Terapia gênica no tratamento de perdas auditivas congênitas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.49101Palavras-chave:
Terapia Genética, Surdez, Perda Auditiva, Orelha, Cóclea.Resumo
Introdução: A perda auditiva congênita pode ser classificada como condutiva ou neurossensorial, variando entre unilateral ou bilateral, leve a profunda, e estável ou progressiva. Dentre suas causas, as de origem genética representam cerca de 60% dos casos. Essa condição pode impactar significativamente o desenvolvimento cognitivo, tornando essencial o rastreamento e a intervenção precoce. O objetivo do presente artigo é apresentar possibilidades de terapia gênica no futuro tratamento de perdas auditivas hereditárias por meio de um estudo de revisão bibliográfica narrativa. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, baseada em artigos publicados em português e inglês nas bases de dados Lilacs, Medline e Scielo. Resultados: A terapia gênica tem se destacado como uma estratégia inovadora para o tratamento da perda auditiva hereditária (HHL), especialmente em mutações nos genes GJB2, SLC26A4 e MYO7A. No entanto, desafios como a complexidade anatômica da cóclea e a heterogeneidade genética da orelha interna ainda dificultam sua implementação clínica. Conclusão: Apesar do seu potencial inovador, a terapia gênica para a perda auditiva congênita ainda requer estudos adicionais para garantir sua eficácia e segurança antes de ser consolidada como uma opção terapêutica viável.
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