Etiologia e prognóstico da hidropisia fetal não imune: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i10.47000Palavras-chave:
Hidropisia fetal, Edema fetal, Hidropsia fetal.Resumo
Introdução: A Hidropisia Fetal é definida como acúmulo anormal de líquido nos compartimentos fetais. Estima-se que 1 em casa 1700 a 3000 gestações sejam acometidas por tal patologia. Podendo ser subdividida em isoimune ou não imune. A causa não imune corresponde a 90% dos casos e apresenta etiopatogenia variável. O prognóstico varia de acordo com a etiologia. Método: Revisão de literatura com buscas nas bases de dados PubMed e Scielo, conforme a pergunta norteadora: “Qual a causa etiológica e o prognóstico de pacientes acometidos por Hidropisia Fetal não imune?”. Resultados e Discussão: a Hidropisia Fetal é uma condição rara com alta taxa de morbimortalidade. Em relação a etiologia, estudos de coorte apresentam que a maior parte dos casos diagnosticados no primeiro trimestre apresentam como principal causa as anormalidades genéticas, tendo como principais síndromes associadas a síndrome de Down, Turner e Edwards. No segundo e terceiro trimestre as doenças hematológicas ganharam destaques com as talassemias, seguidas pelas alterações cardiológicas e infecções congênitas. Todas as causas de Hidropsia Fetal foram associadas a óbito fetal, parto prematuro e perdas neonatais. Conclusão: Os estudos discutidos nesta revisão evidenciaram que as principais causas etiológicas relacionadas a HF não imune são anormalidades genéticas, hematológicas e cardíacas. Quanto maior a idade gestacional ao diagnóstico, melhor o prognóstico. Estudos estabelecendo protocolos de manejo/aconselhamento são estimulados.
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