Análise da epidemiologia clínica da Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV): Um estudo de revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v14i9.49445

Palavras-chave:

Hipersensibilidade alimentar, Alergia à proteína do leite de vaca, Faixa pediátrica.

Resumo

Introdução: Na faixa etária pediátrica, a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) destaca-se como a reação imunológica mais prevalente. Caracterizada pela resposta do sistema imunológico às proteínas do leite, como caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina, as manifestações clínicas variam de acordo com o mecanismo imunológico envolvido. A hipersensibilidade tipo I, mediada por IgE, apresenta sintomas como urticária, angioedema e problemas respiratórios, enquanto a hipersensibilidade tipo IV está associada a manifestações gastrointestinais. Além disso, a alergia mista, envolvendo ambos os mecanismos, manifesta-se em condições como dermatite atópica, esofagite eosinofílica, gastroenteropatia eosinofílica e asma. Essas manifestações, que geralmente se iniciam nos dois primeiros anos de vida, evidenciam a sensibilidade da primeira infância à saúde e à nutrição, influenciando a qualidade de vida a longo prazo. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico e clínico de pacientes pediátricos com APLV. Metodologia: Revisão integrativa nas bases de dados MEDLINE, LILACS e IBECS, utilizando os descritores: “epidemiologia clínica” AND “hipersensibilidade ao leite” AND (criança OR “criança, pré-escola”). Dos 66 artigos encontrados, 15 artigos foram selecionados. Resultados: A incidência de hipersensibilidade à proteína do leite de vaca no primeiro ano de vida é de cerca de 2 a 3% em países desenvolvidos, tornando-a a alergia alimentar mais comum na primeira infância. Em uma coorte sueca de 2.985 crianças, 20% apresentaram sintomas relacionados ao leite na infância, entre 2 e 4 anos de idade, mas a maioria (94%) superou esses sintomas durante a adolescência. Um estudo realizado em um hospital universitário em Omã envolvendo 164 pacientes alérgicos revelou que 78 deles eram sensibilizados ao leite de vaca, apresentando diversas manifestações como eczema, urticária, anafilaxia, sintomas gastrointestinais, asma, rinite e angioedema (AL-TAMEMI et al., 2018). A prevalência de sintomas cutâneos foi notável, afetando cerca de 77% dos pacientes, incluindo dermatite atópica, urticária, angioedema, prurido, pitiríase alba e xerose cutânea. Além disso, sintomas respiratórios foram observados em aproximadamente 26% dos pacientes, enquanto sintomas gastrointestinais foram relatados em cerca de 42% dos casos (Ruiz Sánchez, 2018). Conclusões: Os estudos analisados ​​revelam a complexidade das manifestações clínicas da alergia à proteína do leite de vaca (APLV), destacando a diversidade de sintomas, com predomínio significativo de reações cutâneas.

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Publicado

2025-09-06

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Como Citar

Análise da epidemiologia clínica da Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV): Um estudo de revisão integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 14, n. 9, p. e1514949445, 2025. DOI: 10.33448/rsd-v14i9.49445. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/49445. Acesso em: 5 dez. 2025.