Análise da eficácia do Sistema de Triagem Manchester na avaliação da dor em pacientes com câncer
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i7.49240Palavras-chave:
Neoplasias, Dor do Câncer, Triagem, Serviço Hospitalar de Emergência, Oncologia.Resumo
Objetivo: Avaliar a eficácia do Sistema de Triagem Manchester na priorização de risco de pacientes que procuram o Serviço de Emergência oncológica com queixa de dor. Métodos: Estudo retrospectivo, transversal e quantitativo, realizado em São Paulo, Brasil. Foram incluídos pacientes com queixa de dor, entre fevereiro e abril de 2022. Os dados foram coletados por meio da análise do Prontuário Eletrônico do Paciente. A casuística foi de 1662 participantes. Os resultados foram analisados pelos testes Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher, com nível de significância de 5%. Resultados: %. Resultados: Participaram 1662 pacientes com média de 57,9 anos, maioria do sexo feminino, com câncer do aparelho digestivo alto (19,8%) e mama (17,6%), não utilizavam opioide (69,3%) e tiveram como desfecho clínico a alta (72,4%). As categorias do Sistema de Triagem Manchester (STM) mostram maioria com fluxograma dor abdominal do adulto (27,5%), discriminador para dor leve (63,1%) e classificação de prioridade para dor pouco urgente (67,3%). Na Associação do fluxograma e discriminador do STM com o uso de opioide observa-se significância estatista (p≤ 0,5). Conclusão: A maioria dos pacientes com câncer, com queixa de dor atendidos no Serviço de Emergência Oncológica não utilizavam opioide, foram triados com prioridade não urgente, com dor leve e moderada, com fluxograma dor abdominal em adulto, apresentando como desfecho clínico, a alta. Observou-se uma significância estatística na associação entre o fluxograma e o discriminador do STM com o uso de opioides (p≤0,05), indicando uma relação entre a triagem e o tratamento com opioides.
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