Atividade antimicrobiana e controle de qualidade de uma formulação à base de Libidibia ferrea após envelhecimento
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18996Palavras-chave:
Controle de qualidade; Enxaguatório bucal; Medicamentos fitoterápicos; Atividade antimicrobiana.Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a estabilidade farmacológica de um enxaguatório bucal fitoterápico à base do extrato de Libidibia ferrea após envelhecimento, estabelecendo suas características organolépticas e microbiológicas. Trata-se de um extrato hidroalcóolico a 7,5%, a partir da vagem de Libidibia ferrea, pela técnica de decocção por refluxo, e seco por aspersão. Os testes de estabilidade, pH, sedimentação, densidade e atividade antimicrobiana do enxaguatório foram realizados com as soluções armazenadas após 24 meses. Realizou-se o controle de contaminantes, através da determinação do número total de microrganismos e pesquisa de Salmonella sp., Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Analisou-se a atividade antimicrobiana da formulação frente a microrganismos presentes no biofilme dental: Streptococcus mutans, Streptococcus salivarius, Lactobacillus casei e Candida albicans determinando-se a concentração inibitória mínima. Para avaliação do pH e densidade, os dados foram analisados pelo teste de Tukey e os demais resultados foram descritos pela estatística descritiva. Nos caracteres organolépticos, a coloração observada foi “Cerâmica”, com consistência fluida/serosa, aspecto brilhante e odor forte amadeirado mentolado. Na sedimentação observou-se separação de fases e as análises de pH e densidade apresentaram como média o valor de 5,46 e 1,029 g/cm3, respectivamente. O teste de avaliação de contaminantes foi negativo para todos os microrganismos pesquisados, em 24 meses. O enxaguatório apresentou atividade bactericida/fungicida frente a todos os microrganismos testados em todas as concentrações para os microrganismos S. mutans e C. albicans e nas concentrações 0,5 mg/ml para o S.salivarius e 0,6 mg/ml para L. casei. Concluiu-se que após 24 meses, a formulação do enxaguatório bucal à base de L. ferrea suas características iniciais mantiveram-se estáveis com exceção da homogeneidade e pH da solução.
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