Uso de antidepressivos no Brasil de 2020 a 2025
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50130Palavras-chave:
Antidepressivos, Dependência, Saúde mental.Resumo
O uso de antidepressivos tem se expandido de forma significativa no Brasil nos últimos anos, configurando-se como um fenômeno de relevância para a saúde pública. Entre 2020 e 2025, observou-se um aumento expressivo na prescrição e no consumo desses medicamentos, impulsionado tanto pelo crescimento dos diagnósticos de transtornos depressivos quanto pelo impacto de fatores sociais, econômicos e sanitários, como a pandemia de COVID-19. Este estudo delimita-se à análise das tendências de utilização dos antidepressivos no período em questão, considerando aspectos relacionados ao perfil dos usuários, às motivações para o consumo, às repercussões clínicas e psicossociais e às estratégias de regulação e controle. O objetivo geral consiste em compreender as implicações do uso ampliado de antidepressivos no Brasil, investigando as razões que levaram à intensificação das prescrições, os efeitos observados na qualidade de vida dos pacientes e as possíveis consequências decorrentes do uso contínuo. A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma revisão de literatura, em artigos científicos, e bases de dados epidemiológicos do Google Scholar, LILACS e SCIELO, com o foco em artigos em português. Os resultados apontam que, embora os antidepressivos desempenhem papel fundamental no tratamento da depressão e de outros transtornos psiquiátricos, o uso indiscriminado pode estar associado a dependência psicológica, efeitos adversos e medicalização excessiva do sofrimento social. Conclui-se que é necessário ampliar políticas públicas de saúde mental, fortalecer estratégias de acompanhamento terapêutico e promover campanhas de conscientização sobre o uso racional de antidepressivos, de modo a equilibrar os benefícios clínicos e a prevenção de riscos.
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