Novas tecnologias disponíveis para elaboração de produtos de origem vegetal e o impacto do consumo na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis: Uma revisão
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i12.50286Palavras-chave:
Tecnologia de alimentos, Produtos vegetais, Alimentação, Saúde pública, Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).Resumo
O crescimento das inovações tecnológicas no setor alimentício tem impulsionado a expansão de produtos à base de plantas, motivada por mudanças no comportamento do consumidor, preocupações ambientais e demandas por alternativas nutricionalmente adequadas. O presente artigo tem como objetivo revisar e discutir as principais tecnologias aplicadas ao desenvolvimento de produtos alimentícios de origem vegetal, bem como mensurar o impacto do consumo desses alimentos na prevenção de DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis). Os resultados mostram que métodos como ultrassom, fermentação, extrusão e cisalhamento têm contribuído para formulações mais estáveis, sustentáveis e sensorialmente atrativas, além de favorecer o aproveitamento de matérias-primas nacionais e resíduos agroindustriais. Além disso, os resultados também indicam que padrões alimentares centrados em plantas apresentam benefícios metabólicos significativos, incluindo redução de colesterol, melhora da glicemia, menor risco de obesidade e proteção cardiovascular, devido ao elevado teor de fibras e compostos bioativos e à ausência de colesterol e gorduras saturadas. Ainda que os resultados sejam promissores, destaca-se a necessidade de pesquisas primárias e longitudinais que aprofundem a compreensão dos efeitos dessas dietas e das tecnologias emergentes sobre a saúde populacional. Conclui-se que o avanço tecnológico aliado à adoção de padrões alimentares vegetais constitui uma estratégia relevante para a promoção da saúde pública e para o desenvolvimento de sistemas alimentares mais sustentáveis e inclusivos.
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