesso, como alterações cardiovasculares, distúrbios do sono e ansiedade. Entre as principais motivações para o consumo estão curiosidade, necessidade de melhorar o desempenho nos estudos e no trabalho, influência dos amigos e forte apelo do marketing, especialmente em mídias digitais e esportes. Outro ponto preocupante é a associação frequente com álcool, que potencializa os riscos. Conclui-se que o consumo de bebidas energéticas representa um desafio para a saúde coletiva, exigindo políticas públicas de regulação, ações educativas e maior conscientização, sobretudo entre os jovens.

Referências

Alissa, N. A. (2024). The impact of social media on adolescent energy drink consumption. Medicine, 103(19), e38041. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000038041

Buchanan, L., et al. (2018). Digital promotion of energy drinks to young adults is more strongly linked to consumption than other media. Journal of Nutrition Education and Behavior, 50(9), 888–895.

CETIC.br. (2023). TIC Kids Online Brasil 2023: Crianças estão se conectando à internet mais cedo no país. https://cetic.br/pt/noticia/tic-kids-online-brasil-2023-criancas-estao-se-conectando-a-internet-mais-cedo-no-pais/

CETIC.br. (2024). TIC Kids Online investiga, pela primeira vez, frequência do uso de plataformas digitais por crianças e adolescentes. https://cetic.br/pt/noticia/tic-kids-online-investiga-pela-primeira-vez-frequencia-do-uso-de-plataformas-digitais-por-criancas-e-adolescentes

Childs, E., & De Wit, H. (2008). Enhanced mood and psychomotor performance by a caffeine-containing energy capsule in fatigued individuals. Experimental and Clinical Psychopharmacology, 16(1), 13–21. https://doi.org/10.1037/1064-1297.16.1.13

Crossetti, M. G. O. (2012). Revisão integrativa de pesquisa na enfermagem: O rigor científico que lhe é exigido. Revista Gaúcha de Enfermagem, 33(2), 8–13. https://seer.ufrgs.br/index.php/rgenf/article/view/31430

De Sanctis, V., et al. (2017). Energy drink consumption among adolescents and associated health effects: A systematic review. European Journal of Clinical Nutrition, 71(10), 1210–1218.

Dobrek, L. (2025). The review on adverse effects of energy drinks and their potential drug interactions. Nutrients, 17(15), 2435.

Edwards, C. G., et al. (2022). Prevalence and comparisons of alcohol, candy, energy drink, snack, soda, and restaurant brand and product marketing on Twitch, Facebook Gaming and YouTube Gaming. Public Health Nutrition, 25, 1–12.

Fredholm, B. B. (2010). Notes on the history of caffeine use. Handbook of Experimental Pharmacology, 200, 1–9.

Galimov, A., et al. (2019). Energy drink consumption among German adolescents: Prevalence, correlates, and predictors of initiation. Appetite, 139, 172–179.

Hammond, D., & Reid, J. L. (2018). Exposure and perceptions of marketing for caffeinated energy drinks among young Canadians. Public Health Nutrition, 21(3), 535–542.

Hammond, D., Reid, J. L., & Zukowski, S. (2018). Adverse effects of caffeinated energy drinks among youth and young adults in Canada: A web-based survey. CMAJ Open, 6(1), E19–E25.

Heckman, M. A., Sherry, K., & De Mejia, E. G. (2010). Energy drinks: An assessment of their market size, consumer demographics, ingredient profile, functionality, and regulations in the United States. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, 9(3), 303–317. https://doi.org/10.1111/j.1541-4337.2010.00111.x

IBGE. (2024). Em 2023, 88,0% das pessoas com 10 anos ou mais utilizaram internet. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/41026-em-2023-87-2-das-pessoas-com-10-anos-ou-mais-utilizaram-internet

Katz, D. L. (2016). Energy drink consumption in Israeli youth: Public health & the perils of energetic marketing. Israel Journal of Health Policy Research, 5(9). https://doi.org/10.1186/s13584-016-0069-4

Koivusilta, L., Kuoppamäki, H., & Rimpelä, A. (2016). Energy drink consumption, health complaints and late bedtime among young adolescents. International Journal of Public Health, 61(3), 299–306.

Kristjansson, A. L., et al. (2022). Caffeine consumption and onset of alcohol use among early adolescents. Preventive Medicine, 163, 107208.

Limin, B., Kelly, B., & Yeatman, H. (2017). Exposure to digital marketing enhances young adults’ interest in energy drinks: An exploratory investigation. PLoS ONE, 12(2), e0171226.

Markon, A. O., et al. (2019). Caffeinated energy drinks: Adverse event reports to the U.S. Food and Drug Administration and the National Poison Data System, 2008 to 2015. Public Health Nutrition, 22(14), 2531–2542.

Matos, J. P., Araújo, L. C. M., & Horta, P. M. (2020). O patrocínio de empresas do setor de alimentação e bebidas no futebol brasileiro: Um obstáculo para a promoção da alimentação saudável. Cadernos de Saúde Pública, 36(12), e00219719. https://doi.org/10.1590/0102-311X00219719

McLellan, T. M., Caldwell, J. A., & Lieberman, H. R. (2016). A review of caffeine’s effects on cognitive, physical and occupational performance. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 71, 294–312. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2016.09.001

Nowak, D., Gośliński, M., & Nowatkowska, K. (2018). The effect of acute consumption of energy drinks on blood pressure, heart rate and blood glucose in young adults. International Journal of Environmental Research and Public Health, 15(3), 544.

Pereira, A. S., et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica [e-book gratuito]. Santa Maria, RS: Editora da UFSM.

Pollack, C. C., et al. (2020). Prevalence and strategies of energy drink, soda, processed snack, candy and restaurant product marketing on Twitch. Public Health Nutrition, 23(16), 2793–2803.

Reid, J. L., et al. (2017). Consumption of caffeinated energy drinks among youth and young adults in Canada. Preventive Medicine Reports, 5, 65–70.

Reissig, C. J., Strain, E. C., & Griffiths, R. R. (2009). Caffeinated energy drinks: A growing problem. Drug and Alcohol Dependence, 99(1–3), 1–10. https://doi.org/10.1016/j.drugalcdep.2008.08.001

Ritchie, K., et al. (2007). The neuroprotective effects of caffeine: A prospective population study (the Three City Study). Neurology, 69(6), 536–545.

Rostami, M., et al. (2024). A scoping review of policies related to reducing energy drink consumption in children. BMC Public Health, 24, 2308.

Samoggia, A., & Riedel, B. (2018). Coffee consumption and purchasing behavior review: Insights for further research. Appetite, 129, 70–81.

Snyder, H. (2019). Literature review as a research methodology: An overview and guidelines. Journal of Business Research, 104, 333–339. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2019.07.039

Soós, R., et al. (2021). Effects of caffeine and caffeinated beverages in children, adolescents and young adults: Short review. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(23), 12389. https://doi.org/10.3390/ijerph182312389

Subaiea, G. M., Altebainawi, A. F., & Alshammari, T. M. (2019). Energy drinks and population health: Consumption pattern and adverse effects among Saudi population. BMC Public Health, 19, 1539. https://doi.org/10.1186/s12889-019-7731-z

Temple, J. L. (2019). Trends, safety, and recommendations for caffeine use in children and adolescents. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 58(1), 36–45. https://doi.org/10.1016/j.jaac.2018.06.030

Utter, J., et al. (2018). Energy drink consumption among New Zealand adolescents: Associations with mental health, health risk behaviours and body size. Journal of Paediatrics and Child Health, 54(3), 279–283.

Visram, S., et al. (2016). Consumption of energy drinks by children and young people: A rapid review examining evidence of physical effects and consumer attitudes. BMJ Open, 6(10), e010380. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2015-010380

Watt, S., Dyer, T. A., & Marshman, Z. (2023). Are teenagers ‘drowning’ in sports and energy drinks? British Dental Journal, 235(10), 779–781. https://doi.org/10.1038/s41415-023-6194-x

Wiggers, D., et al. (2019). Exposure to caffeinated energy drink marketing and educational messages among youth and young adults in Canada. International Journal of Environmental Research and Public Health, 16(4), 642.

Downloads

Publicado

2025-11-13

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Como Citar

Riscos e efeitos do consumo da cafeína proveniente de bebidas energéticas: Uma perspectiva da saúde coletiva. Research, Society and Development, [S. l.], v. 14, n. 11, p. e86141150024, 2025. DOI: 10.33448/rsd-v14i11.50024. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/50024. Acesso em: 5 dez. 2025.