A interseção entre a saúde mental e a esclerodermia: Uma revisão integrativa sobre as manifestações clínicas e os aspectos psicológicos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i12.50250Palavras-chave:
Esclerose Sistêmica, Saúde Mental, Depressão, Ansiedade, Qualidade de Vida.Resumo
A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune crônica que, além das manifestações físicas, acarreta um impacto psicológico profundo, afetando a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura para analisar as evidências sobre a interseção entre as manifestações clínicas da esclerodermia e os aspectos psicológicos, como depressão, ansiedade e percepção da imagem corporal. Metodologia: Foi conduzida uma revisão integrativa nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, seguindo as recomendações PRISMA. Foram selecionados oito estudos publicados entre 2021 e 2025, incluindo revisões sistemáticas, coortes, ensaios clínicos e uma meta-análise, que abordavam a relação entre os sintomas psicológicos e a evolução clínica da doença. Resultados: Os estudos analisados demonstraram uma elevada prevalência de depressão e ansiedade em pacientes com ES, frequentemente associada a manifestações clínicas como dispneia, dor e sintomas gastrointestinais. Fatores como a insatisfação com a imagem corporal, o baixo acesso a serviços de saúde mental e a sobreposição de múltiplos sintomas (físicos e emocionais) foram identificados como determinantes significativos para a piora da qualidade de vida e do bem-estar relacional. Conclusão: As evidências reforçam que o cuidado à pessoa com esclerose sistêmica deve ser integrado e multiprofissional, indo além do tratamento dos sintomas físicos. A incorporação de estratégias de suporte psicológico, triagem de saúde mental e intervenções focadas na adaptação psicossocial é fundamental para promover o bem-estar e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
Referências
Alcala-Gonzalez, M. A., et al. (2024). Impact of gastrointestinal symptoms, psychological distress, and quality of life in systemic sclerosis: A cross-sectional study. BMJ Open, 14(11), e089725. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2024-089725
Becetti, K., et al. (2022). Mental health care use and associated factors in systemic sclerosis: A Scleroderma Patient-centered Intervention Network (SPIN) cohort study. ACR Open Rheumatology, 4(7), 585–594. https://doi.org/10.1002/acr2.11381
Chen, Y. T., et al. (2024). Resilience partially mediates the association between perceived social isolation and life satisfaction in people with systemic sclerosis. Journal of Scleroderma and Related Disorders, 9(2), 154–161. https://doi.org/10.1177/23971983241232853
Henry, R. S., et al. (2022). Mental health before and during the pandemic in people with systemic sclerosis. The Lancet Rheumatology, 4(1), e30–e39. https://doi.org/10.1016/S2665-9913(21)00363-5
Heyne, S., et al. (2023). Determinants of depressive symptoms, quality of life, subjective health status and physical limitation in patients with systemic sclerosis. Acta Dermato-Venereologica, 103, 1–9. https://doi.org/10.2340/actadv.v103.6502
Langleben, J., et al. (2025). Comparison of appearance dissatisfaction and appearance-related social discomfort among people with systemic sclerosis and burn injury. Scars, Burns & Healing, 11, 1–12. https://doi.org/10.1177/20595131251315826
Leite, C. C., & Maia, Â. C. (2013). Sintomas de doença e adaptação psicológica em pacientes brasileiros com esclerodermia. Revista Brasileira de Reumatologia, 53(5), 405–411. https://doi.org/10.1590/S0482-50042013000500003
Mehmetoglu, E., et al. (2025). A systematic review of prevalence and predictors of depression in systemic sclerosis based on the CES-D, BDI, and PHQ-9 self-assessment questionnaires. Clinical Rheumatology, 44, 2327–2341. https://doi.org/10.1007/s10067-025-07440-w
Nassar, E. L., et al. (2023). Results from a living systematic review of the prevalence of mood and anxiety disorders and factors associated with symptoms in systemic sclerosis. Scientific Reports, 13, 4395. https://doi.org/10.1038/s41598-023-31919-8
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria: Editora da UFSM.
Romanazzo, S., et al. (2024). Psychological features of systemic sclerosis: Results from an observational study. Frontiers in Medicine, 11, 1473587. https://doi.org/10.3389/fmed.2024.1473587
Savoie, M. B., et al. (2023). Clinically recognized depression and mental health treatment in a single-center cohort of patients with systemic sclerosis. International Journal of Rheumatology, 2023, 6141790. https://doi.org/10.1155/2023/6141790
Snyder, H. (2019). Literature review as a research methodology: An overview and guidelines. Journal of Business Research, 104, 333-339. https://doi.org/10.1016/J.JBUSRES.2019.07.039.
Thombs, B. D., et al. (2021). Effects of a multi-faceted education and support programme on anxiety symptoms among people with systemic sclerosis and anxiety during COVID-19 (SPIN-CHAT): A randomised controlled trial. The Lancet Rheumatology, 3(6), e427–e437. https://doi.org/10.1016/S2665-9913(21)00060-6
Wojeck, R. K., et al. (2023). Patterns of patient-reported symptoms and association with health outcomes in systemic sclerosis: A latent profile analysis from the SPIN cohort. EClinicalMedicine, 62, 102141. https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2023.102141
Yilmaz, N., et al. (2025). Psychological burden, anxiety, and depression in patients with systemic sclerosis: A multicenter observational study. Reumatismo, 77(2), 145–152.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Bruna de Jesus Cruz, Ana Clara de Carvalho Santana, Walker Nonato Ferreira Oliveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
