O processo de envelhecimento na formação do mundo ocidental: uma análise dos entrelaçamentos culturais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7638

Palavras-chave:

Envelhecimento, Cultura, Ocidente.

Resumo

A formação cultural de cada época é matéria-prima importante para a compreensão social, embora a origem remota das fontes seja permeada pela imprecisão pragmática. Neste texto, com revisão bibliográfica de abordagem qualitativa, buscamos compreender o processo de envelhecimento, por meio do exame de algumas das principais obras da chamada “Idade Antiga”, que abrange a Antiguidade Greco-Romana, a tradição hebraica e, finalmente, o entrecruzamento dessas duas vertentes na Idade Média, a partir de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Como processo, a velhice pode ser examinada do ponto de vista racional e transcendente. O foco da investigação encontra-se nas principais obras de cada período com ênfase na percepção da velhice pelos autores – livros de Platão, Aristóteles, Cícero e Sêneca na Antiguidade Greco-Romana; a Bíblia na tradição judaico-cristã; as obras de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino na Idade Média. Evidentemente, não se busca esgotar as possibilidades de abordagem histórica da temática, pois cada período possui outras nuances e subdivisões temporais. No entanto, é possível fomentar reflexões sobre o modo de vida do idoso, com elementos particulares desde a formação do Ocidente, situando-o em perspectiva que considere a pluralidade de assimilações e o idoso como sujeito ativo nos entrelaçamentos culturais.

Biografia do Autor

  • Antonio Cavalcante de Almeida, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

    Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Pós-Doutorado em Desenvolvimento Regional na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Atividade docente (FADEP, UNOESC, FAF, PUC-PR) e trabalhou como professor de ensino à Distância no LED/UFSC e curso de pós-graduação em educação escolar para comunidade indígena ofertada pela empresa Troposphera-PR. Foi professor do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação do Instituto Federal Catarinense [IFC] Campus Camboriú e atualmente é professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE. Área de atuação: tem experiência na área de sociologia, antropologia, ciência política e metodologia com foco nos seguintes temas: associativismo, indigenismo, empoderamento, capital social, participação e desenvolvimento sustentável. Tem participado como convidado externo da Comissão Universidade Para Índios (CUIA) do XIV Vestibular Indígena do Paraná de 2014. Além disso, atualmente é Revisor Ad doc da revista Ciências Sociais Aplicadas da Unioeste, Cascavel, Paraná.

  • Idorlene da Silva Hoepers, Instituto Federal de Educação Catarinense

    Possui graduação em Pedagogia (2003), graduação em Ciências da Computação (1995), mestrado em Educação (2003) e doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí (2017) com inserção de pesquisa no Instituto Politécnico do Porto (PPorto - Portugal). Atualmente é Professora de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC) - Campus Camboriú. atuando como docente no Curso de Licenciatura em Pedagogia e no Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Educação (PPGE) - Mestrado Acadêmico em Educação do IFC Campus Camboriú. Participante do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica – OIIIIPe. Tem experiência na área de Educação, com ênfase nos seguintes temas: aprendizagem, formação de professores;, educação, educação inclusiva e ensino. Desempenha a função de Coordenadora Institucional do Programa de Residência Pedagógica do IFC (2018 – 2020 e 2020 - 2022). Exerceu a função de Coordenadora Institucional do Programa de Fomento à Formação de Professores da Educação Básica (ProF Licenciatura) (2018-2020) vinculado ao Programa de Residência Pedagógica Institucional.

  • Ricardo Florêncio dos Passos, Instituto Federal de Educação Catarinense

    Mestrando do Programa de Mestrado acadêmico em Educação pelo Instituto Federal Catarinense. Jornalista e economista, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Referências

Agostinho. (1980). Confissões De magistro = Do mestre. São Paulo: Abril Cultural.

Agostinho. (1995). O Livre Arbítrio. (2a ed.) Coleção Patrística 08. São Paulo: Editora: Paulus.

Aristóteles. (2000). Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret.

Aristóteles. (2012). Parva Naturalia. São Paulo, Edipro.

Athayde, W. R. (2009). As artes liberais e mecânica. Uma via para o conhecimento da sapiência segundo Hugo de São Vítor. Mestrado em Filosofia. São Paulo, PUC.

Beauvoir, S. (1990). A velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Bíblia Sagrada. (2017). Bíblia Sagrada. Tradução da CNBB. (8a ed.) Brasília: CNBB.

Bingemer, M. C. L. B. (2013). A velhice na Bíblia: algumas pistas para hoje. Arq Rio. Recuperado de arqrio.org/formacao/detalhes/26/a-velhice-na-biblia-algumas-pistas-para-hoje

Cícero, M. T. (2001). Da República. São Paulo: Abril Cultural.

Galbraith, J. K. (1989). Pensamento econômico em perspectiva: uma história crítica. São Paulo: Pioneira.

Geertz, C. (2003). A interpretação das culturas. São Paulo: LTC.

Goldstein, L. (1993). Desenvolvimento do Adulto e Religiosidade: uma questão de fé. Neri, A. L. (org.), Qualidade de Vida e Idade Madura. Campinas: Papirus.

Lauand, L. J. (2007). Filosofia, linguagem, arte e educação: 20 conferências sobre Tomás de Aquino. São Paulo: Factash.

Lívio, T. (1989). História de Roma- ab urbe condicta libri (vols. I.e II). Trad.: Paulo Matos Peixoto. São Paulo: Paumape.

Lisboa, A. M. (2017). Economia política aristotélica: cuidando da casa, cuidando do comum. Logeion: filosofia da informação, 4(1), 36-72.

Minois, G. (1999). História da velhice no ocidente. Da Antiguidade ao Renascimento. Tradução de Serafim Ferreira. Lisboa: Editora Teorema.

Muchinik, E. (2005). Envejecer en el siglo XXI: História e perspectivas de la vejez. Editorial Lugar.

Neri, A. L. (1991). Envelhecer num país de jovens: significados de velho e velhice segundo brasileiros não idosos. Campinas, SP: Editora da Unicamp.

Nougué, C. (2010). Tempo e Eternidade em Santo Tomás de Aquino. Mirabilia: Revista Eletrônica de História Antiga e Medieval (11).

Nunes, R. A. C. N. (1975). As artes liberais na Idade Média. Revista de História, USP. 51(101).

Platão. (1993). A República. (7a ed.), Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Platão. (1999). As Leis. São Paulo: Edipro.

Rothbard, M. N. (2013). Educação: livre e obrigatória. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises, Brasil.

Scornaienchi, D. N. (1968). Projeto Euro-Brasileiro. Master of College. São Paulo: O.E.S.P.-Maltese-Argos, volume X, edição especial.

Sêneca. (2015). Sobre a brevidade da vida. Reflexões, Livro XII. Banci, L. A. (org.). Recuperado de https://banciblog.files.wordpress.com/2016/02/reflexc3b5es-2015-livro-xii.pdf

Socci, V. (2006). Religiosidade e o adulto idoso. In: Witter. G.P. (org). Envelhecimento: referenciais teóricos e pesquisas. Campinas: Ed. Alínea.

Tomás de Aquino. (2017). Suma teológica. Tradução de Alexandre Corrêa. Recuperado de https://sumateologica.files.wordpress.com/2017/04/suma-teolc3b3gica.pdf

Voegelin, E. (2014). Ordem e história: Israel e a revelação, v. 1. Trad. Cecília Camargo Bartolotti. São Paulo: Loyola.

Woodcox, A. (2018). Aristotle’s Theory of Aging. Cahiers des études anciennes [En ligne], LV. Recuperado de http://journals.openedition.org/etudesanciennes/1040

Downloads

Publicado

2020-08-29

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais

Como Citar

O processo de envelhecimento na formação do mundo ocidental: uma análise dos entrelaçamentos culturais. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 9, p. e511997638, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i9.7638. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/7638. Acesso em: 5 dez. 2025.