Avaliação da susceptibilidade in vitro de fungos melanizados oriundos da carnaúba (Copernicia prunifera) ao fluconazol
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i8.49461Palavras-chave:
Microdiluilção em Caldo, Fungos, Micoses, Farmacorresistência Fúngica.Resumo
- Objetivo: Investigar a susceptibilidade in vitro de isolados fúngicos melanizados provenientes da carnaúba ao Métodos: Foram utilizadas técnicas de microdiluição em placas estéreis de 96 poços, padronizadas pelo documento M38-A3 do Clinical and Laboratory Standards Institute, a fim de determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) das amostras. Essa avaliação se faz necessária para determinar a menor concentração capaz de inibir o crescimento do fungo, verificando deste modo se o fungo é sensível ao fármaco testado. Avaliaram-se 7 isolados de fungos negros, sendo 5 provenientes do tronco e 2 a partir de folhas da carnaúba. Foram considerados sensíveis ao fluconazol quando a CIM foi ≤ 1 μg/mL. Resultados: O fluconazol inibiu o crescimento de 4 fungos testados, apresentando CIM variável no intervalo de 1 μg/mL a 32 μg/mL, embora apenas um deles foi sensível com CIM de 1 μg/mL. Conclusão: Embora o fluconazol tenha inibido a maioria dos isolados testados (57,14%), apenas um mostrou-se sensível, enquanto que os outros 6 foram resistentes ao fármaco in vitro. Esse medicamento pode ser empregado no tratamento de infecções por fungos negros de forma pouco efetiva e não como tratamento de primeira linha, podendo ser utilizado em terapia combinada com outros antifúngicos. Destaca-se a importância da conscientização dos trabalhadores com a extração da Carnaúba, quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, visto o risco de exposição a microrganismos resistentes a fármacos tais como o fluconazol, o que pode agravar o tratamento de infecções por fungos melanizados.
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