A sífilis gestacional e a transmissão mãe para filho: um estudo bibliométrico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18455Palavras-chave:
Gravidez; Sífilis Congênita; Transmissão Vertical de Doença Infecciosa; Doenças Transmissíveis; Transmissão vertical.Resumo
A sífilis gestacional mesmo se caracterizando como uma doença que pode ser evitada e que tem tratamento disponível, persiste com índices de transmissão elevados, apesar do aumento da cobertura da atenção às gestantes e neonatos. Com objetivo de buscar maior entendimento sobre esse fenômeno este trabalho busca mapear a produção científica internacional sobre sífilis gestacional associada a transmissão mãe para filho. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo realizado a partir da análise bibliométrica das produções cientificas publicadas na base de dados Web of Science. A análise dos dados foi feita através do software HistCiteTM. Após aplicados os filtros de refinamento, foram identificados 121 artigos, públicados em 79 periódicos distintos. Estes foram escritos por 720 autores que possuem vínculos à 339 instituições, localizadas em 53 países. Foram utilizadas 3.201 referências, média de 26 referências por artigo. Observou-se que nos últimos anos houve, no Brasil e no mundo, um impacto positivo nos indicadores relacionados a sífilis gestacional e congênita, porém há evidencias de falhas na assistência pré-natal que culminam na transmissão vertical da sífilis e consequentemente não erradicação da sífilis congênita como esperado em pactos e metas mundiais.
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