Angioplastia intraluminal de vasos periféricos com versus sem stent no Nordeste brasileiro: análise epidemiológica de uma década

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v14i9.49564

Palavras-chave:

Angioplastia Transluminal, Extremidades, Procedimentos Cirúrgicos, Brasil.

Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar e comparar o perfil epidemiológico das angioplastias intraluminais de vasos periféricos realizadas com e sem stent no Nordeste brasileiro entre os anos de 2015 e 2024. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, transversal e descritivo, com abordagem quantitativa baseado em dados secundários do SIH/SUS. Foram analisados os procedimentos com e sem stent em vasos periféricos, considerando número de internações, tempo de permanência hospitalar, custos e taxa de mortalidade em todos os estados nordestinos. Foram registrados 21.568 procedimentos no Nordeste, sendo 80,7% realizados sem stent. A Bahia apresentou o maior número de internações, dias de permanência e gastos hospitalares. Os dados revelaram um custo total superior a 70 milhões de reais, com taxa de mortalidade geral de 0,91%. Embora os procedimentos sem stent predominem, não houve relação direta com redução do tempo de internação. Pernambuco se destacou com 93% das angioplastias sem uso de stent. Observou-se também variação ao longo dos anos, com crescimento de procedimentos até 2022, leve queda em 2023 e recuperação em 2024. Portanto, a angioplastia sem stent é amplamente prevalente na região Nordeste, indicando possíveis restrições estruturais, mas também adaptação aos recursos disponíveis. Os dados obtidos destacam a importância de políticas públicas equitativas e a necessidade de estudos futuros que avaliem a efetividade clínica e o custo-benefício dessas intervenções em longo prazo.

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Publicado

2025-09-25

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Como Citar

Angioplastia intraluminal de vasos periféricos com versus sem stent no Nordeste brasileiro: análise epidemiológica de uma década. Research, Society and Development, [S. l.], v. 14, n. 9, p. e7714949564, 2025. DOI: 10.33448/rsd-v14i9.49564. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/49564. Acesso em: 5 dez. 2025.