Enriquecimento proteico do coproduto do desfibramento do sisal utilizando leveduras e fungos filamentosos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v14i7.49220

Palavras-chave:

Agave sisalana, Fungos filamentosos, Enriquecimento proteico, Resíduo agroindustrial.

Resumo

O sisal (Agave sisalana Perrine) é uma planta da família Asparagaceae, que se tornou uma importante fonte de renda para diversas famílias no estado da Bahia. A finalidade do seu cultivo é a confecção de produtos artesanais, que impulsionam a economia local. Contudo, o seu beneficiamento gera resíduos que, muitas vezes, não possuem aplicação, mas podem ser utilizados na alimentação animal. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o aumento proteico do coproduto do sisal após fermentação semissólida, durante os períodos de 8, 24, 32 e 48 horas, utilizando os fungos Lentinus tigrinus, Trametes villosa e a levedura Saccharomyces cerevisiae. Foi observada uma variação significativa no teor de proteína bruta (PB) para cada microrganismo utilizado (p<0,05), a partir das primeiras horas do experimento. O maior aumento proteico foi observado após 48 horas de fermentação, para todos os experimentos. O substrato contendo L. tigrinus resultou em um aumento de 34,4%, seguido de T. villosa com 33,3% e da levedura com 30,2% em comparação com o resíduo in natura. Os resultados foram submetidos a análise de regressão e variância (ANOVA) e os coeficientes de determinação (R²) para os respectivos microrganismos em função do tempo foram de 0,8404, 0,9956 e 0,967 revelando uma boa adequação do modelo aos resultados obtidos. Também foi possível observar redução nos teores de lignina, hemicelulose, FDN e FDA após 48 horas, sendo este considerado o melhor tempo para avaliação dos parâmetros observados.

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Publicado

2025-07-13

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas

Como Citar

Enriquecimento proteico do coproduto do desfibramento do sisal utilizando leveduras e fungos filamentosos . Research, Society and Development, [S. l.], v. 14, n. 7, p. e4214749220, 2025. DOI: 10.33448/rsd-v14i7.49220. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/49220. Acesso em: 5 dez. 2025.