Subvertendo as fronteiras de gênero: gênero não binários
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12801Palavras-chave:
Gênero; Binário; Não binário.Resumo
A sociedade ocidental contemporânea é generificada, isto é, estruturada com base na crença de que existem dois gêneros – masculino e feminino – que são mutuamente excludentes. Essa percepção binária é amparada por dispositivos sociais que direcionam indivíduos à cisgeneridade desde o momento do nascimento, segregando os gêneros divergentes às margens. Não-binário é um termo guarda-chuva que abarca identidades de gênero que incorporam, em distintos graus, aspectos dos gêneros masculino e feminino. A despeito do rigor do cistema, pessoas não binárias subvertem, inclusive, a linguagem, evidenciando a possibilidade de existir fora do binarismo. Esta proposta se justifica na necessidade de ampliar o debate sobre identidades não binárias e tem por objetivo geral discutir as dificuldades enfrentadas por pessoas não binárias na sociedade cisnormativa. Para tanto, adota a pesquisa qualitativa bibliográfica e discorre sobre o sistema binário de gênero, cisnormatividade e sua transgressão. Em seguida, disserta acerca de algumas expressões de gênero contidas no termo guarda-chuva não binário. Por fim, expõe as principais dificuldades encontradas por pessoas não binárias.
Referências
Almeida, A. S. (2018). Vidas em espera: uma etnografia sobre a experiência do tempo no processo transexualizador. (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil. https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstr eam/tede/8505/5/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Anderson%20Santos%20Almeida%20-%202018.pdf
ANTRA. (2019). Dossiê assassinatos e violência contra travestis e transexuais no Brasil em 2018. B. G. Benevides & S. N. B. Nogueira (Orgs). São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE.
ANTRA. (2021). Dossiê assassinatos e violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2020. B. G. Benevides & S. N. B. Nogueira (Orgs). São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE.
Bagagli, B. P. (2018). “Cisgênero” nos discursos feministas: uma palavra “tão defendida; tão atacada; tão pouco entendida” (Dissertação de Mestrado). Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil. http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/334561/1/Bagagli_BeatrizPagliarini_M.pdf
Bento, B. (2006). A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Garamond.
Bento, B. (2011). Na escola se aprende que a diferença faz diferença. Revista Estudos Feministas, 19 (2), 549-559. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2011000200016.
Bergman, S. B. & Barker, M. J. (2017). Non-Binary Activism. In: Editors C. Richards, W. P. Bouman & M. J. Barker, Genderqueer and Non-Binary Genders. London: Palgrave Macmillan. DOI 10.1057/978-1-137-51053-2
Blechner, M. J. (2015). Bigenderism and Bisexuality. Contemporary Psychoanalysis, 51(3), 503-522. 10.1080/00107530.2015.1060406
Bonassi, B. C. (2017). Cisnorma: acordos societários sobre sexo binário e gênero. (Dissertação de Mestrado). Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. https://repositorio.ufsc.br/bitstream/ handle/123456789/182706/349130.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Bornstein, K. K. (1994). Gender Outlaw: On Men, Women and the Rest of Us. Routledge
Bradford, N. J. et al. (2018) Creating gender: a thematic analysis of genderqueer narratives. International Journal of Transgenderism, 10.1080/15532739.2018.1474516
Butler, J. (2004). Undoing gender. Routledge.
Carvalho, M. (2018). “Travesti”, “mulher transexual”, “homem trans” e “não binário”: interseccionalidades de classe geração na produção de identidades políticas. Cadernos Pagu, (52). http://dx.doi.org/10.1590/18094449201800520011
Dos Reis, N. (2015). Diversidade de gêneros e ensino de biologia: casos de prazeres e corporeidades não-binários. (Trabalho de Conclusão de Curso). Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. http://repositorio.im.ufrrj.br:8080/jspui/bitstream/1235813/3011/1/Neilton%20dos%20Reis%20Goularth%20-%20Nov%202015.pdf
Dos Reis, N. (2018). “Eu sinto que eu sempre me encaixei nessa coisa de não ser homem e não ser mulher”: Tecendo saberes e experiências da não-binariedade de gênero. (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Recuperado de https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6682/1/neiltondosreisgoularth.pdf
Dos Reis, N. & Pinho, R. (2016). Gêneros não-binários: identidades, expressões e educação. Reflexão e Ação, 24 (1), 7-25. http://dx.doi.org/10.17058/rea.v24i1.7045
Farrow, L. P., Mcnary, S. B & Galupo, M. P. (2019). “Bigender is just a Tumblr thing”: microaggressions in the romantic relationships of gender non-conforming and agender transgender individuals. Sexual and Relationship Therapy. 10.1080/14681994.2018.1533245
Fiani, C. N. & Han, H. J. (2018). Navigating identity: Experiences of binary and non-binary transgender and gender non-conforming (TGNC) adults. International Journal of Transgenderism, 20 (2:3), 181-194. https://doi.org/10.1080/15532739.2018.1426074
Galupo, M. P., Farrow, L. P., Clements, Z. A. & Morris, E. R. (2019). “I love you as both and I love you as neither”: Romantic partners’ affirmations of nonbinary trans individuals, International Journal of Transgenderism, 20:2-3, 315-327, 10.1080/15532739.2018.1496867
Goldhammer, H., Malina, S. & Keuroghlian, A. (2018). Communicatingt With Patients Who Have Nonbinary Gender Identities. Annals of Family Medicine, 16 (6), 559-562. https://doi.org/10.1370/afm.2321
Hartmann, J. M. (2017). Transições e resistências: empregabilidade de mulheres trans e travestis em Florianópolis. (Dissertação de Mestrado). Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Paraná, Brasil. https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/180448
Krasota, A. G. (2016). Uma noção de pessoa trans não-binária. (Dissertação de Mestrado). Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil. https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/50286/R%20-%20D%20-%20ALISSON%20GEBRIM%20KRASOTA%20.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Kulick, D. (2008). Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Editora Fiocruz.
Lanz, L. (2018). Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? In: (Org.) P. R. C. Ribeiro et. al, Corpo, gênero e sexualidade: resistência e ocup(ações). Rio Grande: Ed. Da FURG.
León, C. L. (2020). El género no binario en la traducción al español: análisis del uso del lenguaje inclusivo no binario. (Trabajo final de Grado) Facultad de Traducción e Interpretación, Universidad de las Palmas de Gran Canaria, Las Palmas de Gran Canaria, Islas Canarias, España. https://accedacris.ulpgc.es/bitstream/10553/73757/2/GIF_Carla_Lo%cc%81pez_Leo%cc%81n.pdf
Louro, G. L. (2004). Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Autêntica.
Moira, A. (2018). E se eu fosse pura. Hoo Editora.
Monro, S. (2019). Non-binary and genderqueer: An overview of the field. International Journal of Transgenderism. 20 (2:3), 126-131. 10.1080/15532739.2018.1538841
Olea, T. C. (2018). Corpos que choram, corpos que lutam: as fronteiras do gênero e o processo de generificação compulsória no discurso jurídicos. (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Direito, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS, Brasil. https://argo.furg.br/?BDTD12051.
Robinson, M. (2019). Two-Spirit Identity in a Time of Gender Fluidity. Journal of Homosexuality, 67 (12), 1675-1690. DOI: 10.1080/00918369.2019.1613853
Rocon, P., C. Rodrigues, A & Sodré, F. (2016). Regulamentação da vida no processo transexualizador brasileiro: uma análise sobre a política pública. Revista Katál, 19 (2), 260-269. https://doi.org/10.1590/1414-49802016.00200011
Santos, A. C. (2018). Heróis no armário: Homens trans* e pessoas não binárias prestadoras de cuidado. Ex aequo, Lisboa, (38), 33-47. http://dx.doi.org/10.22355/exaequo.2018.38.03
Silva, R. dos S. (2018). A tradução de pronomes de gênero não-binário e neutro na Legendagem: uma análise dos seriados Carmilla e One day at a time. (Trabalho de Conclusão de Curso). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/193045
Simakawa, V. V. (2015). Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil. https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19685
Stryker, S. (2017). Transgender history. Seal Press.
Siqueira, I. (2016). Que a liberdade ensine pessoas: entrevista com Indianare Siqueira. Conccinnitas, 1(18), 411-426. https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/concinnitas/article/view/25930/18559
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Melissa Salinas Ruiz

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.