Biotecnologia na agricultura: Uma revisão narrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v14i9.49446

Palavras-chave:

Agricultura sustentável , Segurança alimentar, Organismos geneticamente modificados.

Resumo

A biotecnologia tem se consolidado como um dos principais eixos de inovação da agricultura brasileira, integrando ganhos de produtividade com práticas sustentáveis e de menor impacto ambiental. O presente artigo objetiva realizar uma revisão narrativa sobre os avanços, a aplicabilidade e perspectivas da biotecnologia na agricultura, com foco no cenário brasileiro. A metodologia consistiu em uma revisão narrativa realizada em bases de dados como Google Acadêmico, Web of Science e Scopus, com recorte temporal de 2018 a 2025. Os resultados evidenciam que o Brasil ocupa posição de destaque mundial na adoção de cultivos geneticamente modificados, especialmente soja, milho e algodão, bem como na rápida expansão do uso de bioinsumos. Entre os principais avanços destacam-se a fixação biológica de nitrogênio e o desenvolvimento de microrganismos benéficos capazes de melhorar a absorção de nutrientes e fortalecer a resistência das plantas. Novas biotecnologias, como a edição gênica por CRISPR-Cas9, despontam como alternativas promissoras para criar cultivares mais resilientes. A revisão também aponta desafios, como a necessidade de investimentos contínuos em pesquisa, a construção de marcos regulatórios claros e a ampliação da aceitação social. Conclui-se que a biotecnologia na agricultura brasileira se configura não apenas como instrumento de crescimento econômico, mas também como caminho estratégico para assegurar a segurança alimentar e preservar os recursos naturais, consolidando o país como referência global em agricultura sustentável.

Referências

Ablin, R., & Paz, N. (2001). Development of High Oleic Acid Soybean Oil. American Oil Chemists' Society.

Akshay Uike, A., Rawate, T., Bhoyer, S., & Chahande, J. (2024). A review of genetic engineering in agriculture: Techniques, applications, and societal implications. The Pharma Innovation Journal, 13(1), 1956-1964.

Anez, M. A. F. (2006). Fluxo gênico em plantas: uma abordagem sobre as implicações ambientais dos transgênicos. Embrapa.

Arantes, J. T. (2012). Cientistas defendem comunicação para rebater mitos sobre transgênicos. Agência FAPESP.

Barbosa, A. L. (2010). Regulamentação e bioética: um olhar sobre a CTNBio. Editora Fiocruz.

Baethge, C., Goldbeck-Wood, S., & Mertens, S. (2019). SANRA - a scale for the quality assessment of narrative review articles. Research Integrity and Peer Review, 4(5). https://doi.org/10.1186/s41073-019-0064-8.

Bettiol, W., Morandi, M. A. B., & Pinto, Z. V. (2021). Controle biológico de doenças de plantas no Brasil. Embrapa.

Boccia, F. (2015). The bioethical implications of genetic engineering. Journal of Medical Ethics and History of Medicine, 8(1), 1-10.

Carvalho, F., et al. (2025). Probiotics for plants: Next-generation biofertilizers for a low-carbon agriculture. Trends in Biotechnology, 43(1), 1-15.

Chen, H., Teng, Y., Lu, S., Wang, Y., & Wang, J. (2015). Contamination features and health risk of soil heavy metals in China. Science of the Total Environment, 512-513, 143-153.

Coelho, A. L. (2023). Percepção pública da biotecnologia agrícola no Brasil: desafios e caminhos. Editora Acadêmica.

Convenção sobre Diversidade Biológica. (1992). Texto da Convenção sobre Diversidade Biológica. Nações Unidas.

Croplife International. (2020). The safety of genetically modified foods.

CTNBio. (2017). Relatório Anual de Atividades. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança.

Dejana, D., et al. (2022). The role of mycorrhizal fungi in nutrient uptake and soil aggregation. Journal of Soil Science, 73(4), 1120-1135.

Figueiredo, J. E. F., Faria, J. C., & Aragão, F. J. L. (2019). Biotecnologia e melhoramento de plantas no Brasil. Em A Saga da Biotecnologia no Brasil (pp. 123-145). Embrapa.

Freitas, J. R., et al. (2023). Soil microbiome engineering for enhanced plant nutrition and health. Current Opinion in Biotechnology, 79, 102850.

Góes-Favoni, S. P. (2017). A percepção pública sobre transgênicos: o caso brasileiro. Revista de Estudos Sociais, 19(38), 112-130.

James, C. (2013). Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops. ISAAA Brief No. 46.

Kitchenham, B., & Charters, S. (2007). Guidelines for performing Systematic Literature Reviews in Software Engineering. EBSE Technical Report, EBSE-2007-01.

Lenteren, J. C., van, et al. (2018). Biological control: an essential component of integrated pest management. Annual Review of Entomology, 63, 229-250.

Lima, E. C., et al. (2024). The future of biofertilizers in Brazil: challenges and perspectives. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 48.

Lima, S. S., et al. (2018). Comunicação e percepção de risco sobre transgênicos: uma análise da mídia brasileira. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, 41(2), 173-190.

Lobato, F. (2019). Mercado de controle biológico cresce no Brasil. Embrapa.

Mota, A. (2014). Bioética e biotecnologia: um diálogo necessário. Revista Bioética, 22(1), 25-34.

Muñoz, A. J. (2002). Contaminación del suelo y del agua por residuos de agrotóxicos. Universidad Nacional de La Plata.

Ortega, A. C. (2016). Desenvolvimento de soja com alto teor de aminoácidos essenciais. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo.

Page, M. J., McKenzie, J. E., Bossuyt, P. M., Boutron, I., Hoffmann, T. C., Mulrow, C. D., ... & Moher, D. (2021). The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ, 372.

Paterniani, E. (2001). Melhoramento genético de plantas: da domesticação à engenharia genética. ESALQ/USP.

Pereira, R., Silva, L., & Santos, M. (2018). Abordagens quantitativas e descritivas em revisões da literatura científica. Revista Brasileira de Pesquisa Científica, 12(3), 45–56.

Ribeiro, M. M., & Marin, J. D. (2012). A complexidade da comunicação sobre transgênicos e a percepção pública. Ciência & Saúde Coletiva, 17(3), 735-744.

Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, 20(2), v–vi. https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001

Sánchez, A., et al. (2022). Glomalin-related soil protein: a key factor for soil structure and carbon sequestration. Geoderma, 412, 115715.

Santos, M. O., et al. (2024). Applications of CRISPR-Cas9 gene editing for climate change resilience in crops. Theoretical and Applied Genetics, 137(1), 1-20.

Sharma, I., Dangi, A. K., & Shukla, P. (2018). Bioremediation of soils and wastewater contaminated with pesticides: A review. Bioresources and Bioprocessing, 5(1), 23.

Sincisno, C. S. A., & Oliveira-Filho, E. C. (2013). Biorremediação: princípios e aplicações. Editora Interciência.

Souza, G. M., et al. (2025). The synergy between biotechnology and digital agriculture: perspectives for Brazil. Journal of Agricultural Science and Technology, 27(1), 1-18.

Spaepen, S., Vanderleyden, J., & Remans, R. (2009). Indole-3-acetic acid in microbial and microorganism-plant signaling. FEMS Microbiology Reviews, 33(2), 425-448.

Stagnari, F., Maggio, A., Galieni, A., & Pisante, M. (2017). Multiple benefits of legumes for agriculture sustainability: an overview. Chemical and Biological Technologies in Agriculture, 4(1), 2

Steinberg, M. (2002). The life and work of Karl Ereky: A contribution to the history of biotechnology. Journal of Industrial Microbiology & Biotechnology, 28(6), 361-365.

Vargas, L., et al. (2018). The role of biotechnology in sustainable agriculture. Journal of Agricultural and Environmental Ethics, 31(3), 321-338.

Vieira, L. G. E., et al. (2021). Biotechnology as a strategic pillar for Brazilian agribusiness. Agribusiness, 37(2), 235-251.

Xavier, M. A., et al. (2008). Eficácia de milho geneticamente modificado com a tecnologia Bt no controle de lagartas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 43(11), 1435-1441.

Downloads

Publicado

2025-09-17

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Como Citar

Biotecnologia na agricultura: Uma revisão narrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 14, n. 9, p. e5014949446, 2025. DOI: 10.33448/rsd-v14i9.49446. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/49446. Acesso em: 5 dez. 2025.