A importância da modulação da microbiota intestinal na saúde mental
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.49084Palavras-chave:
Microbiota intestinal, Saúde mental, Modulação intestinal.Resumo
Os transtornos mentais representam um desafio crescente para a saúde pública, exigindo abordagens inovadoras que considerem fatores além do tradicional eixo cérebro-mente. Nesse contexto, a microbiota intestinal tem emergido como um elemento-chave, dada sua influência no eixo intestino-cérebro e sua relação com a saúde mental. Este estudo tem como objetivo principal investigar a importância da modulação da microbiota intestinal na saúde mental, com foco no papel da alimentação como estratégia de controle de distúrbios mentais. Trata-se de uma revisão narrativa, que busca sintetizar informações relevantes sobre a relação entre a microbiota intestinal e os transtornos mentais. A metodologia adotada inclui a pesquisa de artigos científicos publicados entre 2006 e 2024, nas bases de dados PubMed, SciELO e BIREME. Após a triagem inicial, que incluiu a leitura de títulos e resumos, foram analisados de forma crítica artigos que abordassem intervenções na microbiota e seus impactos na saúde mental. Segundo os artigos analisados, o tratamento de questões mentais pode ser favorecido por estratégias que envolvem a modulação da microbiota intestinal, especialmente por meio do uso de probióticos, prebióticos e simbióticos, além de intervenções dietéticas que priorizem alimentos in natura e ricos em fibras. Essas abordagens demonstraram efeitos positivos na redução de sintomas como ansiedade, depressão e alterações cognitivas, reforçando a conexão entre alimentação, microbiota e saúde mental. Conclui-se que a modulação da microbiota intestinal representa uma via promissora e complementar no cuidado à saúde mental, sendo a alimentação uma ferramenta central nesse processo.
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