Uso de medicamentos “da classe Glucagon-Like Peptide-1 (GLP-1), do Ozempic e, Mounjaro” na causa de pancreatite aguda

Resumo

O uso de agonistas do receptor de GLP-1, como semaglutida (Ozempic) e tirzepatida (Mounjaro), tem ganhado destaque no tratamento do diabetes mellitus tipo 2 e na condução dos casos de obesidade devido à eficácia no controle glicêmico e na redução de peso. O objetivo geral desta revisão de literatura foi avaliar a possível associação entre o uso desses medicamentos e a ocorrência de pancreatite aguda. A pesquisa foi realizada nas bases SciELO, Google Scholar e LILACS, considerando apenas publicações em português dos últimos cinco anos. Foram incluídos estudos observacionais, ensaios clínicos, revisões sistemáticas e relatos de caso que abordassem eventos de pancreatite em usuários desses medicamentos. A análise mostrou que, embora alguns relatos indiquem um discreto aumento no risco de pancreatite, a maioria das revisões e estudos de coorte não confirma uma relação causal significativa. Entre os possíveis mecanismos, destaca-se a estimulação das células pancreáticas e a proliferação ductal, mas fatores de confusão, como histórico prévio de pancreatite, hipertrigliceridemia e uso de álcool, dificultam conclusões definitivas. Diante desse cenário, recomenda-se cautela na prescrição para pacientes com risco elevado, além de monitoramento rigoroso de sintomas como dor abdominal intensa, náuseas e vômitos. A detecção precoce e a suspensão do fármaco em caso de suspeita são essenciais para prevenir complicações. Conclui-se que, apesar de eficazes no controle glicêmico e na perda de peso, Ozempic e Mounjaro exigem acompanhamento clínico contínuo e novos estudos para esclarecer a relação com pancreatite aguda.