Pólipo nasofaríngeo em gato doméstico: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50157Palavras-chave:
Trato respiratório cranial, Rinoscopia, Processo obstrutivo, Felino.Resumo
O presente estudo relatou um caso clínico de pólipo nasofaríngeo em um felino doméstico, uma afecção inflamatória benigna que ocasionava obstrução do trato respiratório superior e comprometimento do bem-estar animal. O presente trabalho tem como objetivo relatar e analisar um caso de pólipo nasofaríngeo em felino doméstico, abordando de forma integrada os aspectos clínicos, diagnósticos, terapêuticos e prognósticos, correlacionando os resultados obtidos com dados recentes da literatura especializada. O delineamento metodológico baseou-se em um relato de caso descritivo, elaborado a partir da coleta de dados clínicos, laboratoriais, radiográficos, tomográficos, endoscópicos e histopatológicos. O animal, um gato doméstico macho castrado de quatro anos, apresentou quadro de dispneia inspiratória, estertores e secreção nasal bilateral persistente, intensificados por variações climáticas. A tomografia computadorizada demonstrou preenchimento das cavidades nasais por material de atenuação fluida e lise parcial das conchas nasais, enquanto, a rinoscopia mostrou o exame histopatológico confirmou a presença de pólipo inflamatório não neoplásico. A tentativa de remoção por tração foi interrompida em virtude do risco de lesão anatômica, sendo, portanto, instituído um manejo conservador com lavagens nasais diárias utilizando solução fisiológica morna. Após a adoção dessa conduta, observou-se melhora clínica progressiva, redução do desconforto respiratório e diminuição da secreção nasal, com manutenção do apetite e do comportamento habitual do animal. O caso evidenciou que, embora a abordagem cirúrgica represente o tratamento de escolha para os pólipos nasofaríngeos, em determinadas situações clínicas a adoção de medidas paliativas e individualizadas mostrou-se eficaz para restaurar parcialmente a função respiratória e promover qualidade de vida satisfatória.
Referências
Bradley, R. L., Noone, K. E., Saunders, G. K., & Patnaik, A. K. (1985). Nasopharyngeal and middle ear polypoid masses in five cats. Veterinary Surgery, 14(2), 141–144.
Byron, K. J., Shadwick, S. R., & Bennett, A. R. (2010). Megaesophagus in a 6-month-old cat secondary to a nasopharyngeal polyp. Journal of Feline Medicine and Surgery, 12, 322–324.
Botelho, D. M. P. (2019). Estudo retrospectivo de massas nasofaríngeas e/ou auditivas no gato: padrões imagiológicos em TC e respetiva caracterização histopatológica (Dissertação de mestrado). Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Lisboa.
Esterline, M. L., et al. (2005). Endoscopic removal of nasopharyngeal polyps in cats using retrograde traction via gastrostomy. Journal of the American Veterinary Medical Association, 227(3), 121–124.
Ferguson, S., Smith, K. C., Welsh, C. E., & Dobromylskyj, M. J. (2020). A retrospective study of more than 400 feline nasal biopsy samples in the UK (2006–2013). Journal of Feline Medicine and Surgery, 22(8), 736–743.
Fossum, T. W. (2020). Small animal surgery (5th ed.). Elsevier.
Fraser, D. (2008). Understanding animal welfare: The science in its cultural context. Wiley-Blackwell.
Greci, V., & Mortellaro, C. M. (2016). Management of otic and nasopharyngeal, and nasal polyps in cats and dogs. Veterinary Clinics: Small Animal Practice, 46(4), 643–661.
Hoppers, S. E., May, E. R., & Frank, L. A. (2020). Feline bilateral inflammatory aural polyps: A descriptive retrospective study. Veterinary Dermatology, 31(5), 385–e102.
Janssens, S. D. S., Haagsman, A. N., & Ter Haar, G. (2017). Middle ear polyps: Results of traction avulsion after a lateral approach to the ear canal in 62 cats (2004–2014). Journal of Feline Medicine and Surgery, 19(8), 803–808.
Johnson, L. R. (2020). Canine and feline respiratory medicine (2nd ed.). Wiley Blackwell.
Kang, M., & Brash, M. (2025). Advanced imaging in feline nasopharyngeal diseases: Diagnostic roles and clinical outcomes. Veterinary Radiology & Ultrasound.
Lee, D., Yu, D., Nho, D., et al. (2011). Nasopharyngeal polyp in a domestic shorthair cat. Journal of Veterinary Clinics, 28(4), 435–437.
Lerner, D. D. (2019). Doenças nasais e paranasais crônicas em felinos domésticos – estudo prospectivo (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Magalhães, D. A., et al. (2022). Ressecção de pólipo nasofaríngeo inflamatório em conduto auditivo de felino doméstico: Relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP (MV&Z), 20(1), e38340.
Mellor, D. J. (2016). Updating animal welfare thinking: Moving beyond the “Five Freedoms” towards “A Life Worth Living”. Animals, 6(3), 21.
Nelson, R. W., & Couto, C. G. (2015). Small animal internal medicine (5th ed.). Elsevier.
Pereira, A. S. et al. (2018) Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria. Editora da UFSM.
Pilton, R., et al. (2013). Use of computed tomography for evaluation and surgical planning in cats with nasopharyngeal polyps. Journal of Feline Medicine and Surgery, 15(7), 556–562.
Polton, G. A., & White, R. A. S. (2006). Surgical management of ear disease: Feline nasopharyngeal polyps. In Practice, 28(4), 204–209.
Reed, N., & Gunn-Moore, D. (2012). Nasopharyngeal disease in cats: Specific conditions and their management. Journal of Feline Medicine and Surgery, 14(5), 317–326.
Rocha, M. A., et al. (2024). Pólipo nasofaríngeo em um gato – relato de caso. In Ciências Agrárias: Práticas e Inovações (Cap. 10, pp. 135–138). UFMG/UFERSA/UFMS/UFRPE.
Thrall, D. E. (2018). Textbook of veterinary diagnostic radiology (2nd ed.). Elsevier.
Toassi, R. F. C. e Petry, P. C. (2021). Metodologia científica aplicada a área de saúde. (2ed). Editora de UFRGS.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Aurélia Gomes do Espírito Santo, Mara Ferreira Pessanha, Aguinaldo Francisco Mendes Junior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
